Olá meus caros, todos bem?
A Maratona Sonic está correndo na velocidade do som aqui no blog Gamer Caduco, e aumentando o combo de posts da seção, trago a vocês desta vez um post sobre o último jogo do ouriço lançado para o Game Gear e para o Master System. É hora de falar sobre Sonic Blast!
Antes de dar continuidade, quem preferir ouvir a versão em áudio deste post, basta dar play abaixo:
Em Novembro de 1996, a SEGA estava lançando exclusivamente para seu portátil aquele que seria o jogo de despedida da série, mais um jogo de plataforma 2D desenvolvido pela Aspect, a mesma empresa responsável pelos títulos anteriores do gênero em 8 bits: Sonic Chaos, Sonic Triple Trouble. Ela também desenvolveu Sonic 2 (8 Bits) e Tails Adventures. Entre muitos outros jogos.
Praticamente um ano depois, em Dezembro de 1997 a TecToy lançou um port deste jogo para o saudoso Master System. E esta versão chegou tão no fim da vida do console que acabou se tornando uma peça rara de se encontrar nos dias de hoje. Quando encontramos, primeiro que custa um absurdo de caro e segundo que nem sempre vem impecável quanto jogos que venderam mais no passado.
Não vou entrar no mérito aqui sobre tudo isso, mas digo que sofri um bocado pra conseguir a minha cópia. Foi depois de vender alguns dos meus jogos que eu acabei fuçando na Internet e encontrando por um preço mais em conta. Porém, de imediato já fui alertado que o manual dele não é original, e sim uma reprodução. Assim que recebi em casa notei que era mesmo, tem até páginas repetidas. Tudo bem, algum dia eu melhoro a coleção com um mais completinho. Espero ter ganhado na loteria até lá.
Sabem o que é pior? A versão de Game Gear também não é das mais baratas. Tanto é que não consegui botar as mãos nela até hoje. É uma pena, mas faz parte. No fim das contas, acabei jogando no PSP, plataforma onde mais joguei jogos retrô nos últimos tempos.
Aliás, antes disso, eu preciso contar que lembro até hoje a minha primeira experiência com o jogo. Sabem aquela famosa fase de descoberta de emuladores? Todo mundo deve ter passado por ela. Aquela mesma fase que as pessoas ficam jogando um monte de coisa alucinadamente mas não levam nada a sério pra tentar terminar? Então, essa fase aí mesmo.
A minha impressão foi das piores. Mesmo! Lembro até hoje que eu não tive paciência de ir até a segunda fase. Isso porque eu não lembro nem de ter visto o primeiro chefe, chegar nele este ano foi até uma surpresa pra mim, não sabia o que esperava.
Já na experiência atual, foquei em jogar a versão de Master System e fiz isso apenas com o Sonic. Pra quem não sabe, é possível optarmos entre jogar com ele e com o bicho rosa Knuckles. Dada as opções, segui em frente com o ouriço.

Labirinto de canos é um clássico em Sonic de 8 Bits. Mas precisava dessa cara de bocó?
Logo de cara já tomei um susto. Apertei o botão 1 e o jogo pausou. Como assim pausou? Olha, cá entre nós, o controle do Master System é do tipo que merece a saraivada de críticas que leva, um dos motivos é justamente não ter um botão de start exclusivo (no próprio controle podemos ver o escrito “Início” no botão 1, pra quem não se lembra).
Considerando que no Game Gear o start/pause é mais acessível, vamos combinar que a ideia foi boa no fim das contas. Ainda assim, não pude deixar de achar estranho e ao longo da jogatina acabei me esquecendo em alguns momentos e pausando sem querer. Tudo bem, faz parte, não vou considerar isso um problema.
Passado o susto, mal comecei a controlar o personagem e já me lembrei porque não gosto dele. A física é lastimável. O personagem é pesado, demora pra pegar embalo, incomoda demais. Sei que não é a hora de falar de jogos “do futuro”, ainda “estamos” em 1996 dentro da Maratona Sonic, mas fica a dica pra quem jogou Sonic 4 Episódio I e não gostou justamente por causa da física. Aqui é bem parecido.
Na verdade, é pior. Ele não demora só pra acelerar, mas para frear também. Então diversas vezes você vai se chocar contra o que não queria e não iria se fossem outros jogos da franquia. Ou seja, demora um pouco pra pegar o jeito e dominar os controles, isso não é tão legal.
Sem falar na área de colisão do personagem e/ou das argolas no cenário. É muito comum a gente encostar nas argolas e não pegá-las.
Pra piorar, tem momentos que parece que o botão não responde como a gente espera também. Tiveram situações em que encostei no chão e apertei o botão 2 para pular e o personagem não saiu do chão. Em um jogo do Sonic de Mega Drive isso nunca aconteceria (talvez no Spinball, mas ele não conta). Inclusive nos anteriores de Master System/Game Gear não acontece também. Tem batalhas contra chefes que isso atrapalhou um bocado.
Sem falar que segurar pra cima e o botão de pulo faz com que o personagem não pule também. Estranho que isso funciona em todos os jogos. Exceto, claro, no Sonic CD que isso serve para carregar o Super Peel-Out. Incomoda bastante.
Por falar em movimentos especiais, outra coisa que me incomodou foi o Spin Dash. Ele não dá velocidade nenhuma! Ou pelo menos não passa a sensação. Na verdade, só vi utilidade para o movimento em alguns loopings totalmente sem sentido que existem na primeira fase do jogo. E em outros loopings mais “normais” também ajuda. Aliás, passar por eles correndo é um negócio bem artificial, não é natural como acontece nos jogos de 16 Bits. Difícil explicar em palavras, mas é bem forçado.

Parece que vai rápido pra caramba. Só parece…
Eu sei, já gastei uma porção de caracteres com a física do jogo, mas tem mais coisas pra falar aqui. Incluíram um novo movimento para o Sonic, que é o pulo duplo. Pular e apertar o botão de novo (o 2, senão pausa o jogo, não esqueçam) faz com que o personagem faça um segundo pulo no ar. Foi a primeira vez que isto foi utilizado na franquia, mas alguns jogos mais modernos também usam este movimento. Eu sinceramente não gosto.
É perceptível que eu não gosto do jogo, né? Pois é, quando ferram com a jogabilidade, o resto perde o sentido. Podem ter certeza de que em algum momento da Maratona eu vou me contrariar no que acabei de dizer. Eu já sei quando, mas vou guardar pro futuro.

E esse looping nada a ver?
De qualquer forma, todas essas coisas que me incomodaram fizeram com que eu desprezasse um dos fatores que talvez seja o chamariz do jogo, que são os gráficos 3D pré-renderizados, estilo Donkey Kong Country.
Vamos combinar que sacrificar jogabilidade pra botar mais potencial gráfico não é uma boa ideia. Pior de tudo é que isso é muito comum nas últimas gerações. Quem nunca viu pessoas reclamando de downgrade gráfico pós trailer/demo ou qualquer coisa similar? Triste realidade.

Eu acho o desenho do personagem bem esquisito. Essa queda com ele estático assim é bem estranha.
Lembram que no Sonic Triple Trouble o personagem não perde todas as argolas que possui quando é atingido? Então, essa decisão foi mantida em Sonic Blast também. Ser atingido tira apenas dez argolas do ouriço. Não vou resmungar disso também. Ah, vou sim, que ideia estúpida!
Outro detalhezinho que me incomodou é que os inimigos derrotados voltam a aparecer se a gente mover a câmera pra antes do ponto onde eles nascem e voltarmos para o ponto novamente. O jogo não guarda estado dos inimigos (derrotado/inteiro). Como acontece em jogos mais punitivos, como em Ninja Gaiden. Só digo uma coisa: pra um jogo do Sonic, completamente desnecessário. Estou exagerando? É, não vai ter jeito, eu vou continuar resmungando.
Por falar em inimigos, tem mais uma coisa estranha neste jogo que vale a pena ser mencionada. Se você derrota um inimigo enquanto está rolando, o personagem fica em pé logo após a colisão. Derrota o inimigo, mas para o movimento. Temos que continuar segurando pra baixo pra que não aconteça. Horrível.

Parece uma rosquinha gigante.
Ah, como é de se esperar, em jogos de 8 Bits o esquema para obter as Chaos Emeralds é diferente. Precisamos encontrar as argolas gigantes e entrar nelas para acessar um Special Stage. Curioso que nos primeiros atos de cada fase os Special Stages servem apenas para te dar uma vida, enquanto os dos segundos atos das fases é que te dão uma Esmeralda se você completá-los.
Eles funcionam naquele formato em que a câmera se move para trás do personagem e temos que coletar um número de argolas para desbloquear o prêmio (vida ou Esmeralda). Estes estágios não ficaram lá muito bem feitos e nem são muito divertidos, é tudo muito simples e meio sem graça. Tem um leve desafio, mas nada de mais. Pegar argolas a meia altura é uma tarefa meio chata, difícil entender o momento certo de pular ou cair nelas.
O engraçado é quando você sai dos Special Stages. Ao invés de reaparecer no lugar onde você encontrou a giant ring, você é transportado para o último checkpoint que acessou. Se não acessou nenhum pelo caminho, volta para o início da fase. PARA – O – INÍCIO – DA – FASE! Legal, né? Só que não.
Sem falar que o acesso à giant ring no ato 2 da segunda fase é um parto. Imaginem vocês um labirinto de bolas que não dá pra entender como ele funciona e você meio que tem que adivinhar como faz pra cair na sequência certa. Somem isso com o lance de você não ter chances pra errar, porque se cair no caminho que leva ao fim da fase, não tem como voltar mais e só resetando. Eu resetei algumas vezes. Deprimente.

Prepare a sua bola de cristal para tentar adivinhar o caminho aqui.
Um detalhe sobre o port para Master System é que a visualização do Special Stage e outras situações como tela de título, de início e de fim de fase não pegam a resolução completa da tela. Fica a impressão que devem ter tido muitos problemas técnicos ao tentar fazer a conversão. Nos Special Stages, inclusive, ficam uns pedaços de cores diferentes ao lado da tela dos estágios, parecendo que o jogo tá bugado.
Posso reclamar de mais duas coisas da física? Vocês não têm escolha, vou fazer de qualquer jeito. Pra começar: o primeiro chefe. Se você errar o movimento de ataque, vai ficar preso entre o chefe e o canto e a parte de cima da tela até que ele decida se mover pra que a gente tente outro ataque. Não sei se foi proposital, mas eu não gostei.

Não fica muito claro onde estão os pontos de bolha na fase da água. Precisa prestar atenção nelas subindo e dar sorte de pegar uma a tempo quando necessário.
Pra fechar: a quarta fase, a infame fase da água. O jogo vira puro slowdown na hora que estamos submersos. Além disso, não dá pra saber onde pega as bolhas pra não morrer afogado, o jogo não deixa claro. Ou seja, um horror!
Pra que vocês não pensem que eu odiei o jogo por completo, pelo menos a trilha sonora dele me agradou. Com a exceção da música da primeira fase, todas as outras são muito boas e ficam bem ambientadas com as fases as quais pertencem. Em especial a da segunda fase, a da areia.
Bem, como vocês podem perceber, Sonic Blast não é um bom Sonic. O triste é que ele não consegue nem ser um jogo medíocre no geral (não considerando apenas a franquia), ele é bem ruinzinho mesmo.
A impressão que me dá é que os jogos de Master e Game Gear da franquia foram perdendo qualidade ao longo dos lançamentos. A cada jogo novo, tenho alguma coisinha que não gosto. E o pior é que a maioria delas não dá pra dizer que é algo tipo nível de exigência meu ou qualquer coisa similar, é fato mesmo que os jogos foram ficando piores. Sonic 1 é incrível, Sonic 2 é muito bom, Chaos é interessante, Triple Trouble é fraco e Blast é ruim. Dá pra ver a descida de qualidade, não precisa nem daqueles gráficos em Power Point.
Concordo com quem diz que estes jogos em 8 Bits são muito mais “experimentais” de certa forma que os de Mega Drive, jogos que a SEGA e a empresa desenvolvedora sempre gostaram de arriscar algo novo. Enquanto uns deram muito certo, outros não foram tão bem assim. Este se enquadra na segunda categoria. Ou abaixo dela.
É isso. Chega o fim a era de jogos da franquia para os 8 bits dentro da Maratona. No próximo post, será encerrada de vez a era clássica do personagem e já aparece o primeiro contato com a era moderna. Será um marco desta seção aqui no blog. Espero que a chegada da era moderna não me desanime de continuar. Ai ai ai, Sonic 2006 tá chegando!
Obrigado a todos por mais esta leitura!
Deixe também a opinião de vocês nos comentários!
Abraço e até o próximo post!

Final estilo Nintendinho?
Show de bola.
É interessante sofrer lendo o sofrimento alheio… Huhuhahaha! Mas é assim mesmo. Joguei muito Sonic no Mega e dificilmente pego algo em 8 bits pra jogar, mas sei que alguns jogos nessa plataforma não foram felizes, assim como alguns Sonics que saíram depois dos 16 bits, também tiveram fortes críticas.
Quando você falou do personagem pesado, sim, lembrei de Sonic 4, onde temos essa sensação de peso, mas o pouco que joguei do 4, eu gostei.
Os últimos jogos de Game Gear e Master System foram jogos do tipo “faz qualquer coisa aí e beleza, pois ninguém liga!”. Falta zelo… Uma tristeza, pois existiram mercados que os 8 bits duram bastante e mereciam coisas melhores do que jogos feitos com tanta falta de amor.
Eu vou dizer que o único sofrido nos 8 bits é esse mesmo, o tal do Blast. Os demais são divertidos de alguma forma. Ou é totalmente sem graça, que é o caso do Triple Trouble. Mas sofrido não. Acho que entra um pouco no que vc disse, mas no sentido de “tive uma ideia fantástica pra inovar” e na verdade a ideia era tudo menos fantástica! kkkk. Ou caiu naquela de “precisamos lançar um jogo do Sonic” e de fato mandaram um “entrega qualquer coisa aí”. Vai saber…
Os posteriores aos 16 bits eu já comecei a descrever, quem sabe até 2036 saem todas as minhas opiniões sobre cada um deles? hahauahuahuahuah
Não vou opinar ainda sobre o 4, mas eu tô meio fora dos padrões também.
Valeu VZWilly!
Essa fase de água é a pior da franquia, nada nela se salva.
Cara, eu ri alto aqui, mas meio que de desespero! kkkkkk
Pq eu acho que vc tem razão… me deu a ideia de elaborar um top 10 piores momentos da franquia Sonic quando acabar a Maratona! Gostei! kkk
Valeu Thiago!
Não joguei essa versão mas vi o Velberan jogar em seu canal no youtube.
Fiquei com dó do Velberan, deve ter sofrido também… 😦
kkkkk
Valeu Rock!
O Sonic Blast é uma espécie de pecado gamístico meu porque nunca tive vontade de jogá-lo até o fim. Eu costumo ter certo apreço pelos jogos ruins ou pouco convencionais do ouriço, mas o Blast sempre me pareceu completamente sem graça.
Pecado??? Eu diria redenção!!!! kkkkkkkk
É uma bênção não ter jogado. Mesmo que vc goste dos menos convencionais, pode ter certeza que sem graça é até elogio! kkkk
Acho que nem aquele Sammy Classic Sonic Fan (e pessoas malucas similares) deve(m) gostar desse jogo… rs
Valeu Emerson!
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