Maratona Sonic: Sonic Rush (DS)

Como estão, caros leitores?

Prontos para mais um episódio da Maratona Sonic? Eu espero que sim, é o que tem pra hoje!

Depois de passar pela charmosa trilogia Advance no fantástico Game Boy Advance, chegou a hora de experimentar o jogo debutante da franquia no sucessor dele, o Nintendo DS.  Chegou a hora de falar sobre Sonic Rush.

Antes de dar continuidade, quem preferir ouvir a versão em áudio deste post, basta dar play abaixo:

O jogo foi desenvolvido pela Dimps com supervisão do Sonic Team, assim como os demais jogos do portátil anterior.  Foi lançado em Novembro de 2005 no mundo todo, chegando primeiro no mercado norte americano e alguns dias depois na Europa e Japão. A distribuição foi feita pela própria SEGA em todos os lugares.

Vale mencionar que na América do Norte ele foi lançado no mesmo dia que Shadow the Hedgehog. Porém, decidi começar por ele na Maratona. O motivo? Porque eu quis assim, lidem com isso.

Quem diria, já foi uma surpresa ver um título da série Sonic sendo lançado exclusivamente para uma plataforma da antiga rival. Lembram do meu susto com o primeiro Sonic Advance? Pois é. E se eu disser que Sonic Rush também é exclusivo para a Nintendo? Ele só foi lançado para o portátil de duas telas, não tendo nem versões posteriores para outras plataformas. A parte boa é que ele pode ser jogado também no 3DS, devido a retrocompatibilidade.

Aliás, foi usando o 3DS que eu joguei Sonic Rush pela primeira vez em 2013, um ano após ter adquirido o portátil. Pois é, em 2020 eu joguei de novo as fases, enfrentei os chefes, encarei alguns Special Stages. Porém não vivenciei novamente toda história dentro do jogo, pois me neguei a excluir o save game que eu tinha com tudo completo. Com isso, tive que rever toda a história naquele site famoso de vídeos que não patrocina o site, embora exista um canal do blog nele. Diga-se de passagem, foi legal rever tudo.

Fuçando nos e-mails vi que comprei o jogo em Fevereiro de 2012, foi quase um presente de aniversário pra mim mesmo. Eu digo “quase” porque junto com ele eu comprei o infame Sonic the Hedgehog (vulgo Sonic 2006). Legal rever o histórico, comemorei que paguei menos de 10 dólares e que o dólar nesta época era bem baixo. Bons tempos.

Pra quem não acompanha o blog há bastante tempo, no final de 2013 eu apenas fiz os finais normais com os dois personagens e no começo do ano seguinte eu localizei todas as Chaos Emeralds e fiz o final verdadeiro, depois de passar pela fase Extra. Vou detalhar isso mais pra frente.

Dois personagens? Pois é, em Sonic Rush temos dois protagonistas. Além do nosso querido ouriço azul Sonic the Hedgehog, que obviamente é um deles, o jogo marca a estreia da Blaze the Cat.

Diferentemente da maioria dos personagens jogáveis da franquia, a Blaze não tem o movimento de virar bolinha. Na verdade ela pode produzir e manipular o fogo. Sendo assim, os mesmos movimentos que o Sonic faz girando, ela faz protegida pelas chamas. Só é estranho ela produzir fogo debaixo d’água. Ou não, se o Bob Esponja pode, ela também pode.

Ela é a princesa de outra dimensão HIHIHEHEHAHA e guardiã das Sol Emeralds, algo equivalente às Chaos Emeralds da dimensão de Sonic e seus amigos. No princípio ela se revela alguém que acha que precisa resolver tudo sozinha, inclusive ela chega a chamar o próprio Sonic pra luta, batalha esta que é jogável nas duas campanhas e acontece bem no finalzinho delas, antes de enfrentar o último chefe.

A primeira vez que eu vi a personagem, pensei: “só existe uma Blaze, e ela está no Streets of Rage”. Depois de jogar um pouco de Sonic Rush, passei a gostar dela também. Não tanto quanto da ex-policial, claro. No começo da história ela é meio babaquinha, mas com o tempo passa e ela mostra que é bacana. Meio parecido com o que rolou com o Knuckles.

Sonic Rush trouxe outras novidades, como por exemplo a jogabilidade em duas telas fornecida pelo portátil da Nintendo. No começo é normal a gente ficar um pouco perdido jogando nelas, mas com o tempo acostuma e fica bem gostoso de jogar.

Inclusive existem plataformas e desafios que envolvem as duas telas, como paraquedas que estamos na tela de cima e precisamos manipular observando a de baixo para não cair em espinhos ou em badniks; ou mesmo plataformas voadoras, em que estamos na tela de baixo e precisamos ficar observando a de cima para não sermos atingidos.

As duas telas são usadas somente nas fases, não nas batalhas contra chefes e nem em Special Stages.

Outra grande novidade é que Sonic Rush é o primeiro jogo da série em portáteis que utiliza gráficos em 3D. Ainda assim, a jogabilidade é em 2D. Ou seja, temos aqui o primeiro título batizado como 2.5D da série. Mecanicamente falando, o cenário em 3D é utilizado em trechos específicos, especialmente nas batalhas contra os chefes.

Entendo quem não goste deste tipo de solução, só não acho justo se você odiar Sonic Rush por isso e depois sair por aí pregando a palavra do Klonoa ou similares. Klonoa é incrível, a mecânica do 2.5D funciona muito bem nele. O mesmo pode ser dito de Sonic Rush, não adianta você ser hater e tentar ter algum tipo de razão.

Única coisa gráfica que me incomoda em Sonic Rush é o modelo do próprio Sonic. Eu não curti muito como ele ficou, mas aí é gosto meu mesmo. Motivo? Ficou poligonal demais. Depois de passar por jogos tão bonitos em pixel art (trilogia Advance), a gente se depara com algo meio quadrado dá um pouco de frustração. Novamente, menciono aqui o meu gosto, nada mais além disso.

Em matéria de level design, o jogo é totalmente inspirado em Sonic Advance 2. Ou seja, fases grandes e correria desenfreada. No post sobre o jogo eu já fiz o elogio para esta iniciativa. Ele é bem diferente do Sonic clássico que aprendemos a amar no Mega Drive (e alguns tiveram o enorme prazer de conhecer nos consoles de 8 Bits), mas com certeza também tem o seu valor.

De novo, eu entendo quem não gosta deste tipo de design tanto de jogo quanto de fases, só não esqueçam que isso não diminui a qualidade de jogo nenhum, apenas não atinge o seu gosto pessoal.

O meu atinge. Por mais que eu confesse que gosto muito mais do padrão Mega Drive e boa parte dos jogos de 8 Bits, colocaria o esquema de Advance 2 e Rush como meu terceiro “sub-gênero” na escala de gosto pessoal.  Então sim, eu adorei jogar Sonic Rush em 2013/2014 e adorei jogar novamente em 2020.

Aliás, eu vou reviver o que escrevi nos posts do Meme Gamer dos dois anos aqui e analisar se concordo com o que foi dito. Mais justo do que sair editando um post antigo, na minha humilde opinião. Uma coisa é jogar um jogo meio fora de ordem dentro dos lançamentos, com outra cabeça; e outra coisa é seguir esta ordem a risca e já ter vivenciado bastante coisa. Com certeza muda alguns pensamentos.

Em 2013 eu escrevi: “Joguei de cabo a rabo, mas demorei pra entender como entrava nos Bonus Stages pra obter as Chaos Emeralds. Na verdade, confesso que pesquisei pra saber, depois de ter fechado todas as fases e derrotado todos os chefes tanto com o Sonic quanto com a Blaze. O jogo tem uma dificuldade até que considerável pra jogos da franquia, fiquei irritado em alguns momentos. E agora no fim do ano, o único momento em que pude jogar algo foi durante as viagens pro trabalho, então fiquei mais ou menos uma ou duas semanas me descabelando com os Bonus Stages, alguns deles são difíceis (em especial, o último). Preciso ver o True Ending dele ainda, creio que tenha um. Quem sabe até o final do ano não consigo?”

E em 2014 disse o seguinte: “Comecei o jogo ano passado, inclusive falei disso no post do meme de 2013, então não vou me aprofundar. Acrescento que este ano peguei todas Esmeraldas do Caos e fiz o True Ending. Já recomendei este jogo antes e faço novamente, ótima pedida para fãs de jogos clássicos do ouriço.”

Tirei foto no dia que peguei a última Chaos Emerald, ainda no final de 2013.

Dito tudo isso, tem apenas um ponto que eu discordo: a recomendação para fãs de jogos clássicos do ouriço. Isso porque normalmente estes jogadores tem a cabeça mais fechada, normalmente não aceitam algo que saia do script dos 16 Bits.

Sendo assim, vou mudar o discurso para: recomendo para jogadores sem frescura fãs de jogos sidescroller rápidos. Quem curte plataforma talvez se divirta em alguns momentos também, embora talvez se incomode com o excesso de velocidade do game e os momentos em que é necessário algum reflexo quase sobre-humano pra não levar dano. Tipo de coisa que é pra quem gosta mesmo, acaba se tornando controverso. Só não vale ser injusto.

Por falar em partes rápidas, há mais duas grandes novidades neste jogo: o boost ou (super boost) e a barra de tensão para executar o movimento. Uma barra vertical aparece na lateral esquerda da tela e ela vai enchendo conforme derrotamos badniks ou executamos acrobacias no ar (com os botões B e R), quando passamos nos checkpoints ou mesmo quando coletamos itens com estrela.

Ao segurarmos o botão X ou Y do portátil, o personagem escolhido entra em modo super boost, aumentando consideravelmente a velocidade e ficando invencível contra badniks, mas não contra esmagamentos, espinhos, buracos e alguns outros tipos de armadilha. Conforme usamos o boost, consumimos a barra de tensão.

Esta barra tem três níveis, diferenciados por cores: azul, amarela e vermelha. Se enchermos toda a barra vermelha (terceiro nível), ela começa a piscar em dourado e o personagem pode usar o super boost sem consumir a tal barra por algum tempo. É bastante útil e se o jogador souber gerenciar isto bem. É possível mantê-la neste estado por bastante tempo, já que o tempo se prolonga conforme vamos executando as ações que normalmente enchem a barra.

O modo super boost acabou sendo utilizado em diversos jogos seguintes da franquia, tanto os exclusivos de portáteis quanto os lançados para consoles de mesa e PCs.

Em Sonic Rush, o super boost é necessário para entrarmos nos Special Stages. Nas fases do Sonic existem itens com uma estrela desenhada em que o ouriço pode se pendurar. Se executamos o boost pendurados nela por tempo suficiente, o herói começa a girar alucinadamente nela até que é transportado para o estágio especial. As Chaos Emeralds, como de costume, são necessárias para que seja liberada a fase Extra e o verdadeiro final do jogo.

Este método de entrada nos Special Stages acabou ficando bastante “misterioso” pra mim quando joguei em 2013. Passei por vários desses Special Generators (como são chamados) e achei que fosse apenas uma plataforma de se pendurar e tentar atingir níveis mais altos, como acontece em outros jogos do ouriço. Depois de ter concluído as duas histórias eu fui pesquisar como fazia para conseguir as Chaos Emeralds e tive que jogar as fases de novo para encontrar os Special Generators e coletar as esmeraldas.

Sobre os Special Stages, aí entra uma mecânica que eu aposto que muitos não curtiram: a tela de toque. Lembrem, estávamos em 2005, tela de toque era uma grande novidade ainda. Reza a lenda que a Nintendo pedia ou mesmo exigia aos desenvolvedores colocar algo que fizesse a utilização da tela de toque. E mesmo que não exigisse, era um diferencial na época. Os estágios especiais são no formato similar ao de Sonic 2, com aquele semi tubo, visão por trás do personagem, coleta de argolas e desvio de obstáculos. A diferença é que a jogabilidade é feita com a stylus do portátil.

A mecânica de toque funciona muito bem e os Special Stages ficam com aquela cara de mini games, o que não é mal negócio. Até porque eles são relativamente fáceis e bem divertidos. Cada nova fase incorpora algum tipo de novidade, porém os únicos que possuem alguma dificuldade são os dois últimos. Ainda assim não são nada de mais. Sonic Rush é um dos jogos da franquia menos punitivos para pegarmos as benditas das Chaos Emeralds que eu consigo me lembrar.

O progresso do jogo é salvo a cada Act finalizado. Tipo de coisa que funciona muito bem para jogos portáteis. O único ponto “negativo” (muitas aspas aqui) é que este tipo de coisa meio que invalida o sistema de vidas. Como se fossem dois conceitos conflitantes. Nada contra ter ou não ter, isso não muda nada na qualidade do game.

Como nos jogos da trilogia Advance, os caninhos estão presentes aqui também. Só que tudo funciona muito bem neste jogo. Inclusive é possível fazermos acrobacias nele pressionando o botão R, e isso também serve para aumentarmos a barra de tensão, além de aumentar a pontuação.

Existem plataformas que utilizam o ambiente 3D do jogo. A maioria são ações em que não temos controle, ou seja, o personagem se move automaticamente. São plataformas fazem os personagens aproximarem ou se afastarem da câmera. Tipo de coisa bacana de ver, mas não acrescenta nada na jogabilidade.

Outra coisa que achei bacana é uma parte bem específica, no final do Act 2 da Mirage Road (Zona 3 da história do Sonic) onde somos colocados em uma plataforma navegando por um rio e nesta parte a jogabilidade ativa o eixo Z para movimentarmos o personagem. É uma parte onde ficam caindo rochas gigantes para desviarmos e mais badniks para derrotarmos. Fica parecendo uma “fase do elevador” de jogos beat’em up. Com muitas ressalvas, claro.

Como nos jogos da série Advance, temos no jogo ao todo sete Zonas. Cada uma delas fornece uma Chaos Emerald. As Zonas são apresentadas no mapa estático conforme são liberadas. Além delas, o mapa também mostra o Workshop do Tails (apenas com Sonic) e a casa da Cream. São lugares que só servem para avançarmos na história, apresentando diálogos entre os personagens. Não são fases jogáveis.

Estou citando bastante os Sonic Advance, né? Bem, o jogo é da mesma desenvolvedora e muito é inspirado pelos jogos. Provavelmente muito foi aproveitado. Até algumas fases são muito parecidas (em questões gráficas e alguns gimmicks), mesmo com nomes diferentes. Um exemplo é a última Zona, que possui inversão de gravidade. Algo presente nos três jogos do GBA. A Dimps parece gostar dessa mecânica.

Outras ideias reaproveitadas são as plataformas ativadas por botões, como em Sonic Advance 3. No jogo de DS eu fiquei muito menos incomodado com isso do que no jogo de GBA. Embora até alguns caninhos sejam ativados por botões, nem todos são partes essenciais para passar de fase, costumam ser trechos que te mantém no caminho mais rápido, ou mais fácil, ou algo do tipo. No Advance 3 tem muitas partes que resultam em vidas perdidas. No Rush eu passei por poucas situações desta forma, e quase todas foram na Night Carnival.

Cada Zona é composta por dois Acts e mais uma batalha contra chefe, que fica separada dos Acts. Assim que iniciamos o jogo pela primeira vez, já começamos controlando o Sonic diretamente no primeiro Ato da primeira Zona, sem mapas, sem seleção de personagens nem nada.

Somente após derrotarmos o primeiro chefe que a Blaze aparece durante a cutscene, rouba a Sol Emerald que o Dr. Eggman deixa cair e os heróis têm um diálogo rápido. Somente após isso somos apresentados ao tal mapa estático. Logo na sequência também recebemos a notificação que a Blaze está disponível para seleção. A partir daí podemos escolher a próxima fase ou qualquer outra que já tiver sido jogada.

Além das sete Zonas, do Workshop do Tails e da Casa da Cream ainda tem uma Final Zone, que na verdade é só a batalha contra o último chefe da campanha de cada um dos personagens. Ele não é tão fácil quanto parece num primeiro momento, também usa efeitos 3D e ainda tem uma questão que lembra um pouco Quick Time Events, mas sem ser QTE de fato (precisamos abaixar no momentos certo para não sermos arremessados pra longe). É uma batalha razoavelmente desafiadora e de certa forma divertida.

Ah, da mesma forma que na trilogia Advance, o Super Sonic fica disponível apenas na fase Extra, não é possível utilizar a transformação nas fases normais como em jogos mais clássicos do ouriço.

As fases da Blaze são exatamente as mesmas do ouriço, só que sem os Special Generators. Outra diferença é a ordem em que as Zonas são jogadas, não é a mesma para os dois personagens. Para obter as Sol Emeralds, basta derrotar o Dr. Eggman com a Blaze.

Por falar nisso, além da heroína ter sido enviada para a dimensão do Sonic, também foi parar por lá um sósia do Dr. Eggman, chamado Dr. Eggman Nega. Ele é o vilão da dimensão da Blaze e, como é de se esperar, está conspirando junto com o cientista do mundo do ouriço para dominação dos dois mundos. Dr. Eggman Nega é quem o ouriço enfrenta nas batalhas, enquanto a gata (me senti estranho chamando ela assim) enfrenta o próprio Dr. Eggman. Uma inversão de rivais interessante na história.

Aliás, isto tudo é mais para efeito de história mesmo, que por acaso é aquela mesma coisa de sempre. Dominação mundial, etc. Em termos práticos, as batalhas contra chefes são idênticas com os dois personagens, às vezes mudando as cores dos robôs. Como se eles tivessem construído duplas de máquinas para pilotarem. Pensando assim não faria muito sentido, mas é mero detalhe que não merece importância suficiente pra ser debatido.

As batalhas contra chefes usam e abusam do ambiente 3D, como falei. Elas são bastante criativas ao meu ver, provavelmente pegam ideias de outros jogos de outras franquias, mas que em Sonic é tudo muito novo. Até por ser o primeiro jogo em 2.5D. Tudo é muito bem feitinho inclusive, então não tem nada para reclamar. A não ser que o jogador não goste deste tipo de coisa, mas aí não tem o que fazer. Gosto não se discute, se lamenta.

As histórias da Blaze e do Sonic acontecem de forma separada no gameplay, mas acabam se cruzando em alguns momentos, como logo no comecinho que eu comentei lá em cima. Lembra um pouco o esquema do primeiro Sonic Adventure e de outros jogos lançados após ele.

A fase Extra é bem clássica, aquela fase voando com o Super Sonic para derrotar uma máquina do vilão que está carregada com o poder das Sol Emeralds. Além do Super Sonic também temos a Burning Blaze, que é a versão super da heroína também empoderada pelas Sol Emeralds. UHU USEI “EMPODERADA” EM UM TEXTO! TÔ NA MODA! Esta fase é jogada de forma alternada, primeiro com o ouriço e depois com a gata (definitivamente não consigo me acostumar a chamá-la assim, soa muito estranho).

Sobre habilidades, somente o Sonic possui o seu conhecido (e talvez infame) homing attack. O ataque também estava presente em Sonic Advance 2 e Sonic Advance 3 e eu diria que em todos eles (inclusive Rush) isso quase passa batido, já que o level design não foi projetado pensando nisso. Aliás, neste jogo ele é ainda mais “escondido”, já que é executado com o botão R e mais o direcional, além de precisarmos estar bem próximos de algum inimigo. Tanto é que a primeira vez que joguei eu nem lembro de ter feito, só agora em 2020 que eu fiz sem querer. Sinceramente, não curto este ataque em jogos 2D, mas em nenhum destes jogos a presença dele me incomodou.

Já a Blaze tem uma certa limitação: como falei anteriormente, ela não rola no formato de bolinha, mas sim meio que na horizontal formando uma espécie de tornado em chamas. Por conta disso ela não ganha velocidade de forma automática, mesmo em descidas. Em contrapartida, quando pressionamos o R no ar junto com o direcional pra cima, a acrobacia que ela executa atinge locais mais altos que o ouriço. Ajuda a explorar um pouco mais as fases.

Uma bronca minha: toda vez que a Blaze é atingida, ela dá um gemido digno de entrar naquele site que começa com X e que não patrocina este blog. Não que eu acesse ele, jamais. Só não é pior que o grito “YES” que o Tails dá a cada vez que a gente muda de Zona (!) no mapa. Ficar lá trocando incansavelmente e ele gritando “YES” sem parar é complicado. Enfim, deixa eu parar com o devaneio pornográfico e voltar ao jogo em si. Não, eu não tenho tara pelo Sonic e seus amigos, antes que me questionem.

Ainda pensando em jogabilidade, novamente voltaram com a ideia de coletar itens em caixinhas simplesmente encostando nelas, como nos dois primeiros jogos da trilogia Advance. Em um jogo veloz como Sonic Rush isso faz total sentido. Além das caixas de itens, também aparecem no jogo alguns balões, como os de Sonic Adventure 2 e Sonic Heroes. Foi a primeira aparição deste tipo de “item box” em um jogo 2D.

A física do jogo funciona muito bem. Ás vezes parece um pouco estranho controlar o personagem durante trechos que não são de correria (especialmente com muitas plataformas). Não porque seja ruim, mas sim porque são momentos diferentes mesmo. Não é que a física seja quebrada ou alguma coisa funcione diferentemente do esperado (pegando como exemplo o pulo estranho de Sonic Advance 3).  Lembrando que ela é diferente da presente em jogos mais clássicos.

As fases não costumam ter muitos inimigos, mas nem por isso o jogo é sonolento. Como falei lá em cima, o jogo vira e mexe coloca uma armadilha ou uma parte com desafio de plataforma. São fases pensadas no tipo de jogabilidade mais voltado pra correria mesmo, o que no fim das contas fica diferente de fases pensadas para jogos mais clássicos.

Lembrando que todas estas comparações com os primeiros jogos da franquia são apenas isso, comparações. São coisas que eu posso relatar que são diferentes. Nenhuma delas significa que seja pior ou melhor.

Sonic Rush foi o primeiro jogo da série para portáteis que possui um rankeamento bem explícito, com notas baseadas em letras. Teve a adição do Rank S, a maior nota que pode ser alcançada. A pior nota, entretanto, é Rank C. Tudo é baseado na pontuação obtida durante a fase. Esta pontuação sobe bastante quando terminamos a fase rapidamente. Tirar rank máximo em todos os níveis não muda nada no jogo, é só pra massagear o ego mesmo.

Um grande ponto de destaque em Sonic Rush é a trilha sonora do jogo. Ela é bem variada e muito viciante. Cada Zona possui a sua música e tocam remixes diferentes quando jogamos com o Sonic ou a Blaze. Não é, digamos, uma trilha sonora que tem cara de “música de videogame”, são músicas com gêneros contemporâneos (pra época). Foi o primeiro título da franquia para portáteis com esta característica. Até por questões técnicas.

O melhor de tudo é que não temos em Sonic Rush aquela sobrecarga de rock cool que acompanha os jogos da época. Como falei, ela é bem variada, alterna entre música eletrônica e o bom e velho rock, quando não mistura os dois gêneros. Todas as músicas são espetaculares. É impecável que fala, né?

Méritos da dupla Teruhiko Nakagawa e Hideki Naganuma. O segundo foi um dos compositores responsáveis pela trilha de Jet Set Radio, um jogo que foi bastante aclamado por sua trilha sonora (entre outras características). Inclusive há músicas que são similares a deste jogo, algumas intencionais, outras nem tanto.

A batalha entre o Sonic e a Blaze tem um desfecho diferenciado. O último hit sempre é uma disputa de poderes entre os dois personagens, algo que fazemos pressionando A e B rapidamente. Aí sim entra o tal do Quick Time Event, mas fica muito mais com cara de um Dragon Ball Z Budokai da vida do que um God of War. Tipo de coisa que muitos consideram besta dentro de um jogo, mas por alguma razão eu achei divertido. Só me dá desespero de apertar aqueles botões minúsculos do 3DS nessa velocidade, dá impressão que vai quebrar tudo.

Quanto à tela de toque, a funcionalidade dela não se limita apenas aos Special Stages. Há um gimmick bobinho durante as fases, onde podemos tocar no personagem quando ele está na tela sensível a toque. Cada personagem reage de um jeito, ambos de forma cômica. O Sonic olha feio para o jogador e começa a se coçar, enquanto a Blaze salta como se estivesse desviando, vira de costas e bate o pé de forma irritada. Confesso que eu só experimentei isso depois que pesquisei e vi sites dizendo que era possível. Enquanto jogava mesmo eu nem pensei em tentar isso.

Vamos lá galera, não venham com papo furado de que tela de toque estraga o jogo. Se fosse algo totalmente controlado por toque eu até entenderia, é muito desconfortável e impreciso jogar um jogo de plataforma assim. Mas os controles estão lá disponíveis e tudo que é touch é gimmick ou mini/bonus game. Se você tem tanta raiva assim de tela de toque, por que então você usa um smartphone e não um daqueles celulares antigos com o jogo da cobrinha? Just saying.

Outra curiosidade que eu acabei encontrando durante pesquisas é que há um erro de escrita na caixa americana do jogo. Tem uma frase que diz “new a mysterious”, onde o “a” está sobrando na frase, deixa ela quase sem sentido. Não, o jogo não é ruim porque tem um erro de escrita na contracapa dele, se isso passou pela sua cabeça, você precisa de acompanhamento médico. Pare de tentar achar defeito só porque você não gosta.

Bem, no fim das contas, é perfeitamente possível terminar todo o jogo em mais ou menos quatro a cinco horas. Ele é curtinho, como um jogo de portátil deve ser. A adição do save (que na verdade vem desde os jogos de GBA) deixa a tarefa de terminá-lo bem tranquila, então acaba se tornando uma ótima pedida pra quem não tem mais tanto tempo assim pra investir em games. Ainda mais em uma época em que um jogo novo considerado curto tem pelo menos umas oito horas de gameplay na história principal. E ai se tiver menos do que isso, o choro causa enchentes.

É bom dizer que eu não testei os modos Battle Play e Time Attack. Sem tempo, irmão! Foco total na campanha principal.

Enfim, não dá para negar, Sonic Rush é extremamente divertido! Inclusive a recepção dele na época foi positiva, com notas variando entre 80% e 90% do total de cada veículo da mídia especializada.

Com reviews positivos em sua maioria, foram enaltecidos pontos como utilização de elementos de jogos clássicos, os gráficos e a trilha sonora, entre outras coisas. Teve até quem falou que é tão divertido quanto os jogos do Mega Drive. Talvez eu não estivesse tão errado em dizer que fãs da franquia clássica se divertiriam. Apesar que um dos pontos mais criticados de forma negativa foi o excesso de velocidade, a ponto de parecer às vezes que não dá para saber o que está acontecendo direito no jogo. Acho um pouco exagerado, mas não é incorreto dizer isso.

Teve site que colocou Sonic Rush entre os 25 melhores jogos do DS, depois que a plataforma foi descontinuada. Eu sinceramente joguei pouca coisa do portátil pra dizer se concordo ou não, mas acredito que isso deixa evidente que o jogo tem sim bastante qualidade.

Sonic Rush pode não ser o jogo do ouriço que você espera jogar, ainda mais quem cresceu junto com a franquia. Ele é diferente, bem diferente, só que isso não é exatamente negativo e eu acredito fortemente que esta modalidade e a mais clássica podem coexistir. Eu continuo preferindo os jogos mais clássicos, mas aceito uma correria desenfreada em 2D vez ou outra no meu cardápio.

Se você é da tchurminha galera do Mega Drive e refuta o jogo por ele não ser a mesma coisa do Sonic de 16 Bits, tudo bem, eu te entendo. Não é o que você queria, não é o que você gosta. Contudo, fique ciente que não é o seu gosto que vai dizer que o jogo é ruim, então recomendo que respire fundo antes de sair atirando pedras, achando que tá abafando. Você só estará cometendo uma grande injustiça e provavelmente atraindo alguns haters no processo.

Tipo, fazendo uma analogia bem deliciosa tosca, não é porque eu prefiro hambúrguer que eu não amo pizza também. Ou seja, o fato de preferir um estilo não invalida o outro. Ou cancela, termo que tá na moda. Tô muito jovem ultimamente. Lacrei!

Assim como fiz em 2013/2014, continuo recomendando o jogo a todos os jogadores. Tira aí uma porcentagem mais enjoada que eu citei acima e o pessoal que não curte um jogo acelerado por qualquer que seja a razão. Os demais vão ter uma experiência satisfatória, tenho certeza.

Gostei de jogar naquela época e gostei de jogar novamente em 2020. Foi muito legal jogar ele imediatamente após os jogos de GBA, em especial Sonic Advance 3 e poder fazer tantas comparações. Pude sentir novamente o jogo e perceber muitas coisas que não perceberia só assistindo vídeos pra relembrar e tentar deduzir alguma coisa.

Uma das melhores coisas que eu fiz foi me motivar a jogar os jogos da franquia na ordem de lançamento. De vez em quando eu tenho que passar por uns títulos não tão agradáveis assim, mas mesmo eles são capazes de me ensinar coisa ou outra. Foi uma boa ideia, não me arrependo de forma alguma. Mesmo que eu tenha feito todo aquele drama no post sobre Sonic Heroes e com toda paranoia que eu tô de saber que vou encarar na sequência Shadow the Hedgehog e muito próximo dele o Sonic the Hedgehog (o de 2006).

É isso. De novo a Maratona Sonic vai entrar em hiato pela duração do próximo jogo e a minha falta de tempo. Vou tentar não deixar o blog abandonado neste meio tempo.

Meus caros, obrigado mais uma vez pela leitura.

Até o próximo post!

Aquele abraço com boost!

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Sobre Gamer Caduco

Apenas mais um cara que nasceu nos anos 80 e que desde que se conhece por gente curte muito videogames, não importa a geração.
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14 respostas a Maratona Sonic: Sonic Rush (DS)

  1. aki é rock diz:

    Eu zerei esse jogo do Sonic a alguns anos atrás e curti bastante viu joguei com ambos os personagens não cheguei a fazer o melhor final mas pra mim está bom viu qualquer coisa vejo no youtube.Belo post Caduco cada vez mais detalhados e com muita informação sobre vários pontos do jogo continue assim acho demais isso.

    • Pô Rock, valeu pelos elogios! Agradeço mesmo pelo reconhecimento.
      Sobre o melhor final, daí precisa ver se vc curte explorar as fases com o Sonic pra encontrar os Special Stages e os próprios estágios especiais pra pegar as Chaos Emeralds. É tudo bem fácil, de verdade. Eu me diverti com tudo isso.
      A batalha final é legal de jogar, também me diverti com ela.
      Mas se alguma dessas coisas for frustrante pra vc, melhor ver em vídeo mesmo… rs.
      Valeu Rock!

  2. Já acho esse jogo meio estranho, a dificuldade é muito desbalanceada, a distância entre normal e fácil é imensa, a trilha sonora é boa a primeira vista, depois começou a me incomodar bastante e as fases tem uns momentos de Sonic Heroes, em que vc precisa ficar quicando, que nem um tonto em cima de badnicks burros, mas resistentes, que quebram o ritmo. De qualquer forma o texto é bom e estou curioso para ver suas opiniões sobre suas continuações.

    • Eu tenho que confessar: as vezes eu canso da trilha sonora também! hahaha!
      Especialmente a Back to Back, vira e mexe me pego pulando ela no modo randômico do tocador de músicas… rs
      Engraçado que durante o jogo não me incomoda, mas eu entendo seu ponto.
      Sobre o balanceamento, eu não senti muito isso, mas acho que consigo entender. Tem a ver com algumas partes, especialmente os desafios de plataforma, que mudam bruscamente a jogabilidade e se vc tenta passar correndo vc perde muitas vidas. Foi a única coisa que consegui pensar a respeito, mas enfim, posso não ter visto alguma coisa neste sentido durante a jogatina.
      Ah, e sim, as partes dos badniks com mais vida e que não fazem nada de mais são meio estranhas, ainda mais em um jogo do Sonic.
      Não tô tentando justificar nada, só tentando entender as partes que te frustraram a ponto de considerar o jogo estranho. Apesar que de certa forma ele é estranho, foi um formato um tanto quanto diferente dos demais lançados… haha!
      Valeu Thiago!

  3. Mais um jogo que não conhecia nem a existência. Isso é culpa porque eu simplesmente não me interessava por portáteis. Eu abandonei portáteis desde q me lembro como jogar, tinha muito dos problemas de cansar minhas vista, mas também pq sempre joguei em consoles.
    Agora que ando vejo alguns jogos do GBA do Megaman vejo quanta coisa existe! Hahahaha!

    Sobre esse Sonic, achei interessante. De algum modo ele me remete muitoooo aos do Megão.
    Preciso de mais umas 3 vidas para jogar tudo que queria hahahaha!
    Mas de qualque forma excelente texto Cadu, tudo bem detalhado! Parabéns!

    • Olha aí Ivo, vc fica jogando 3DO, Super Nintendo e Mega Man e dá nisso… fica sem conhecer as outras coisas boas da vida! ahhahuahuahuahu
      Tô zoando, vc sabe que eu não perco a chance… kkkkk
      Cara, coloca aí no backlog infinito pra conhecer Sonic Rush sim, só não sei como vai ser a experiência com duas telas se quiser emular pra não passar pelo cansaço da vista e tal. Acho que de qualquer forma ela vai valer a pena. Ou não, não sei como vai ser a parte de toque dos Special Stages. Bom, vou deixar vc testar e me contar um dia… haha!
      Sobre Mega Man, eu tenho a mesma sensação que vc… muita coisa pra conhecer ainda. Fora as outras franquias. Fora os consoles que eu nunca encostei (3DO mesmo, por exemplo).
      Não adianta, a gente não consegue jogar tudo o que quer em uma vida só. Bem triste, mas é a verdade. E eu perdendo tempo jogando os Sonic ruins agora, tá louco… hahahaha!
      Valeu pela leitura, comentários e elogios, Ivo!

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