Memórias: Olha pai, meu blog de videogames!

Olá meus caros, como estão?

Desde 2016 eu venho coletando algumas memórias especiais, colocando todas elas em uma nota num editor de textos em nuvem e a cada ano eu solto um pouco delas em posts também especiais em uma seção que não poderia ter um nome que não fosse Memórias. Claro, que outro nome poderia ser?

Foram posts muito mais pessoais do que qualquer outra coisa. Todos eles homenageando o meu velho e querido pai, que em 2015 resolveu seguir o rumo em outro plano (se é que este plano existe).

Hoje eu encerro esta seção. Já são cinco anos prestando homenagens a ele, (quase) todas estas homenagens ligadas aos videogames de alguma forma. Infelizmente o estoque de histórias gamísticas dele está no fim, não tem mais como dar continuidade.

Além disso, 2021 é o ano em que eu cheguei ao outro lado da moeda e me tornei pai. Então entendo que é a hora de encerrar as homenagens e, por mais duro que possa parecer o que vou dizer agora, virar a página e seguir em frente. Este é o lema da vida. Mesmo que eu seja uma pessoa que adore revisitar o passado e quem acompanha o blog (e/ou me conhece) sabe muito bem disso.

Sinto como se fosse uma passagem de bastão em uma corrida de revezamento. Está na minha hora de correr na velocidade do som e lá na frente entregar o bastão para o pequeno que por enquanto só sabe sujar fraldas e absorver quantidades assustadoras de leite.

Engraçado pensar nisso tudo justamente em um ano em que eu completo mais uma década de vida e o próprio blog está prestes a completar a sua primeira. Parece até coisas do destino. Não que eu acredite nessas coisas, acho que é tudo uma grande coincidência.

Eu tenho várias outras histórias que não estão relacionadas aos games e que adoraria contar, mas não quero fugir ao tema do blog. Na minha concepção não faz sentido. Vou deixar para contar para os amigos, para meu filho e para quem mais quiser ouvir, mas não aqui.

O post vai ficar um pouco aleatório, pois as memórias que sobraram não formam uma única categoria.

Relembrando os demais posts da seção:

Em 2016 eu falei sobre DOOM II
Em 2017 eu falei sobre Space Cadet 3D
Em 2018 eu falei sobre Tetris
Em 2019 eu falei sobre as jogatinas nos 8 e 16 bits
Em 2020 eu falei sobre as jogatinas a partir da época do PlayStation (One)

Primeiro queria lembrar uma história de quando eu tinha algo em torno de 5 a 10 anos. Não sei a idade exata, estou me baseando no lugar onde eu morava, pois tenho algumas lembranças bem curtas desta época.

Eu precisei fazer uma cirurgia e meus pais por alguma razão falaram pra eu pedir um presente para eles de quando saísse da tal operação. Na época a gente tinha o Atari 2600 em casa, e eu não pensei duas vezes: pedi o cartucho do PAC-MAN.

Sim, PAC-MAN de Atari 2600, “aquele lixo” alguns de vocês podem estar pensando. Eu nem vou discutir a qualidade do jogo, realmente não me importo com isso. A real importância aqui é que eu guardo um carinho enorme por este jogo por causa deste momento especial da vida. O legal é que eu ainda tenho o cartucho até hoje. Só ele, caixa e manual já foram faz tempo.

O Atari não foi um dos consoles que passaram por processo de troca simplesmente porque ele quebrou (duas vezes). O chip dele rachou no meio de tanto que eu forçava os jogos nele. A gente tinha uma porção de cartuchos (a esmagadora maioria “nada originais” da marca). Quase todos eles foram doados para pessoas quando eu ganhei o Master System. Não sei qual foi o critério dos que ficaram, mas felizmente PAC-MAN foi um deles.

Engraçado que desta época eu guardo algumas lembranças como estar deitado na mesa de cirurgia (ou maca, não sei ao certo), o médico colocar uma máscara (anestesia geral) no meu rosto e pedir pra eu contar até dez. Eu lembro de chegar no “dois” e mais nada. Lembro do rosto do meu pai, pois estava olhando pra ele. Segundo ele, eu cheguei a falar o “quatro”, daquele jeito bem mole. Depois me lembro de acordar numa sala bem clara e minha mãe com a caixa do jogo na mão. Que pena que não guardei a caixa e manual, mas eu era pequeno demais para saber como seria o Caduco do futuro e o quanto isso seria valioso pra ele. De qualquer forma, somente o cartucho já é valioso o bastante, não vou reclamar.

Mudando um pouco e até saindo um pouco dos games (mas não completamente), meu pai era apaixonado por livros. Tinha vários. Até deu trabalho separar quando minha mãe se mudou depois que tudo aconteceu. Ele adorava Stephen King, tinha uma porrada de livros do autor.

Mas além dos livros propriamente ditos ele gostava bastante de algumas HQs. Uma delas que ele tinha a coleção completa (se bem me lembro) era de Astérix. Ele curtia muito as aventuras dos gauleses, além de Garfield e Calvin e Haroldo, que ele também tinha alguns exemplares. Tudo isso, claro, respingou em mim e até hoje eu tenho um carinho pelos personagens.

Recentemente saiu a notícia de um beat’em up que está sendo desenvolvido dos heróis gauleses, com direito a algumas animações que foram mostradas no trailer que tem tudo a ver com os desenhos animados (e as HQs, por que não?) que foram feitos no passado. Com gráficos desenhados a mão e tudo mais, o jogo está muito lindo. E é um beat’em up, tipo de jogo que raramente deixa a desejar.

Obviamente pensei no meu pai assim que vi o trailer, agora quero demais jogar este jogo como mais uma homenagem a ele. Por mim, claro, mas fico realmente sentido que ele não vai ver este jogo, tenho certeza que ele iria se divertir mesmo que fosse assistindo. Mas a vida tem dessas coisas, imagino que daqui uns 100 anos vão lançar coisas que eu também não vou conseguir ver, coisas que eu provavelmente iria curtir muito. Ciclo da vida.

Outra história legal é sobre o último console que ganhei dele de presente, o PlayStation (One). Eu já contei isso mais ou menos no post que fiz sobre o console, porém acho legal destacar que na época a minha mãe um tanto quanto brava comigo por ter tido um desempenho abaixo do esperado nos estudos (e com razão, claro). Mesmo assim meu pai queria de toda forma me dar o console, me viu falando bem pra caramba dele e tudo mais. Sabia que eu queria muito.

Ele sempre foi o lado mais “diversão” da relação, enquanto minha mãe era o lado mais “responsabilidades”. Talvez isto seja o “normal”. Sexismos a parte, é natural a mulher amadurecer mais rápido. Enfim, de alguma forma ele conseguiu convencer minha mãe para que eles me presenteassem com o videogame no Natal de 1999, e este é mais um dos itens que eu guardo até os dias de hoje com todo carinho mesmo não encostando mais tanto nele nos dias de hoje (além de uma troca de leitor que fiz recentemente, o reflexo pode ser visto nos posts sobre meus 40 anos em algumas fotos que tirei, dá pra ver aqui).

No fim era a minha mãe que estava com a razão, já que eu ainda tive uma leve piora no desempenho que já não estava bom e agora parece que piorou. No fim das contas ela conseguiu usar tudo isso pra me dar uma baita lição de vida alguns anos depois, foi sensacional. Tudo isso é história, não vou entrar em detalhes. Mas importante mesmo é que ele influenciou na compra do PSOne e este se tornou o último console de presente que ele me deu. Como para mim foi outro marco importante, cabe dizer que vinte anos depois a minha mãe queria me dar um presente e resolveu dar um Genesis Mini. Então o contador de “consoles de presente” dela acabou se renovando. Sorte a minha!

Acho que já é hora do gran finale.

Já falei em todos os posts da seção Memórias que meu pai sempre foi muito presente. Todas as minhas tentativas de algo na vida ele apoiou de alguma forma. Olha que aqui entram pilares totalmente diferentes: esportes, música e games. Como o blog é de games, vou falar apenas sobre ele. E aliás, como este é o último post da seção e como o blog está para completar dez anos daqui dois meses, resolvi associar as duas coisas para fechar a seção com chave de ouro.

Meu pai foi a primeira pessoa a se cadastrar no Gamer Caduco para receber atualizações por e-mail. Quando eu criei o blog não saí por aí divulgando, tentei ver o quanto ele alcançaria por si só (e tive um resultado satisfatório) para somente seis meses depois eu começar a anunciar pras pessoas que eu conhecia (pessoal e/ou virtualmente). Mesmo assim, antes disso comentei em casa que tinha criado o site e meu pai logo pediu a URL. Sem eu dizer nada ele já tava lá se cadastrando.

Ele lia os posts. Provavelmente não todos, mas ele lia boa parte até onde sei. Pelo menos até algum momento entre 2013 e 2014. Inclusive ele fez comentários em alguns dos textos, até me ajudando a recordar algumas histórias que eu não lembrava, como o fato de um Atari 2600 que foi prêmio de uma rifa que ele participou.

Quando ele não comentava no post diretamente, ele vinha pessoalmente me dizer alguma coisa. Eu lembro de umas quatro ou cinco vezes que ele chegou para mim e disse algo como “eu li seu texto, não entendi po**a nenhuma, mas eu li e gostei”. Os dois sempre caíam na risada. Até cheguei a tentar elaborar o que tinha sido postado explicando uma coisa ou outra, mas a conversa nunca foi muito adiante. Mesmo que ele se mostrasse bastante interessado. Ele aparentava sentir orgulho de eu ter o blog, sabem? Eu não sei dizer o porque. Talvez um dia eu entenda melhor, só não chegou a época ainda.

Engraçado que mesmo que eu já tivesse passado dos 30 anos, eu ainda sentia um pouco daquela vergonha tosca que a gente sente dos pais, sabem? Todo mundo já teve isso com toda certeza. Era uma vergonha muito leve, muito menor do que a dos 20 e poucos anos, mas ainda existia. Então eu não sinto como se tivesse respondido os comentários que ele fez da melhor forma possível. Mesmo que eu não me recorde das respostas e tenha feito questão de não olhar para elas enquanto procurava por estes comentários.

O motivo desta busca por comentários do meu pai é que eu queria responder eles novamente, meio que reviver uma conversa com ele sobre o assunto. Acho que isto é o mínimo que posso fazer para finalizar esta homenagem e seguir em frente com o bastão na mão em direção ao neto dele. Nada melhor que fazer isto de forma pública, afinal de contas, os comentários também foram públicos. E agora a resposta é com zero de vergonha tosca.

A gente é besta quando a gente é jovem, né? Engraçado que só hoje eu acho que consigo enxergar o valor destas atitudes dele, não sei porque não percebi isso na época. Ele levava muito a sério aquela famosa frase “não basta ser pai, tem que participar”. Em todos os pilares que citei ele participou, vocês não imaginam o quanto.

Eu hoje pego isso como lição e espero fazer o mesmo pelo meu filho. Se eu representar para o pequeno só metade do que meu pai representou pra mim, provavelmente vou me sentir com a missão cumprida. A régua para mim é alta, fico até inseguro imaginando se consigo chegar nesta tal metade. Não por falta de capacidade, mas porque a régua é realmente alta, não sei como explicar. Leiam todos os posts da seção e vocês vão entender um pequeno percentual do que eu estou tentando falar.

Se serei pai de gamer eu não sei, e também não importa. Importa é que eu vou pegar todos estes exemplos que aprendi e apoiar meu filho nas escolhas dele (desde que não tenha nada de ilícito, claro), tentar entrar no mundo dele como meu pai fez questão de entrar no meu. Acima de tudo: não ser apenas o pai, a figura paterna, mas também um amigo. Como meu pai foi pra mim. Triste mesmo foi ele não ter sido avô. Ele teria sido um avô incrível. O melhor, sem sombra de dúvidas.

Hora de trocar uma ideia com meu velho mais uma vez sobre games. Talvez pela última vez.

Um pequeno disclaimer antes (pra variar): eu vou usar a linguagem que usaria com ele e vou usar uma forma de escrita que não uso nos textos mas uso nos comentários e outras redes (com risadas, emoticons, etc). Não estranhem.

Bem, vamos lá. Respondendo na ordem que foram feitos (e não na ordem da linha do tempo dos textos).


No post sobre o Game Boy, em 21/09/2011 às 8:18, ele disse:

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk…..este jogo nós compramos no final da década de 80, e nunca parei de jogar…até hj, como vc mesmo disse.

Tentei comprar e jogar outros Tetris da vida, mas não rolou…sou apaixonadão por esse mesmo.

E faça o favor de devolver o “Meu” aparelho com o jogo….kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

bjus

Seu pai


Em 2021, eu respondo:

Ah, é claro que você ia começar comentando pelo post do Game Boy. Você não largava esse trocinho por nada! kkkkkk

Se estivesse vivo você estaria jogando até hoje, campeão absoluto de Tetris (da família).

Nunca vou esquecer você xingando os Brick Games… huauhahuahua. Para você não era Tetris de verdade, e eu concordo. Embora alguns jogos “extras” dos aparelhos parecessem legais na época. Provavelmente hoje eu xingaria todos eles, não quero tentar experimentar pra ver, meu backlog tá grande… kkkk.

Agora eu não vou devolver aparelho nenhum, se quiser vem aqui buscar. Só não assuste a patroa, o cachorro e a criança, por favor! kkkkkk
Adoraria que fosse possível, mas…

Valeu pai!


No post sobre o Master System, em 21/09/2011 às 8:23, ele disse:

Adoro jogar o Master System tbm, e repito o seu Top 15 como os meus favoritos tbm….se bem que sempre me perdia no Phantasy Star…..kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Coisas de velho


Em 2021, eu respondo:

Agora eu lembrei do “velho é seu pai”. Sempre que eu tirava sarro chamando de velho ou gordo, era essa a resposta que eu tinha. O auge do trocadilho de pai! kkkkk

Putz o Master você jogou bastante mesmo e eu lembro de você tentando entender Phantasy Star, eu ensinando uma porção de coisas até que aparentemente enchia o seu saco e você ia fazer outra coisa. No mínimo engraçado lembrar disso! rs

Valeu pai!


No post sobre o Atari 2600, em 21/09/2011 às 8:30, ele disse:

Cara, compramos o primeiro Atari no início dos anos 80 (logo em seguida, ganhei um em uma rifa na empresa – foi a primeira e única vez que ganhei uma rifa na vida).

Apesar dos gráficos ruins (não reparávamos isso na época, pois foi o primeirão a aparecer no mercado) adorava jogar…de novo repito o seu Tpo 15 como os meus favoritos tbm….

Lembro de um jogo do Michael Jackson que tinha uma vozinha horrível que gritava o nome dele quando fazia pontos…era irritante….mas o jogo era bom….kkkkkkkkk


Em 2021, eu respondo:

Porra, eu sempre me esqueço! É verdade, a gente chegou a ter dois Atari 2600, o segundo é que veio da rifa coincidentemente quando o primeiro quebrou. Acho que a vida queria que eu gostasse de videogames! kkkkk

Eu vou discordar dos gráficos ruins, vou dizer que são rústicos. Deu certo com a “batata de pai”, por que não daria certo com videogames? huahuahua

Mas tem toda razão, perfeito quando você disse que a gente nem reparava nisso na época, era o que tinha, não tinha nem como comparar com o futuro, né? Pena que hoje em dia as pessoas não são capazes de perceber isso.

E o jogo do Michael Jackson é de Mega Drive, pelo menos o que tem a voz horrível! haha
Mas tudo bem a confusão, a gente deixa este leve equívoco de lado e segue o jogo! Primeiro dia comentando no blog, você devia estar nervoso ainda! kkkkk
Aliás, este dia rendeu leituras e comentários, hein?

Valeu pai!


No post sobre o Game Boy Advance (E NÃO ADVANCED), em 26/01/2012 às 17:31, ele disse:

Esse é o meu preferido…..tanto que roubei ele de vc, para jogar meu Tetris

auhauahauahauahauahauahauahauahaua

Bjus….seu Pai


Em 2021, eu respondo:

Pera lá, não vem não! Este era o seu favorito? Como assim? Você gostava mais do Advance do que do tijolão? Por esta eu não esperava.
Será que na época eu me toquei disso? Provavelmente não. Recuso-me a rever o comentário para não influenciar no resto.

Enfim, sim, você roubou ele de mim e eu não terminei os Sonic Advance por sua culpa.
Mentira, eu não terminei porque eu era meio assim mesmo antigamente, jogava jogava jogava e vivia repetindo as coisas, mas não era tão comum eu tentar jogar a sério para terminar. Tempo mudou bastante e agora até post sobre ele tem no blog. Não que pra você faça diferença, né? Você queria mesmo era jogar Tetris, seu pilantra! kkkkkkkkkkk

Aliás, você viu como deixou o cartucho? Ficou marcada a parte que ficava fora do portátil. Aí sim posso dizer que é sua culpa. O engraçado é que eu não olho isso como “putz, o cartucho tá manchado, perdeu valor”. Eu vejo como “esta é a marca que vai me fazer lembrar de você pra sempre”, ou seja, ela ganhou valor. Pro mercado? Não, sentimental. Dane-se o mercado.

Valeu pai!


No post sobre Motion Sickness, em 17/06/2012 às 9:51, ele disse:

Ainda acho que o jeito é jogar com um balde no colo…..tomando cuidado para pausar o jogo quando for vomitar……


Em 2021, eu respondo:

kkkkkkkkkkkkkk

Vai se ferrar, antes que eu me esqueça. Eu preocupado e deixando de jogar um monte de coisa e você me zoando, pra variar… kkkkkkkkk

Putz, que saudades de vivenciar estas zoeiras. Não posso te xingar por isso porque no fim das contas eu fazia o mesmo. E aprendi a rir de quase tudo justamente por conta disso, pena que não consigo levar tudo tão levemente como você levava.

Sobre o balde, vou considerar a ideia. Só não sei como pensar em pausar antes de fazer o cosplay de “O Exorcista”… huahuahuahua. Pior é que eu imagino você imitando a cena, como você sempre fazia neste tipo de coisa.

Caraca, queria poder voltar no tempo pra ver uma dessas.

Valeu pai!


No post de Aniversário de 1 Ano do Blog, em 14/07/2012 às 9:53, ele disse:

Parabéns filhão
Você começou indeciso e cheio de dúvidas, mas com uma excelente idéia na cabeça e, com muita criatividade, chegou a um ano de blog, com sucesso.
Não lí todos os seus posts, até porque não entendo muito de jogos e suas técnicas, mas o que lí gostei muito.
bjus


Em 2021, eu respondo:

Caraca, muito obrigado, pai! Vindo de você me enche de energia para mais alguns anos. Sei que era apenas para o primeiro ano e sincera e honestamente eu nem lembro quais foram os posts que entraram no ar até este aniversário, mas acho que entendo o que quis dizer.

A verdade é que eu continuo indeciso e cheio de dúvidas, mas este sou eu naturalmente! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Fico imaginando como seria você lendo tantos posts de Sonic nos dias de hoje, provavelmente você iria me zoar bastante por isso… hahaha!

Valeu pai!


No post sobre o Game Boy, em 18/07/2012 às 7:50, ele fez um segundo comentário, que foi:

Concordo em gênero, número e grau com vcs….até hoje não ví nenhuma versão de Tetris melhor que a do Gameboy…..até hoje jogo ele (enfim, sequestrei o aparelho, né filhão?…..kkkkkkkkk)


Em 2021, eu respondo:

Mas caceta, que você veio fazer de novo no post sobre o Game Boy? huahuahuahuhua

Pior que você repetiu o que disse, já tava ficando velho, hein? Tá doido! kkkkkkkk

O aparelho que você sequestrou foi o Advance, o tradicional tijolão era seu e eu que roubava às vezes pra jogar este ou algum cartucho emprestado.
Acho que foi isso que te fez comentar de novo, talvez tenha sido uma confusão.

Não importa, o bom mesmo é que eu tenho mais algumas palavras suas por aqui, mesmo que repetidas. Isso me dá uma certa alegria no coração, uma imensurável.

Valeu pai!


No post sobre Shadow Dancer, em 06/04/2013 às 18:26, ele disse:

apanhei pra cacete nesse jogo….kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


Em 2021, eu respondo:

Ô se apanhou, eu lembro de você tentar jogar ele porque gostava do Shinobi do Master (e apanhava nele tanto quanto neste! ahuhuahuauhahua). Lembro que você gostava dele por causa do cachorro. A gente sempre adorou cachorros, né? Altas histórias. Enfim…

Eu apanhei bastante também, mas consegui finalizar. Ele foi importantíssimo pra eu me tornar quem sou hoje, agora pensando nisso não sei porque ele não foi um dos 40 escolhidos no especial que fiz em Fevereiro.

Valeu pai!


No post do Aniversário de Dois Anos do Blog, em 14/07/2013 às 11:32, ele disse:

Parabéns pelo segundo aniversário desta página…sei que vc sempre utiliza de seu perfeccionismo para escrever aqui, e, por isso, tem publicado pouco neste último ano, mas o que postou, postou bonito

Parabéns e sucesso


Em 2021, eu respondo:

Segundo ano foi tão parado assim? Eu nem lembro! Achei que eu ainda tava com motores aquecidos e que tinha sido pouco nos anos seguintes… rs.

Mas piadas e pensamentos aleatórios a parte, muito obrigado pelas palavras. Mais uma vez mostrando o quanto me conhecia e me apoiando da melhor forma possível. Não a toa o blog vai chegar nos 10 anos.

Pena que este foi o último aniversário do blog que você pôde ver.

Caramba, como a vida mudou depois de 2013, tá doido!

Valeu pai!


No post sobre a BGS de 2013, em 03/11/2013 às 17:12 ele disse:

Parabéns filhão

Muito eloquente esse seu trabalho sobre o BGS….até eu que não entendo de games, viajei na batatinha……


Em 2021, eu respondo:

huhauhauhaahauuhahuahua

Caraca, fechou os comentários no blog com chave de ouro também!
Já mandou um “eloquente” pra deixar chique e encerrou com “viajei na batatinha”, fiquei na dúvida se o post ficou bom ou se ficou ruim a ponto de ninguém entender nada! kkkkkk

Se eu levasse vc pra uma BGS, vc faria mais sucesso que os games lá, com toda certeza. Pena que não rolou.

Aliás, pena que este é o último dos comentários, adoraria poder responder mais. Mas a vida não quis deixar.

Pelo menos agora ficam as ótimas memórias e algumas delas registradas em texto aqui na Internet de alguma forma.

Valeu demais, pai! Por tudo, tudo mesmo.


(Eu não pude escolher outro avatar para ele!)

Para os leitores, fica mais um agradecimento por acompanhar a saga do velhinho aqui e suas histórias de vida, muitas dentro dos games e algumas fora deles.

A seção Memórias encerra por aqui, agradeço a todos que estiveram presentes nos episódios dela.

O blog continua!

Ainda tenho mais umas seções pra finalizar e elas vão levar um tempo ainda.

Abraços para todos e até o próximo post!

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Sobre Gamer Caduco

Apenas mais um cara que nasceu nos anos 80 e que desde que se conhece por gente curte muito videogames, não importa a geração.
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10 respostas a Memórias: Olha pai, meu blog de videogames!

  1. Lindo esse post, Cadu. Lindo mesmo. Eu sempre tive comigo que a primeira geração de pais que iriam curtir videogames com seus filhos seria a nossa. Isto é, nós vivenciamos o tempo do Atari pra frente, mas pelo visto seu pai já tinha a mente aberta para os games. Adorei.
    Sobre os gráficos ruins de alguns jogos você chamar de “rústicos” eu ri muito. Tá aí, vou usar mais esse termo “rústico” quando me referir ao querido Atari.
    Parabéns pela homenagem.
    Um grande abraço, Cadu!

    • Acho que no geral a geração de “pais gamers” (apesar do termo “gamer” ser pejorativo nos dias de hoje por pura besteira) é a nossa mesmo, Giovani, vc está certo. Meu caso foi um dos atípicos mesmo, muito por conta do meu pai que fazia de tudo pra ser presente mesmo.
      E sobre os gráficos rústicos, dá pra usar nos gráficos 3D do PlayStation (e rivais) também, quando a galera resolver teimar em dizer aquelas famosas palavrinhas que eu detesto tanto, que são “envelheceu mal”… kkkkkk.
      Valeu pelo comentário e pelos parabéns, Giovani!

  2. Ivo Ornelas diz:

    Lindo texto Cadu. Nem preciso dizer que me identifiquei 100% e ainda mais que sou pai agora também. Poxa, tem palavras nesse texto que deixaram cair suor dos meus olhos. Eu tenho uma saudade dupla nesse caso, meu irmão e meu pai se foram muito cedos e ambos foram as primeiras pessoas a jogar videogame comigo. Eu já também “despedi” no meu blog deles contando minha “história gamer lá’ e você já leu por sinal.

    E se teu filho vai ser gamer ou não… o melhor é deixar as coisas sempre rolarem ao natural e independente do que seja é estar do lado e apoiar sempre.

    No caso do Asterix contigo o meu vai ser o Alex Kidd DX vindo aê. Tem tudo de relação com minha família e meu irmão especialmente.

    É isso Cadu! Abração!
    Ivo.

    • Poxa Ivo, obrigado pelas palavras. É muito triste perder pessoas queridas, passar por isso uma vez é muito triste, duas vezes é ainda mais doloroso. Eu lembro sim das histórias que contou, entendo perfeitamente o quanto vc se identificou no texto por conta disso.
      É bem isso que eu penso também, não sou eu que decido o que o filho vai ser e o que ele vai gostar, o que eu vou fazer é apoiar mesmo. A não ser que ele tente algo ilícito, aí vai precisar me convencer com muita grana… kkkkk. Zoeira, tem coisas que não dá pra apoiar, né?
      A esta altura do campeonato vc já está se divertindo com o Alex Kidd DX, eu nem fui atrás pra ver. Pior que nem o Astérix, mas enfim. Espero que esteja curtindo o remake do Alex Kidd, um dia vou tentar experimentar.
      Valeu Ivo!

  3. Jean Santos diz:

    Apesar de já acompanhar a algum tempo o blog, acho que esta é a primeira vez que comento. Se já tiver antes, desculpe por não lembrar. Cadu, eu chorei lendo esta matéria dedicada ao seu pai. Saiba que este agora é um registro pra posteridade de todo amor e carinho que um tinha com outro. E que é a vez de você e seu pequeno terem também. Faço meus votos para que vocês tenham uma boa vida, cheia de saúde e amizade. E quem sabe um dia não veremos um texto do seu filho contando histórias suas também?

    • Poxa Jean, seja bem-vindo aos comentários então! \o/
      Cara, obrigado demais pelos votos. Ver um texto do meu filho falando de mim eu não consigo nem mensurar com palavras o tamanho do sentimento que geraria. Difícil até de prever. Tomara que não seja um texto me criticando no mesmo nível que eu fiz com Sonic 2006, vou me sentir um pai terrível… ahuahuhauhua!
      Palhaçadas a parte, sim, o texto de fato foi pra tentar registrar esse carinho mútuo entre eu e meu velho e querido pai, matar um pouco da saudade que de vez em quando é sufocante. E ao mesmo tempo celebrar que pude vivenciar tudo isso. Pena que as histórias acabam. Mas ainda bem que as memórias continuam vivas! 🙂
      Apareça mais vezes, meu caro!
      Valeu Jean!

  4. Grande Cadu, que homenagem belíssima essa ao seu pai. Olha, foi difícil mesmo não se emocionar enquanto li. Me identifiquei em alguns momentos com a perca do meu avô, que foi uma figura de extrema importância em minha vida.

    Olha, me falta palavras para dizer o quão incrível foi a experiência de ler tudo isso e terminar com os olhos marejados. Obrigado por compartilhar com conosco esse momento.

    Forte abraço.

    • Opa Diogo, blz?
      Perder uma figura de extrema importância é uma dor que não dá nem pra descrever, né? Quando a gente vê uma história com algumas similaridades não tem como a gente não se identificar.
      Espero que ler o texto também tenha ajudado a te trazer ótimas lembranças do seu avô, um dos objetivos do texto era esse também.
      Estas experiências de vida estão muito, mas muito acima mesmo de qualquer outra coisa, ainda mais aquelas nossas broncas com games pq eles são assim ou assado, tem historinha demais e pouco gameplay, é bugado, ousaram colocar o mesmo nome e tentar usar como reboot uma porcaria enorme, etc etc. É muito bom poder fazer um texto desses de vez em quando pra sair um pouco das mesmices.
      Enfim, valeu demais Diogo!

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