Olá para todos os leitores!

Ao longo dos últimos anos eu aprendi algo que se tornou valioso para a minha vida: que temos que comemorar nossas vitórias, sejam marcos, sejam conquistas, seja o que for. Mesmo quando são pequenas coisas.

Sendo assim, neste post eu gostaria de compartilhar com vocês uma marca pessoal da qual eu fiquei bastante feliz e orgulhoso em atingir, a marca dos 500 jogos terminados.

Antes de dar continuidade, quem preferir ouvir a versão em áudio deste post, basta dar play abaixo:

Isto pode não parecer muita coisa para alguns, mas para mim, considerando a minha história de vida, todas as outras marcas e objetivos conquistados e tudo mais, é um número importante.

Já tem alguns anos que eu falo que gostaria de chegar neste número antes que eu chegasse no Game Over definitivo, se é que me entendem. Eu sei, é algo meio mórbido e tal, sei que muita gente evita falar sobre a própria finitude, mas é a real.

Era uma das metas da minha “persona gamística”, junto com terminar os Mega Man clássicos e todos os jogos do Sonic. Posso afirmar que tiveram metas de outras “personas” minhas que foram atingidas também, enquanto tantas outras ficaram apenas como sonhos nunca realizados. Entretanto, como este é um blog de videogames, a marca atingida será o foco deste post da seção Memórias.

Ameacei descontinuar a seção duas vezes, afinal de contas, não tenho mais histórias gamísticas para contar do meu pai (basicamente o que originou a seção); e as minhas histórias sendo pai estão apenas começando, prefiro deixar para contá-las no futuro, em um eventual post sobre as minhas experiências neste assunto e relacioná-las com games. Hoje vou focar um pouco em mim mesmo, pelo menos desta vez.

Contando um pouco sobre a minha Lista de Jogos Terminados e toda esta contagem, a ideia de tentar resgatar tudo que eu terminei ao longo da vida e deixá-la pública conforme ia evoluindo aconteceu em Novembro de 2011.

O blog tinha acabado de completar cinco meses de vida, e eu tinha uma certa expectativa com esta lista. Não tinha pretensão de chegar a um número específico, nem queria ficar me exibindo ou qualquer coisa do tipo. Sempre quis mostrar qual era meu perfil de jogador e compartilhar experiências com pessoas que também terminaram alguns dos jogos da lista, mas não chegou a dar muito certo. A própria página descreve a ideia. Os comentários dos leitores e as minhas respostas presentes nela mostram um pouco das mudanças e discussões que ocorreram ao longo dos anos, embora depois de certo tempo a página tenha ficado um bom tempo sem interação de leitores e eu até acabei fechando a parte de comentários dela.

Tentei localizar a primeira versão da lista, mas a ferramenta que utilizo no blog não guardou o histórico disso, já que a página é atualizada constantemente e somente é disponibilizado um número restrito de atualizações. Então dei uma fuçada no Internet Archive e a versão mais antiga salva pelo site é de 27/03/2012. Naquela época eu havia terminado 151 jogos, e com isso talvez fosse possível identificar também quais foram os jogos de outros marcos importantes, como os números 200, 300 e 400. Eu fiz isso, vou compartilhar os resultados mais pra frente neste post. 

Em 19/02/2017 eu resolvi exportar o conteúdo da lista para uma planilha salva em nuvem. Queria ter um backup do conteúdo, já que ela só se encontrava no blog. Aproveitei para colocar alguns outros controles e informações que não via sentido em colocar na própria página. Nesta época eu já pensava em números, queria deixar o total de jogos terminados cada vez maior. O reflexo disto pode ser visto nos Memes Gamers de 2017 em diante.

Tanto é que no ano seguinte eu acabei criando também um quadro no site Trello para gerenciar os jogos que quero jogar. Isto me ajudou muito a conseguir alternar diversos tipos de jogos: curtos e longos, antigos e novos, gêneros diferentes, plataformas diferentes, e por aí vai. Fora que me ajudou muito a segurar o ímpeto de compras também, já que eu sempre olhava o quadro pra ver o que gostaria de jogar antes de abrir a carteira em uma promoção ou lançamento muito aguardado. Foi um efeito colateral bastante positivo.

Nesta mesma época, já tendo em mente que eu gostaria de atingir os 500 jogos, um monte de coisa acabou mudando na lista em si. Inicialmente, tinha pensado em uma série de regras para considerar jogos que foram terminados ou não. Estas regras mudaram em duas ocasiões, fazendo com que a lista aumentasse em alguns jogos e diminuísse em outros. Tornei a tal “terceira versão” das regras como definitiva, ela já vem sendo seguida há alguns anos e é bem provável que isto não mude mais.

Talvez vocês estejam se perguntando: como foi que eu fiz para montar a primeira lista? Ainda mais considerando que eu não tinha anotado em nenhum lugar quais jogos tinha terminado na vida e tantos anos passaram desde que comecei a jogar videogame.

Bem, acabei fuçando na Internet e encontrei tabelas que continham todos os jogos lançados para diversos consoles. Dei foco naqueles que tive ao longo da vida e os que mais joguei. Fui separando e anotando quais eu poderia ter terminado ou não, então continuei filtrando até chegar ao resultado inicial, totalmente baseado em feeling e nada mais.

Anos mais tarde, com a popularização de vídeos de gameplay completo naquela plataforma famosa, resolvi dar uma olhada se realmente havia terminado os jogos que eu ainda não tinha certeza, sendo que alguns já estavam na lista e outros não tinham sido incluídos ainda (mas estavam anotados na planilha na nuvem e marcados como não finalizados). Depois de assistir rapidamente as fases de cada jogo, chefes finais e mesmo as animações de encerramento, acabei mudando bastante coisa.

Vou pegar como exemplo o Rambo III de Master System, que eu achava que tinha terminado e percebi que não era verdade. Até tentei terminar faz alguns poucos anos e fiquei com dor na mão de tanto atirar com a Light Phaser. Este jogo é difícil pacas. Se eu tivesse percebido antes, com certeza ele estaria na minha lista de Algozes Gamísticos do console.

Nesta ocasião outros jogos acabaram entrando na lista de terminados, e considerei esta como a “segunda fase” das tais regras. A terceira foi a entrada de jogos que eu não considerava por motivos específicos, como os jogos de luta que eu só incluía se houvesse um modo história, não considerando o modo Arcade. Pensei melhor e achei esta regra uma bobagem. Entre outras que não sei se valem a pena serem mencionadas.

De toda forma, é importante dizer que estas regras não estão descritas em lugar algum, estão só na minha cabeça. Além disso, eu respeito as regras alheias, então peço para que respeitem as minhas. Se acham que determinado jogo não deveria estar por qualquer que seja a razão, eu agradeço a opinião, mas nada irá mudar no que foi publicado até hoje. A não ser que eu decida desta forma.

“Paladinos da justiça gamística” podem ficar despreocupados, pois tudo que está aí eu terminei de fato. Uma das minhas regras mentais é não incluir jogos que, no passado, “terminei” usando save state. Não que eu tenha algo contra o uso de save states, cada um joga da forma que convém e considera se terminou se achar que deve. Digo isto tudo pra evitar que algum desavisado apareça aqui pra tentar estragar o clima de festa do blog. Vale para extremistas das duas pontas, tanto os “paladinos conservadores” quanto os “desencanados demais / vale tudo”.

Bem, acho que ficou claro que a ideia deste post é apenas comemorar, certo? Repito que não estou pensando em medir forças com ninguém, mostrar como sou bom ou algo assim. Aliás, eu me considero um jogador bem mediano, que muitas vezes vence as coisas na base da insistência e não na técnica ou habilidade. Demon’s Souls e Battletoads que o diga, levei seis meses pra terminar um e três meses pra terminar o outro, respectivamente.

Também não quero comparar a quantidade de jogos com ninguém. Tenho consciência que 500 é um número relativamente humilde para muitos que fazem dos games o principal ou talvez o único hobby. Sei que vão ter aqueles que terminam esta quantidade em três ou quatro anos, e que em tantos anos de vida já passou de sei lá quantos mil. Não, a minha intenção não é ficar fazendo comparações, só quero ficar feliz por ter chegado nos 500. Simplesmente isso.

Por muitos e muitos anos eu jogava por jogar, não tinha interesse em ficar jogando até terminar. Basicamente na minha infância e adolescência inteiras. A jogatina normalmente acontecia quando estava em casa de boa. Porém, quando surgiam oportunidades de fazer outras coisas, estava com os amigos na rua brincando ou jogando alguma coisa, sejam esportes, tabuleiro, etc. Até mesmo videogames em grupo. Quando eu estava em casa sozinho jogando e tomava um Game Over, simplesmente ficava de boa em casa fazendo alguma outra coisa, naquela época eu tinha muita imaginação para inventar o que fazer.

Na juventude, como já tive oportunidade de falar algumas vezes aqui no blog, teve uma fase que eu simplesmente abandonei os games. Fiquei uns bons anos focando em outros hobbies. Fui retomar a jogatina na casa dos 30 anos de idade, aos poucos, e só depois de alguns anos (já com este blog existindo) que eu fui entrar nesta onda de querer sair terminando tudo. A ponto até de revisitar coisas do passado, tanto pra quebrar alguns tabus como pra me redimir de alguns pecados.

Aliás, não foram só casos de revisitar, acabei jogando não só o que pouco encostei como jogos que nem cheguei a conhecer em outras épocas. Tudo isso tem sido uma experiência incrível. Ao mesmo tempo, confesso que acabou se tornando algo até cansativo.

Então sim, 500 é um número relativamente alto para quem se divertiu de diversas outras formas ao longo desses anos todos. Contexto importa, meus caros.

Números, em casos como este, são meras simbologias. Pode ser que daqui alguns anos eu surte e queira chegar nos 1000, só porque sim. Assim como fiz com os 500. Entretanto, não vejo isto como meu foco para os próximos anos, ainda mais levando em conta o que tenho em mente hoje como possíveis escolhas pra jogar no futuro. Com certeza vou focar em jogar com mais calma daqui pra frente, é algo que eu estou tentando prometer pra mim mesmo.

Para chegar no número comemorado, acabei tomando algumas medidas para dar uma acelerada. Passei um mês focando em jogos curtos e que eu teria certeza que terminaria. Basicamente os lançados para Arcades, abusando do “recurso” de fichas infinitas. Na minha regra pode, a sua eu deixo pra você.

Chegou a me dar até dores nas mãos esse negócio de terminar um ou dois jogos por dia. Honestamente, não quero passar por este tipo de paranóia novamente. Então fica aí a tal promessa: voltar a jogar com calma, pensando mais em me divertir do que em chegar no final e aumentar um número em uma lista. Coisa que acabei fazendo nos últimos anos em diversos momentos e talvez em alguns deles não me fez tão bem assim.

Olha, este é um post comemorativo, então eu quero deixar de lado um pouco estas frases que soam negativas e tentar focar em coisas mais positivas que me fizeram chegar a esta conquista. Não montei este post pensando em obter cliques ou views. Aliás, há muito tempo o blog não é atualizado pensando desta forma. Muito tempo mesmo. Minha intenção, de novo, é compartilhar com o mundo. Quem quiser comemorar junto, esteja a vontade para participar da ocasião.

Como a seção se chama Memórias, que tal usar a mente para relembrar de jogos que foram marcantes ao longo de tantos anos? Porém, sem elaborar muito, especialmente porque boa parte destes jogos apareceram aqui no blog em diversas ocasiões. Boa parte deles estão no especial “40 anos em 40 jogos” que fiz em 2021, dividido em quatro partes (links aqui, caso interessem em ver: 1, 2, 3 e 4).

Já deixando avisado que não necessariamente são os títulos mais importantes para a indústria. Ou então os melhores de todos os tempos, ou mesmo os mais desafiadores, as melhores histórias, gráficos, música ou qualquer outra coisa do tipo. São jogos que foram marcantes nesta minha trajetória, cada um por um motivo diferente.

Sem mais delongas.

Zillion II ou Tri Formation (Master System): considerado como meu primeiro jogo terminado. Tem post dedicado.
Double Dragon (Master System): o primeiro terminado em em dupla (coop).
Teenage Mutant Ninja Turtles (Arcade): o primeiro terminado em grupo (coop).
Quackshot (Mega Drive): primeiro plataforma “não linear” terminado. Teve total influência para que eu gostasse de outros que, posteriormente, ficariam conhecidos como Metroidvanias (mesmo que este não seja exatamente do tal subgênero).
Castlevania: Symphony of the Night (PlayStation): por falar nos Metroidvanias, este sim posso dizer que foi o primeiro. Inclusive foi totalmente influente e virou referência na minha vida. Foi também um dos jogos que mais terminei nestes anos todos.
Mega Man III (NES): marcou o meu início na jornada de terminar jogos mais desafiadores. Contei a história aqui em várias partes, pois foi quem deu o pontapé inicial da seção Desafio Mega Man. Deixo o link aqui para quem quiser ver a primeira parte deste primeiro post da seção.
Dungeon Defenders (PlayStation 3): o primeiro terminado em grupo (coop), só que online.
Resident Evil 5 (PlayStation 3): o primeiro terminado em dupla (coop), só que online.
Demon’s Souls (PlayStation 3): um dos jogos que levei mais tempo pra concluir e quem praticamente selou a minha persistência em jogos desafiadores.
Contra (NES): deu início à minha jornada com o console de 8 Bits da Nintendo (pós Mega Man).
Battletoads (NES): foi o ápice dos jogos desafiadores, ou seja, o mais difícil que terminei na vida. Consequentemente, o maior Algoz Gamístico que venci. Óbvio que estaria listado aqui, e também tem post dedicado sobre a experiência.
The Revenge of Shinobi (Mega Drive): Algoz Gamístico do passado que foi vencido muitos anos mais tarde. Experiência que também ganhou post dedicado.
Rogue Legacy (PlayStation Vita): o troféu de platina mais satisfatório que consegui na vida. Outro jogo que possui post dedicado.
Super Mario Galaxy (Wii): o mais marcante em quebra de preconceitos da minha vida, tive o insight assim que finalizei o jogo. Até fiz um post sobre ele, tamanha foi a minha satisfação.
Shovel Knight (Wii U): basicamente selou a minha paixão por jogos independentes, que se tornaram frequentes na minha vida desde que o joguei pela primeira vez. Outro jogo que possui post dedicado.

Sobre os jogos terminados em posições numéricas marcantes:

100º: a lista de jogos terminados já surgiu com mais de 100, então é impossível decifrar qual jogo ficou com esta posição. O que é uma pena. Vida que segue.
200º: segundo cálculos baseados em versões antigas da página de jogos terminados, foi Tomb Raider (PlayStation 3). 
300º: também baseado em cálculos, acabei concluindo que foi Master of Darkness (Master System). 
400º: este eu sei, inclusive escolhi a dedo. Foi a porcaria do Sonic the Hedgehog de 2006 no PlayStation 3. Já monitorando a lista, sabia que havia terminado 399 e acabei optando de propósito por terminar o capítulo mais triste da Maratona Sonic nesta posição marcante. Com toda certeza é o game mais triste desta lista também.

Outro escolhido a dedo foi o de número 500: Super Metroid (Super NES). Como já dito, adoro o gênero conhecido como Metroidvania, só que nunca tinha jogado nenhum Metroid. Não fazia sentido, né? Nos últimos anos quatro amigos me pressionaram bastante pra conhecer a franquia, em especial este jogo do Super Nintendo. Quando percebi que estava me aproximando de 500, decidi que eu iria me redimir de um Pecado Gamístico que já estava na minha cabeça há mais ou menos uns dez anos. Posso afirmar que foi uma escolha muito feliz. Ainda quero fazer um post sobre a experiência, mas não prometo nada.

Pra quem acompanha o blog há mais tempo e questionou a ausência do meu jogo favorito da vida (Final Fantasy Tactics), desta vez eu vou poupar vocês e não vou encaixar ele aqui, embora esteja morrendo de vontade de contar que foi o jogo que mais investi horas na vida. Ops, acabei falando.

Meus caros, pra meio que finalizar o post, quando criei a lista acabei ouvindo (e lendo) de tudo. Umas pessoas criticaram dizendo tinha um monte de mentiras, ou que tinha um monte de jogos que nem dá para considerar, ou então que a minha marca era ridícula, entre outras coisas que eu meio que fui ponderando e “respondendo” ao longo deste post aqui.

Tiveram alguns amigos que pegaram bastante no meu pé, falando para eu parar com a paranóia de terminar jogos e focar em me divertir. Mal sabem eles que eu me diverti muito no processo, só que eu tenho que dar razão com a parte da paranóia, já que as escolhas de jogos pra jogar ao longo destes últimos anos por muitas vezes foram baseadas nesta tal lista.

Ao atingir esta marca, eu realmente penso em parar de pensar nela e passo a considerar mais as outras coisas, como jogos que deixei passar, jogos que estão há tempos guardados no armário (seja o físico ou digital), entre outros motivos.

Ainda assim, vou manter a página do blog sempre atualizada. Inclusive tenho alguns planos pra ela, como tentar colocar referências aos jogos nos posts em forma de links. Muitos dos presentes nela já foram citados em um post ou outro (especialmente os dos Memes Gamers OQVJ20XX), e eu quero deixar isto tudo mais fácil de ser acessado. Não pensei muito bem no formato ainda, mas em breve estas mudanças devem acontecer.

Se tiverem sugestões de outras informações que gostariam de ver nesta página, compartilhem comigo. Críticas também são bem-vindas, desde que não sejam tudo que eu já respondi por aqui.

Gostaria de agradecer a todos pela leitura deste post.

Também agradeço a todos que fizeram recomendações estes anos todos do que eu poderia jogar, a esmagadora maioria foi muito bem aproveitada. Quem ver a lista atual e identificar algum Pecado Gamístico que eu esteja cometendo por nunca ter terminado, fique a vontade para sugerir nos comentários também.

É isso, minha gente.

Grande abraço a todos e até o próximo post.