Maratona Sonic: Sonic Heroes (GameCube, Playstation 2, Xbox, Windows)

Olá caros leitores, como estão?

Como previsto no post sobre Sonic Battle, este episódio da Maratona Sonic acabou demorando um pouco para ser publicado. Nesse meio tempo até tentei preencher o vazio do blog falando de comida (fiz um trocadilho sem querer), no texto e vídeo sobre Sonic the Hedgehog Curry.

O motivo é compreensível: mais uma vez encarei um jogo de longa duração. E foi bem longa mesmo, mas vou comentar melhor durante o post. Como o título do post já diz, hoje é dia de discutirmos sobre Sonic Heroes, jogo lançado em Dezembro de 2003 para Game Cube, Playstation 2, Xbox (o primeiro) e PCs com Windows.

Antes de dar continuidade, quem preferir ouvir a versão em áudio deste post, basta dar play abaixo:

Diga-se de passagem, nos EUA ele saiu no mesmo dia que Sonic Battle. Só que no Japão ele foi lançado depois que o jogo de GBA. Esse foi o motivo pelo qual optei por jogá-lo antes. Ainda mais curioso é que Heroes foi lançado antes de Battle na Europa, mas eu ignorei isso na hora de montar a lista. Estamos em continente americano.

Sonic Heroes é mais um jogo de Plataforma 3D desenvolvido pelo Sonic Team e publicado pela SEGA. É considerado canônico dentro da história do personagem e sua turma, muito embora isso não faça tanta diferença assim pra mim. Mais uma vez temos a nossa disposição vários personagens para jogar, cada um contando uma história. Só que, ao invés de termos uma história por personagem como em Sonic Adventure, temos a história de trios de personagens, algo parecido com o que vimos em Sonic Adventure 2.

A diferença é que as fases não são alternadas para cada personagem do trio, mas sim controlamos os três personagens do time ao mesmo tempo, sendo possível trocarmos o líder para vencer certos desafios dentro das fases. Cada time conta com um personagem que possui alta velocidade, um que possui habilidade de voar e outro que é mais focado em força e habilidades de luta.

Ao todo são quatro times: o Team Sonic, que conta com o próprio Sonic e seus amigos Tails e Knuckles; tem também o Team Rose, que conta com a Amy Rose, a Cream the Rabbit e o Cheese, seu inseparável Chao, além do infame Big the Cat; além deles, há também o Team Chaotix, que conta com o detetive Vector the Crocodile e seus comparsas Charmy Bee e Espio the Chaneleon; para finalizar, também tem o Team Dark, que conta com o insuportável do Shadow the Hedgehog, Rouge the Bat e o E-123 Omega que eu sempre preciso pesquisar o nome, é mais fácil lembrar como escrever Schwarzenegger do que lembrar o nome do robobão. Todos personagens dos trios foram citados na ordem respectiva de velocidade, voo e força.

Cada trio tem uma história separada, com uma motivação específica para estarem juntos destruindo os robôs do maléfico Dr. Eggman Robotnik. Sendo que todas estas histórias no fim das contas convergem para um mesmo plot. Não vou entrar muito no detalhe para não dar spoiler para quem quiser jogar e saber como as coisas se desenrolam.

Embora os personagens tenham a característica chave em comum (velocidade, voo ou força), alguns deles possui algumas particularidades. Por exemplo, o Big e o Vector possuem um ataque aéreo onde eles descem com certa velocidade e esmagam os oponentes que estiverem abaixo deles, enquanto não há um ataque similar para Knuckles e Omega. Já Espio pode ficar invisível e não ser detectado pelos inimigos, algo que não é disponibilizado para os demais personagens velozes (Sonic, Amy e Shadow). Entre outros.

O jogo é composto por 14 fases para cada trio. São fases de ato único, como acontece nos demais jogos 3D lançados até então e diferente dos mais clássicos 2D de 8, 16 e 32 Bits. Entre estas fases acontecem algumas batalhas contra chefes também, sendo a lutas contra o próprio Dr. Robotnik ou então contra hordas de robôs invocados pelo cientista.

Antes que eu conte a minha opinião sobre o jogo, permitam que eu relembre um pouco da minha história com ele.

Minha história com o jogo

Lá em meados de 2004 eu já tinha adquirido um Playstation 2. Lembro até hoje que comprei ele com Winning Eleven 7 e mais outros jogos, mas eu basicamente só jogava futebol no console. Ainda assim, vira e mexe eu ia até o centro de São Paulo para ver outros jogos para comprar. Não com a mesma frequência que ia na época do primeiro Playstation, primeiro porque eu não estudava mais próximo dos lugares onde os jogos alternativos eram vendidos e segundo porque, como disse no post de Sonic Advance e no podcast que citamos o jogo, a minha prioridade na época era outra.

Por conta de estar com outras prioridades, eu não vinha acompanhando mais notícias de jogos. Nem revistas, nem nada da Internet. Lembram que eu falei que foi um susto saber da existência de Sonic para um videogame portátil da Nintendo? Pois então, imaginem o tamanho do meu susto quando eu olhei para uma das lojinhas da Santa Efigênia e me deparei com um Sonic para Playstation 2. Eu não pensei duas vezes, comprei o jogo e levei pra casa. Sabem o que é melhor? Eu tenho ele até hoje, e é um dos dois jogos alternativos prensados de PS2 que eu mantive com caixa, até vou mostrar a foto pra vocês verem (o outro também é Sonic, mostrarei no futuro).

Eu tinha combinado de naquele mesmo dia o TH ir em casa jogar. Sim, ele de novo! O mesmo do Retroplayers, o mesmo que gravou o podcast comigo pra falar do primeiro Advance. Se ele foi o responsável por contar para mim que existia um Sonic na Nintendo, eu seria o responsável por contar pra ele que havia um Sonic para PS2. O que eu não pensei é que era meio óbvio que ele devia saber disso há mais tempo que eu.

Depois que ele chegou em casa, passou um tempo e eu fui todo feliz e contente mostrar pra ele o jogo. Lembro até hoje da cena, eu virando e perguntando “você sabia que tem um Sonic para Playstation 2?”. Peguei a caixa e mostrei pra ele, ele meio que deu de ombros e respondeu algo que eu me recordo até hoje: “sabia sim e ele é uma porcaria”. Naquele momento eu buguei. Como assim um jogo do Sonic era uma porcaria? Minha cabeça se encheu de pensamentos como “quem esse nintendista pensa que é pra falar mal de um jogo do Sonic? Ele não sabe o que ele está falando”.

Nós não jogamos Sonic Heroes naquele dia. Aliás, eu não joguei Sonic Heroes naquele dia nem quando o TH foi embora. Mas fiquei com aquilo na cabeça martelando e até que eventualmente botei o jogo pra rodar. Lembro que joguei a primeira fase de cabo a rabo e assim que ela acabou eu percebi que estava curtindo muito o jogo. Então joguei um pouco da segunda fase, ainda estava curtindo pra caramba aquilo tudo e pensei comigo mesmo que aquele jogador de Mega Man e Castlevania de uma figa não sabia o que estava falando. Desliguei o console e prometi a mim mesmo que um dia jogaria ele até o final e provaria que ele estava errado.

Os anos passaram e eu repeti este processo algumas vezes. Nunca cheguei a enfrentar o chefe que aparece logo após terminarmos a segunda fase. Ou pelo menos eu não me lembro de ter feito isso, embora tenha começado Sonic Heroes umas três ou quatro vezes com toda certeza.

No fim eu acabei esquecendo essa história toda, mas um dia eu pensei em jogar todos os jogos do Sonic e criar uma seção no blog pra falar deles. Eu sabia que chegaria o dia de encarar Sonic Heroes e me divertir a beça com o jogo que parecia super divertido. Este dia chegou, em Maio de 2020, algo em torno de 16 anos depois. Como o tempo passou!

Dessa vez eu pensei em fazer diferente. Ao invés de jogar a versão do PS2, optei pela de Game Cube. O motivo é simples: meu PS2 está com problemas para ler discos. Era mais fácil pegar o Wii e botar a mídia do Game Cube nele. Pra completar a monstruosidade, já que eu não tenho um controle de Game Cube, usei um adaptador para controle de PS2 que tenho. Sim, joguei um jogo de Game Cube no Wii com controle de PS2. Quase o monstro de Frankestein. Lidem com isso.

A parte boa é que eu me livrei de uma das piores versões do jogo. Segundo relatos, a versão para o console da Sony possui muitos slowdowns e bugs. Não tanto quanto do Windows, que ainda por cima é capada de diversas formas. Porém, é mais problemática que a versão de Xbox, que por sua vez é pior que a versão do console da Nintendo. Fiz bem em escolher a melhor versão. Bem, eu não sei se “melhor” é a palavra, mas vamos guardar isso para o futuro.

Vocês já devem ter notado que o post está estupidamente grande, não? O motivo é que houve uma mudança de humor enorme durante o gameplay e por isso eu quis descrever como foi a experiência com o Team Sonic de forma detalhada, como se fosse um diário de bordo, contando como foi encarar cada fase do jogo e quando foi que surgiu a tal mudança. Depois descrevi de forma um pouco mais resumida a experiência com os demais times e o fim do jogo.

Logo em seguida coloquei um resumo que é basicamente a conclusão do post. Sendo assim, quem não estiver com tempo e/ou paciência pra ler todo relato sinta-se a vontade para pular a próxima parte. Basta clicar no link abaixo. Quem quiser ver a descrição completa, só pular o link e seguir adiante.

Sem tempo, irmão? Pula direto pro resumão! Clica aqui!

Jogando Sonic Heroes em 2020

A gente liga o console e dá de cara com aquela abertura, com aquela música. Cara, aquilo tudo é lindo, algo totalmente “good vibes”, dá vontade de abraçar a televisão. Logo lembrei: não tem como este jogo ser ruim. Apertei o start, criei o save file, entrei no menu e dei início ao jogo.

Inicialmente optei por jogar o tutorial. O fato de estar usando um controle diferente me deixou preocupado, eu queria ter certeza que saberia jogar. Apesar de todo blá blá blá do tutorial, todo aquele clima do jogo e aquela música tocando continuavam me deixando bastante feliz. Terminei o tutorial e me senti adequado aos controles. De nada adiantou, fiquei semanas sem voltar pro jogo porque queria terminar uma das DLCs de The Witcher 3, que eu sabia que já estava quase no fim.

Quando voltei ao jogo e dei início à campanha com o Team Sonic, a primeira coisa que apareceu foi a cutscene inicial, que eu preciso comentar que é bem bestinha. Tudo bem, eu não me importo pra valer com plot em Sonic, mas o Dr. Robotnik Eggman convidando o ouriço e seus amigos para saberem seus planos de dominação mundial soa bem estranho. Mais estranho que isso só o fato dele encaixar um “Sonic Heroes” no meio do convite. Desnecessário forçar o nome do jogo dessa forma. Mas enfim, vou ignorar isso e focar no que interessa: o jogo em si.

Notem que “Sonic Heroes” está com as iniciais em maiúsculo.

Minhas primeiras impressões foram exatamente as mesmas de 16 anos atrás: este jogo é divertido! Tem alguma coisa estranha nele quanto à física e jogabilidade, mas olha essa música, olha esses gráficos. Claro, os gráficos são bonitos pra época, e foi com estes olhos que eu tentei enxergar o jogo, não os olhos de 2020 que fazem de tudo pra seguir o bonde da Internet e querer falar qualquer baboseira sobre envelhecimento.

Aliás, preciso dizer uma coisa altamente positiva sobre este jogo. Não temos mapa das fases, não temos as porcarias dos Adventure Fields como no primeiro Sonic Adventure. Talvez o Sonic Team tenha percebido que isso mais incomoda do que agrada.

Embora tenha demorado 9 minutos na fase e tenha tirado Rank E, cheguei ao final da Seaside Hill feliz da vida. Sonic Heroes aparentemente é o mesmo jogo divertido que eu imaginava. A impressão se manteve no final da Ocean Palace, segunda fase do jogo. Ela parece bastante com a primeira, mas tem alguns “complicômetros” a mais. Nada que assuste. A trilha sonora dela também é muito boa. Nota curiosa é que a combinação das músicas das duas primeiras fases apareceu em jogos posteriores da franquia, as duas fases e as respectivas músicas combinam demais, parece mesmo extensão uma da outra.

Aliás, permitam que eu faça um comentário sobre a trilha sonora de Sonic Heroes antes de continuar. Eu já escutava todas as músicas do jogo há anos, faz parte da minha playlist. Sempre que eu as escutava ficava imaginando cada uma das fases, o quanto elas seriam legais como as duas primeiras que eu já conhecia bem. Então não me surpreendi “musicalmente” falando enquanto passava de fase em fase. A única surpresa é que quase todas elas são muito bem ambientadas com a fase que representa. É um dos pontos fortes do jogo. Fiquei tão preparado para a trilha sonora que joguei com caixinha de som bluetooth com mais potência de grave ao invés do áudio meia boca da TV. Não me arrependi.

Demorei 10 minutos na Ocean Palace e mais uma vez tirei Rank E. Aí que comecei a perceber algumas coisas que me incomodaram. Primeiro esta necessidade de ficar recebendo Rank no final das fases. Isso me incomoda um bocado, acho totalmente desnecessário. Mesmo pra época. Não que seja novidade, os Sonic Adventure já possuem isso. O pior é que tirar Rank A em todas as fases sempre serve para alguma coisa nestes jogos, mas e a vontade de fazer isso neles? Levem em consideração que eu levei 20 minutos pra passar duas primeiras fases, esse jogo não tem fases curtas. Imaginem o quanto de tempo levaria pra conseguir A em tudo.

Outro ponto que me incomodou são as falas entre os personagens. Em momentos em que o líder não é o Sonic e existe uma ação pra ele, um dos outros dois amiguinhos solta alguma frase dizendo que ele é a pessoa indicada para aquela situação. A mesma coisa quando os outros dois estão selecionados. Sinceramente, eu me incomodo com a maioria dessas falas. Primeiro pela forma como elas são feitas e segundo que tira um pouco o efeito “quebra-cabeças” do jogo. Fora as legendas, que ficam quase invisíveis na tela e nem sempre a gente tá prestando atenção no que estão dizendo. Não, meu problema não é a língua inglesa, eu teria a mesma dificuldade se fosse em português.

Tem mais um detalhe que eu preciso mencionar: no fim da segunda fase eu comecei a sentir um pouco de enjoo. Sonic Heroes provoca um pouco de Motion Sickness em quem tem este problema, mas não é dos mais pesados que eu tenha jogado na vida. Com o tempo acabei me acostumando e não tive mais problemas com isso. Mas demorou pra acontecer, então fica o aleta pra quem sofre deste mal.

Enfim, de volta ao relato, após as duas primeiras fases temos que lidar com o primeiro chefe do jogo: Egg Hawk. Achei ele de certa forma familiar, então talvez eu já tenha enfrentado ele algum dia no passado.

Eu não sei bem o que dizer, sei que fiquei uns cinco minutos sem saber o que estava fazendo até que finalmente eu passei. Com Rank E, de novo. Não que eu tenha me importado, ainda estava me divertindo.

Chegando na Grand Metropolis, finalmente bateu aquela sensação de coisa nova.  Uma cidade bem estranha, mas entendi que este jogo finalmente se passa no mundo do Sonic, e não mais a Terra como nos dois Adventure (eu só entendi isso melhor após assistir Sonic-X de cabo a rabo, e isto é bem recente). Então as coisas não precisam fazer muito sentido. A trilha sonora da fase é bem bacana também.

Outra coisa bacana é o fato da fase se construir a medida que vamos derrotando inimigos, para que não seja passada pura e simplesmente na correria. Mesmo assim, tentei passar o mais depressa possível. Tava incomodado com os Rank E. Cheguei ao fim dela em 7 minutos e consegui um D. Melhorei, não? Quem pagou o preço foi a minha Motion Sickness, que piorou consideravelmente.

Logo após vem a Power Plant. Uma fase que não incomoda até chegar na reta final dela, onde surge o primeiro desafio idiota do jogo. Chegamos a uma sala redonda, com a câmera posicionada acima dos heróis. Tem várias plataformas que são destruídas pela lava que vai subindo com o tempo, alguns bloqueios são abertos apenas quando a gente derrota todos os inimigos da “mini seção” desta sala.

Até aí parece algo normal, certo? O problema é que a câmera não ajuda, nem todos os inimigos ficam visíveis e tem hora que você é esmagado entre o teto que não abriu e a lava subindo. Depois que você entende onde estão todos inimigos ainda há um desafio enorme: conseguir acertar a cordinha fininha que te impulsiona pra cima. É horrível acertar a altura e profundidade dela com a câmera mostrando de cima. Eu perdi várias vidas tentando acertar ela e caindo na lava, algo muito frustrante. Acabou fazendo com que eu lembrasse porque eu rejeitava tanto jogos de plataforma 3D ainda na época deste jogo.  Naturalmente tirei mais um E.

Próxima cutscene mostra a Amy, o Big  e a Cream contracenando com os três heróis que estão sendo controlados. A Amy vem com um papo de casamento e de repente entramos em uma batalha entre times. Algo que eu achei bem besta. Pra ajudar, eu de novo não entendi nada do que estava acontecendo na batalha, morri uma vez sem saber como e passei na segunda tentativa sem ter a menor ideia do que fiz para que isso acontecesse. Dei de ombros mais uma vez, eu ainda estava animado, mesmo com a idiotice da Power Plant.

Eis então que chegamos na Casino Park. A música já me animou de volta, o fato de imaginar uma fase com partes de pinball igual à Casino Night Zone e similares parecia uma grande ideia. Na prática, o resultado foi outro. Foi neste ponto que Sonic Heroes começou a degringolar no meu conceito. De fato existem trechos que imitam mesas de pinball, tem até aquele ponto que imitam Slot Machines, ou seja, aqueles pontos onde você se enche de argolas extras se tirar três símbolos iguais.

Parece legal, não parece? Só que não é. A física nessas partes é muito bugada. Tem horas que você pressiona para um lado e o personagem vai para o outro. Daí você pressiona para o outro e ele vai na mesma direção. Aí tenta voltar e ele vai com mais ou com menos intensidade para o lado que você apertou. Em outras palavras, não tem consistência nenhuma. Fica a impressão que funciona aleatoriamente, você nunca sabe para onde o personagem vai quando você tenta controlar ele. Sim, eles conseguiram fazer uma mesa de pinball com a mecânica pior que a de Sonic Spinball. Conseguiram! Parabéns, Sonic Team! Só que não!

Eu não posso citar todas as anotações que fiz nos meus registros sobre esta fase, pois xinguei bastante. No fim, levei dezoito minutos para chegar no fim dela. Você leu certo, dezoito minutos! Preciso falar o Rank?

Vou colocar na íntegra a anotação que fiz ao finalizar esta fase: “tinha a impressão de que o jogo era legalzinho, mas já tô achando ele bem fraco”. Acho que resume a virada de sentimento que eu tive ao chegar neste ponto.

Não foi só isso que escrevi de relevante. Neste ponto parei de jogar por aquele dia e resolvi escrever uma série de parágrafos com um “resumão” do que eu tava sentindo até aquele momento. Foram vários pontos abordados, mas eu vou guardar tudo para a conclusão do post. Permitam que eu continue contando a experiência do Team Sonic de forma completa para vocês entenderem como foi a mudança de sentimento desde 2004 até terminar toda história do jogo dezesseis anos depois.

Depois da Casino entramos na BINGO Highway, a fase que possui uma das minhas músicas favoritas do jogo. O remix dela, presente na trilha sonora oficial do jogo, é ainda mais legal. Não consegui localizar ele no jogo, até pensei que tinha passado desapercebido. Pesquisando descobri que ele só faz parte da trilha em CD mesmo, não do game. Vai entender.

A fase em si é uma extensão da Casino Park, porém temos algumas mesas onde descemos em ritmo alucinado e precisamos passar por alguns números, enquanto acima das mesas está uma cartela de bingo. A cada linha ou coluna que completamos conforme atingimos os números, o personagem grita BIIINGOOUUUUU “bingo” e algumas argolas são adicionadas na contagem total.

Tudo é tão cheio de detalhes e luzes e a coisa acontece em velocidade considerável que chega a dar tontura. Maior que a tontura só a tristeza que dá com os bugs de física. A mesma coisa que acontece nas mesas de pinball da Casino. Do nada a gente cai em um buraco da mesa e morre, sem saber direito porque aconteceu.

Os controles são muito ruins aqui também, é frustrante! Tem momentos em que tudo é tão estranho que claramente você está subindo na mesa e ganhando velocidade como se estivesse descendo. Você fica sem entender, parece que o jogo faz o que ele quiser. É bem parecido com cassino mesmo, te “segura” quando percebe que você está ganhando. Importante é te deixar sem dinheiro. Ou, no caso, sem paciência e vidas.

Nos momentos da descida nas mesas os personagens se separam. Se você sair da mesa e trocar rapidamente de personagem, vai voltar pro ponto onde este outro personagem está. Se ele estiver na mesa, você vai ter que se esforçar pra sair dela de novo. É horrível!

Nas duas fases tem mesas que você precisa ir pra baixo e a mesa faz de tudo pra te jogar pra cima. Tem mesas que você precisa ir pra cima e a mesa faz de tudo pra te jogar pra baixo. Fora a parte de design que já é cruel nessas horas (e nesse ponto de alguma forma eu até entendo que tudo bem ser assim), o que mata é que a física as vezes parece que tá te sacaneando.

Ao final da fase eu já estava completamente irritado. As duas fases são instáveis demais para fazermos Rank A. Como é de se esperar, tirei mais um E. Desta vez fiquei onze minutos na fase. Precisa de tudo isso?

Bem, na sequência temos mais uma Boss Battle, chamada Robot Carnival. Ao invés de enfrentarmos o cientista maléfico, enfrentamos hordas de robôs criados por ele. Curiosamente, a experiência foi bastante divertida. Pelo menos eu entendia o que estava fazendo, tanto é que no final eu consegui meu primeiro Rank C do jogo, em quase três minutos. Bateu um pouco de desânimo, esperava mais desse rankeamento. Mas, querem saber? Foi legal pelo menos.

O sétimo estágio do jogo se chama Rail Canyon. É uma fase cheia de trilhos, que eu carinhosamente apelidei de caninhos. Sabem aqueles corrimãos ou coisas similares que surgiram em Sonic Adventure 2? Eles existem nos Sonic Advance também, embora seja diferente fazer isso em 2D em relação a 3D. A diferença é que, enquanto em Sonic Adventure 2 eles servem para cortar caminho ou qualquer coisa do gênero e não são coisas obrigatórias dentro do jogo, nesta fase os malditos caninhos são quase a fase inteira.

Para mim, esta é a pior coisa do jogo todo. Os caninhos não acrescentam em nada, são basicamente partes de jogabilidade semiautomática, já que a única coisa que a gente faz é ficar segurando um botão para o personagem ganhar velocidade. Também é possível trocar de “faixa”, já que normalmente tem três ou mais caninhos paralelos. Fazemos isso pressionando para o lado e botão de pulo.

É possível pular enquanto estamos neles também, se pressionarmos o botão de pulo sem pressionar nenhum direcional. É aí que a coisa começa a ficar estranha. Primeiro porque vira e mexe surgem sequências de partes de caninhos que não são automaticamente conectadas, ou seja, você precisa pular e cair exatamente em cima do caninho pra continuar a jornada.

Muitas vezes a saída do caninho anterior é automática, mas a entrada no novo caninho nem sempre está na mesma direção. Para acertar uma plataforma que tem a mesma largura que os personagens é bem complexo de se fazer, ainda mais em um jogo em que a física não ajuda em nada e a câmera menos ainda. Então é bastante comum a gente cair direto e perder uma vida porque foi para o buraco. Frustrante demais.

Por falar em física não ajudar, vira e mexe você entra em um caninho e automaticamente o personagem começa a se mover na direção contrária a que você quer ir. Mesmo que ela seja uma subida. Ele ainda ganha velocidade. É bizarro!

Ainda tem a questão do botão de pulo com múltiplas responsabilidades. Nas horas que você entra na direção errada, no reflexo você se desespera e aperta o botão de pulo apertando pro lado. Aí o personagem troca de faixa. Em muitas dessas trocas acontece uns bugs estranhos e o personagem ganha velocidade. Aí você se desespera ainda mais e começa a fazer mais tentativas erradas, até que cai no buraco e morre. É desesperador mesmo! Esta é a palavra.

Demora muito, mas muito tempo mesmo para você se controlar e apertar só o botão de pulo sem nada, se ajeitar no ar e cair no caninho certo novamente pra seguir o caminho esperado. Você não aprende isso na primeira ou segunda vez que joga a fase, pode ter certeza.

Em suma, os caninhos são quebrados. Muito quebrados. E constituem uns 80% a 90% da Rail Canyon. Ou Rail Caninho, como eu gosto de chamar essa birosca. Tenho noção de que o trocadilho é ruim, mas garanto que a fase é pior. Eu odeio ela com todas as minhas forças. Passei ela com outro Rank E em 10 minutos, mas tenho certeza que gastei o triplo disso pra passar.

Depois, para o meu desespero, vem a Bullet Station. É praticamente uma extensão da Rail Caninho. Ela consegue ser pior, ela é de longe a pior fase do jogo. Tanto é que na primeira vez eu tomei dois Game Over nela e desliguei o console, voltando para o jogo somente onze dias depois. Literalmente onze dias depois. A Rail Caninho já tinha me irritado muito, a Bullet Station só me deixou furioso.

Quando voltei, passei sem tomar Game Over, mas consegui cair numa área que não deveria chegar, uma área teoricamente inacessível. Fase quebrada do caramba! Nas minhas anotações eu coloquei as palavras “dá vontade de largar o jogo”. O tempo total de gameplay até então era de duas horas e quinze minutos. Pouco tempo pra despertar uma vontade de dar rage quit. Concordam?

Eventualmente passei, coloquei um monte de xingamentos nas minhas anotações e comemorei o fato de não voltar para ela novamente. Não consegui nem prestar direito atenção nas músicas dessas duas fases, mesmo as conhecendo. Para vocês verem o quanto as odeio.

Perceberam a jornada até aqui? Comecei super feliz, passei pra desanimado e de repente fiquei bastante irritado com o jogo. Mas ainda tinha coisa por vir, já que aqui é praticamente a metade da história do Team Sonic.

Na sequência mais uma Boss Battle contra o Dr. Eggman. E a partir daqui eu vou chamar de Eggman mesmo, tamanha é a minha bronca com esse jogo safado. O nome da fase? Egg Albatroz. Primeiro que o chefe tem uma pegadinha e ela tem a ver com caninhos, o que me deixou mais triste. Derrotei ele sem saber direito como, fiz o button masher da vida, apertar tudo ao mesmo tempo simplesmente resolveu.

Aí aparece uma cutscene com um “fake” Dr. Eggman estilo o fake Dr. Wily no Mega Man 3. Uma cópia robótica do cientista só que destruída. Achei divertido, não sei se tem alguma relação com o jogo do robô azul. Sabem aquele pescoço de mola que solta e a cabeça fica pendurada? Então.

Por falar em robô, aparece aqui o Metal Sonic também. Deixa claro que cedo ou tarde vamos ter que enfrentá-lo. Mas eu não vou muito além disso na história para não dar spoiler. Não sou o tipo da pessoa que acha que só porque o jogo é de 2003 que eu posso dar spoilers deliberadamente. Não mesmo.

A fase seguinte é a Frog Forest, uma fase que tem umas ideias bem interessantes. Quando encontramos um sapo, ele faz uma dança da chuva maluca e a chuva que cai faz com que novas plataformas surjam e novos caminhos sejam descobertos.

O level design da fase é bem feitinho, o que a prejudica é que ela tá dentro de Sonic Heroes e conta com a física estranha do jogo, com partes escorregadias. Ela não é inteira boa, tem uma parte de cipós que eu não vi muita graça, é mais um gimmick besta do jogo (tem que se soltar do cipó quando ele chega no limite antes de voltar pra atingir a próxima plataforma). Fora os caninhos. São poucos, mas tem. E são partes obrigatórias. Só que no geral foi legal, deu até uma vontade de continuar jogando. Tanto que passei com outro Rank C.

Em seguida vem a Lost Jungle, que eu comemorei assim que ela começou: finalmente não começa com diálogo dos personagens deslizando em cima de caninhos. Logo percebi que ela é uma extensão da Frog Forest, e então veio o insight: o jogo é praticamente dividido em duplas de fases que, embora tenham nomes diferentes, funcionam como se fossem o Ato 1 e o Ato 2 de uma mesma Zona. Interessante. Pena que tiveram esta ideia em um jogo cheio de problemas como Sonic Heroes.

Continuei achando a Lost Jungle legal como a Frog Forest, com o mesmo sentimento de “que pena que a física do jogo e o resto não ajudam”. Não a toa eu escrevi isso duas vezes nas minhas anotações de formas diferentes e nem percebi. Achei interessante também colocarem um sapo de coloração diferente que, ao invés de fazer uma chuva convencional que faz as coisas crescerem, faz uma chuva diferente que meio que mata a vegetação, fazendo com que plataformas sumam. Ao mesmo tempo, faz com que algumas plantas se soltem e ajudem a derrotar inimigos. Conceitualmente, bastante interessante. Mas talvez não tenha sido tão bem explorado.

Só não gostei do trecho final da fase, onde há uma sequência de cipós e temos que ser rápidos o bastante para não sermos pegos por um jacaré gigante. Eu que tava acostumado a sempre balançar duas vezes antes de sair do cipó tive que aprender a sair dele balançando uma só, pois no processo pedi duas vidas e tava beirando um segundo Game Over na fase. No fim, passei sem isso acontecer e vi mais um Rank E explodindo na minha cara. A câmera neste trecho é colocada de frente para os personagens, dando enfoque no jacaré gigante perseguindo. Isso dá uma sensação esquisita, mas eu tenho ciência que aqui é muito mais o meu gosto do que um problema do jogo.

De repente vem mais uma cutscene com o Team Sonic contracenando com o Team Dark. Ficou claro que teria mais uma batalha entre times, e de fato teve. Só que algo no diálogo me chamou a atenção para algo que eu não tinha pensado. O Sonic meio que questiona que é uma surpresa ver o Shadow, e de fato é. Esse bocó não tinha morrido no Sonic Adventure 2? Será que vão explicar? Bem, na verdade até explicam, mas não neste ponto do jogo e eu vou evitar o spoiler no texto.

Duas tentativas, morri a primeira sem saber porque e passei a segunda sem saber como também. Exatamente como na primeira batalha contra o Team Rose. Tirei B. Primeiro B do jogo. Motivo de festa. Só que não.

Nova fase, novo cenário. Fui apresentado ao Hang Castle, que funciona como um castelo mal assombrado. No meio do caminho tem um dispositivo que faz a gravidade inverter e ficamos de ponta cabeça. Sei, castelo e de ponta-cabeça. Já vi isso em algum lugar. A verdade é que esta mecânica foi criada para que a fase se mostre como um lugar cheio de puzzles. Ideia interessante. Muda um pouco o gameplay, dá um novo fôlego pro jogo.

Neste ponto eu me dei conta de uma coisa. Vira e mexe eu estava pegando chaves dentro de gaiolas e do nada essas chaves sumiam. Eu não fazia ideia para que elas serviam e então resolvi pesquisar a respeito. Não vou revelar agora, aguardem e eu explicarei do que se trata (este post já está parecendo programa de Domingo na TV aberta).

Enfim, mais um Rank E para a minha “alegria” e já aguardava uma continuação desta fase. De fato aconteceu, a Mystic Mansion eu até classifiquei nas minhas anotações como o Act 2 da fase anterior.

Uma coisa nela me tirou do sério: as partes que ficamos em cima de carrinhos. A mecânica é mais ou menos a seguinte: a cada colisão um personagem é arremessado para fora do carrinho, e uma punição ocorre para cada um deles. Se o Sonic cair, o carrinho perde velocidade. Se o Tails cair, ele não pula mais. Se o Knuckles cair, eu nem lembro mais o que acontece. Não tem problema, ninguém se importa com o Knuckles. Depois de três colisões, uma vida é perdida. Não importa se o trecho parece tranquilamente acessível para quem está a pé, ainda mais no universo de Sonic. Mas enfim, a gente finge que faz sentido e continua. Resmungando, mas continua.

Usar carrinho é algo que já tinha sido apresentado em outras fases do jogo e não é de todo ruim. O problema é que nesta fase especificamente a câmera não revela tudo, especialmente quando estamos fazendo uma curva fechada. O que até faz algum sentido. O problema é que de repente surge um obstáculo que mal dá tempo de ver e desviar, a gente tem que acreditar segamente cegamente no áudio do jogo, já que do nada um dos integrantes do trio dá um berro “jump NOW”. Às vezes você aperta o botão certo no susto, às vezes não. Não posso afirmar que gostei disso.

Acabei tomando mais um Game Over nesta fase, fiquei bem irritado com a mecânica do Homing Attack que não deixa claro quando ela vai funcionar. Demorei muito pra aprender a dominar a técnica, mas a verdade é que já começo a entender que a mira que colocaram em jogos mais recentes do ouriço é  algo bastante inteligente. Olha que já critiquei ela um dia. De qualquer forma, é necessário dominar a técnica pra passar esta fase, que no finalzinho apresenta três desafios, cada um deles específico para cada personagem.

Quase tomei outro Game Over e passei sem vidas sobrando, finalizando a fase com outro Rank E. Foram só quinze minutos nela, fora o primeiro gameplay. Sem falar que ele não deve contar o tempo das vidas perdidas. Fico pensando aqui como gastei tempo neste jogo. Muito mais do que vocês lendo este texto enorme com narrativa “resmunguenta” cheia de surpresas de TV aberta no domingo.

Em seguida sou apresentado a outra boss battle, o que reforçou ainda mais a teoria das duplas de fases serem como Act 1 e 2 de uma mesma Zona. Sempre tem uma batalha após uma dupla de fases. Neste caso, outra batalha contra hordas de robôs do Dr. Eggman, a Robot Storm.

Ao contrário da Robot Carnival, esta daqui tem alguns detalhes que não são nada interessantes. Depois de uma sequência de ondas de inimigos, somos transportados para outro local. Normalmente vamos a estes lugares entrando em canhões e sendo arremessados automaticamente até eles. Um deles não é assim, ele fica aguardando o jogador mirar e atirar, mas não deixa claro pra onde temos que ir. Os designers simplesmente deixaram lá alguns balões com itens para mirarmos e arremessarmos os personagens.

Nessa brincadeira perdi algumas vidas e comecei a ficar irritado e bastante frustrado novamente, até que do nada automaticamente funcionou em algum momento. Acabei tendo que passar por isso de novo e percebi do que se trata: a gente tem que estar com o personagem certo selecionado para dar continuidade. Eles fazem isso sem nenhum aviso, simplesmente você tem que adivinhar o que fazer. Sério mesmo, Sonic Team? Quem teve essa ideia “brilhante”? Aposto que algum fã do Shadow.

Foi uma bagunça, mas eu passei. Já estava esperando uma nova dupla de fases, crente que já teria a ver com a batalha final, já que eu já tinha conhecimento que o jogo tem catorze estágios e eu estava entrando no décimo terceiro. Eu estava certo, fui apresentado à Egg Fleet, batalha contra as naves gigantes do cientista maléfico. Que já começa com uma daquelas cutscenes radicais. Com rock cool radical. E eu com aquela cara de “ai que saco”.

É uma fase que coloca à prova tudo que você aprendeu. Neste quesito os level designers fizeram a lição de casa direitinho. Pena que o resto do jogo não ajuda, especialmente a física e a câmera. Mesmo assim, nesta fase até as correrias com o Sonic ficaram divertidas. O bacana é que a fase é bem guiada, parece ter uma narrativa natural e você se sente navegando de nave em nave e destruindo cada uma delas. Eu não acredito que usei a palavra narrativa em um post de forma positiva. Que horror!

Enfim, demorei dez minutos pra passar a fase e consegui um Rank C. Embora a fase tenha me dado um pouco de Motion Sickness, fiquei satisfeito com a experiência. Se a extensão dela (também conhecida como última fase) for tão divertida quanto, esse jogo vai reconquistar o meu respeito.

Claro, como era de se esperar, ocorreu exatamente o oposto. A Final Fortress é uma fase muito mal feita, apelativa sem nenhuma razão. Foi a fase que me fez colocar o maior número de comentários nas minhas anotações, com a maior sequência de palavrões que eu me lembro de já ter feito sobre uma fase de jogo. Já começa o estágio te dá uns desafios de caninhos bem retardadas. A minha primeira tentativa resultou em um Game Over que me deixou tão bravo que eu fui dormir bufando.

Fora as partes em que você sai do caninho, já cai em uma plataforma que já está caindo (como se a base estivesse se desfazendo), sendo que no ar você precisa trocar de personagem, bater no chão e pular, e voar na parte certa ou aquela física idiota do vôo. O movimento simplesmente interrompe e os personagens caem reto, só te lasca ainda mais. A fase tenta ser um “papa fichas”, o que seria meio que aceitável por ser a última fase do jogo. Entretanto, o problema é que ela faz isso no sentido ruim da coisa, cheia de partes que você precisa adivinhar o que fazer e sempre tem algum bug ou problema com a câmera para te atrapalhar na adivinhação. Às vezes você até entende qual personagem tem que estar, mas esses bugs acabam te enganando e fazem você pensar que está fazendo errado, escolheu o personagem errado, etc. Tem partes que são time perfect e pixel perfect. Os dois ao mesmo tempo. Num jogo com uma física ruim dessas e uma câmera alucinada fica injusto demais.

Os piores bugs, é claro, são os das partes de caninhos. Você tenta mudar de faixa e ele começa a ir pro lado errado, ou pula e cai errado, acelera do nada, perde velocidade e não chega do outro lado, ou a câmera gruda no personagem e você não vê nada. É horrível. Sem falar que os checkpoints ficam bem distantes uns dos outros, então você repete as mesmas partes várias vezes e são seções longas. A chance de dar um bug e você repetir tudo é gigantesca. A frustração também é enorme.

Tentei passar esta fase por alguns dias, inclusive em um dia em que o filho de um amigo de longa data, e diga-se de passagem ambos são fãs de Sonic, fez uma chamada de vídeo e falou que queria ver eu jogando Sonic Heroes. Claro que eu joguei com a maior concentração da história da humanidade para não passar vergonha, então consegui passar. Demorou treze minutos e até ele se impressionou com o tempo. Tirei E, claro.

Pena que eu acabei indo mal no estágio seguinte, mais uma boss battle. Enfrentando o Egg Emperor, o último chefe da história do Team Sonic, perdi todas as vidas e tomei Game Over. A sorte é que a bateria do celular deles acabou antes disso acontecer e eles não me viram passando vergonha. Saí da frente do videogame, respirei, fui tomar uma água, pensei na vida, em como eu cheguei longe e faltava pouco pra finalizar, então voltei para o Wii e finalmente entendi o que precisava fazer para derrotar aquele chefe. Acabei morrendo duas vezes, mas passei na terceira.

Era isso, era o fim do jogo, comemorei o fato de não precisar mais jogar Sonic Heroes. Já estava pensando em como escreveria este texto, enquanto os créditos passavam. De repente aparece a tela escrito: Try Another Story. Naquele momento eu me transformei no Pato Donald, igualzinho acontece no Quackshot quando ele come pimentas demais.

Foram cinco malditas horas e três infinitos minutos pra terminar esta campanha e eu ainda tenho que encarar o Team feio Dark, o Team bobo Rose e o Team chato Chaotix? Você só pode estar de brincadeira, Sonic Team. Isso era dia 05/06/2020, quase um mês depois de começar a jogar. Eu só fui ter coragem de ligar o videogame pra ver alguma coisa dia 15/06/2020, ou seja, dez dias depois.

Fiquem calmos, eu não vou contar a experiência com cada time, vou fazer isso da forma mais resumida possível. Tenho ciência do quão grande este post já está.

Fui para o Team Dark sem saber o que me esperava, até perceber que estava jogando as mesmas fases, exatamente iguais. Então fui pesquisar o que havia de diferente do time do Sonic em relação ao Shadow e os demais panacas. Descobri que o Team Sonic é como se fosse o modo Normal do jogo, enquanto o Team Dark consiste no modo Hard. Faz sentido, já que eu esbarrei na Power Plant e não consegui passar daquela sequência idiota da sala redonda com a câmera em cima e a lava subindo. Se com o Team Sonic foi difícil, imagina com o Team Chocolate Amargo Dark.

Então me informei um pouco mais sobre os outros times e o que soube era que o Team Rose é o modo Easy e o Team Chaotix era uma espécie de modo Missão. Basicamente é assim: são as mesmas fases para todos os times, mas o Team Rose tem as fases mais curtas; o Team Sonic e o Team Dark possuem fases de mesma duração, mas o Team Dark apresenta mais desafios como mais inimigos e caminhos levemente modificados; e por fim o Team Chaotix possui fases que tem tamanhos variados, em que para passar de fase não precisa necessariamente chegar no fim dela, mas concluir um objetivo. Explico melhor na parte dele.

Sendo assim, larguei o Team Dark e fui jogar com o Team Rose. Foi a coisa mais feliz que eu fiz com este jogo. A primeira coisa que aconteceu me deixou bem incomodado: a história começa na fase de Tutorial, não importa se você já jogou ela ou não. E não dá pra pular, tem que jogar, aguentar o OMOCHATO Omochao explicando tudo nos mínimos detalhes para o jogador, igual este post está fazendo. Pra vocês terem uma dimensão da chatice. Quem que gosta de tutorial, né? Enfim.

Tirando isso, o Team Rose tem fases muito divertidas. De verdade! Mesmo com os bugs de física e câmera que o jogo oferece, a fase acaba antes de chegar as partes mais idiotas das fases, raramente eu perdi a vontade de continuar jogando e terminei o jogo rapidinho com a Amy e seus amigos.

Preciso dizer que o movimento que o Big faz em seu ataque aéreo é devastador, que ele grita algo que para mim é “Pop Ball”. Sei lá porque é tão divertido fazer ele, mas abusei bastante. Além disso, outra apelação é o ataque especial do time. Depois de derrotar tudo que tem na tela, ainda faz com que os personagens fiquem invencíveis por algum tempo, algo que ajuda demais. Para um jogo cheio de problemas, esses facilitadores deram uma temperada e Sonic Heroes voltou a me interessar. Até comecei a gostar do Big depois disso.

O que mata é a história deles. O Big querendo achar o Froggy (de novo), a Amy querendo achar o Sonic pra casar com ele (de novo), enquanto a Cream e o Cheese querem encontrar o/a tal do/a Chocola. Que diabos é Chocola? De onde veio esse? Tá, depois descobri que é mais um chato Chao, mais um dos malditos Chaos sem graça dos jogos do Sonic. Enfim.

Uma coisa legal é que, ao chegar na Casino Park, a Amy cita Casinopolis, que eu achei que só havia aparecido em Sonic Pinball Party por um instante, fiquei na dúvida se a história dele era algo canônico (se é que isso importa), mas depois me lembrei que a fase também existe em Sonic Adventure. Eu não me lembro de terem mencionado outra região em jogos anteriores, por alguma razão achei legal.

Foi com o Team Rose que eu descobri finalmente para que servem as chaves dentro de gaiolas. Não saiam daí, vou revelar após os comerciais. Elas servem para que a gente acesse os Special Stages do jogo, mas precisamos terminar a fase com elas. Qualquer dano que o trio sofra faz com que a chave seja perdida. Outro ponto que eu precisei pesquisar pra entender é que os desafios para pegar Chaos Emeralds nos Special Stages ocorrem apenas nas fases pares, enquanto nas ímpares os estágios especiais servem basicamente para coletarmos vidas. Talvez pra treinar.

Os Special Stages deste jogo são definitivamente as coisas mais bugadas do jogo, mais do que os caninhos. Eles tentam imitar de certa forma as fases especiais do Sonic 2, onde temos uma visão pelas costas dos personagens e a fase é em formato tubular, ou seja, a gente corre pelas paredes e pelo teto também. Diferente do clássico do Mega Drive, aqui o objetivo é alcançar a Chaos Emerald antes do final da fase, praticamente uma corrida contra ela. Para ajudar na tarefa existem bolinhas coloridas que são colocadas ao longo da fase e enchem uma barra de turbo. Também existem bombas no meio do caminho para diminuir a velocidade dos personagens e diminuir as chances de sucesso.

Seria legal se a física fosse ao menos parecida com a de Sonic 2, mas não chega nem perto disso. O número de problemas com ela é enorme em Sonic Heroes: a cada curva o personagem perde velocidade; se estiver mais alto ele cai e perde velocidade; tem horas que ocorre um bug muito estranho onde todos os personagens param de correr não importa o que você faça, lembrando que eles correm automaticamente; fora que pressionar o turbo faz com que o personagem perca um pouco de velocidade antes. Entre outros problemas que eu com certeza estou esquecendo.

Pegar Chaos Emeralds é um parto. Curiosamente, você encontra uns vídeos com pessoas conseguindo as esmeraldas bem rapidamente. Eu demorei muito pra aprender alguma coisa, ainda usei algumas dicas que encontrei por aí. Tem algumas esmeraldas que a gente consegue pegar simplesmente deixando os personagens correndo no teto. Sem usar turbo e sem pressionar direcionais, ou seja, sem fazer nada. Eventualmente eles pegam a esmeralda sozinhos. É bem tosco.

Infelizmente a tática não funciona para todos os Special Stages, não com o Team Rose pelo menos, que é mais lento que os demais times. Isso gera um baita dilema para o jogador, já que as fases deles são mais curtas que dos demais e torna o processo de acesso aos estágios especiais mais fácil, mas pegar as Chaos Emeralds com eles é um processo mais difícil. Ainda assim, peguei quatro das setes com o Team Rose antes de acabar a história deles. Uma que eu enrosquei fortemente foi a terceira esmeralda , e ela me desanimou o bastante para que eu interrompesse o processo e fosse jogar com o Team Chaotix. Só pra vocês terem uma ideia do trauma, pela primeira vez eu decorei a cor de uma esmeralda em um jogo do Sonic: é bendita da amarela.

Uma coisa que eu não esclareci é que existe também o modo Challenge no jogo. Nele é possível retornarmos às fases já jogadas e finalizadas, somente com os times que passaram por elas. É a forma que temos para acessarmos os Special Stages de novo.

Pelo menos o menu sinaliza quais as fases que te dão acesso às Chaos Emeralds e quais delas já foram obtidas, facilita um pouco o processo. Pena que não tem acesso direto, mas eu entendo isso. Não dá pra banalizar também. No fim, o Challenge meio que serve como o mapa que o jogo não tem no modo história. Se querem saber, achei que foi uma decisão bem acertada.

Vale mencionar também que as fases também podem ser acessadas no modo Challenge delas. Este modo te dá uma tarefa para cumprir para que a fase seja concluída, ao invés de irmos até o fim delas. Foi algo que me ajudou a pegar a tal da esmeralda amarela, já que a missão do Team Rose nela é coletar 200 argolas na BINGO Highway e isso é consideravelmente fácil e rápido (cheguei a conseguir fazer em menos de dois minutos em algumas tentativas).

Falando em tarefas, hora de descrever a jogabilidade com o Team Chaotix.

Falei bastante que eles possuem missões e tal, mas ainda não expliquei como isso funciona. Quer dizer, não diretamente. Pois elas são parecidas com a tarefa que comentei do modo Challenge. Cada fase tem o seu desafio, um tema específico, mas em todas as missões são basicamente uma destas opções: coletar um número de coisas, estejam elas visíveis ou não (precisam ser encontradas); derrotar um certo números de inimigos de um tipo; passar fases sem ser detectado (olha o Metal Gear Solid influenciando aqui); ou habilitar/desabilitar alguns dispositivos; ou então simplesmente terminar a fase. Claro, a Rail Caninho a gente precisa passar inteira, porque o jogo não quer ser legal com a gente nunca.

Existem variações dentro destes tipos de missões. Por exemplo, fases de coletar coisas podem ter exatamente o número de coisas exigidas para serem coletadas e te fazem perder um tempo procurando por estes coletáveis (o que lembra jogos com Spyro the Dragon); ou então existe um número bem maior desses coletáveis, aumentando a chance de terminar a fase mais rapidamente. O mesmo se aplica à inimigos e dispositivos. No caso dos itens exatos, se chegarmos ao fim da fase e não tivermos coletado/destruído/habilitado/desabilitado o número necessário, sempre existe algo que teleporta os personagens para o início da fase. Em alguns estágios assim eu cheguei a levar mais do que vinte minutos para encontrar tudo que precisava, o que para mim foi um porre. Detesto jogos assim.

O time em si tem algumas características interessantes. Espio pode ficar invisível, o que pode ser usado para não ser detectado nas fases em que isso é necessário. Também é muito útil em fases que não precisa, quando você só quer passar correndo por todo mundo e até mesmo quando você quer derrotar um inimigo mais chato só pulando em cima dele sem ele saber o que tá batendo nele. O Vector tem um ataque similar ao do Big, e esse é outro ponto que ajuda bastante. Já o Charmy, bem, é um personagem simpático e tal é capaz de abrir umas flores mecânicas que teleportam para outros locais, nada de mais.

No final da história deles é revelado quem é o personagem que passa as instruções de cada uma das fases por rádio. Algo que surpreende um pouco, me arrancou umas risadinhas.

Antes de continuar com o relato, vou solicitar algo apenas para “pesquisa científica”. Se você tomou o caminho mais longo do texto e chegou até este parágrafo, coloque a palavra “tagarela” em qualquer ponto do seu comentário (nem que esteja escrito só isso), ou mande isso pra mim em redes sociais, apps de chat, e-mail, onde quiserem. Só pra eu saber quem teve a coragem de fazer isso. Se um dia eu sortear um brinde no blog, essas pessoas vão ter 5 vezes mais chances de ganhar. Voltando ao jogo. 

Finalizada a história dos detetives, voltei pra tortura que é jogar com o Team Dark. Mas eu já estava tão calejado com os outros personagens que eu passei tudo até que bem. Inclusive a maldita parte da Power Plant eu já cheguei com uma ideia na cabeça e executei ela, passando de primeira.

Inclusive aprendi umas coisas enquanto jogava com eles, a principal delas foi como encher a barra de especial com a Rouge (ou qualquer personagem de voo) em aproximadamente um minuto sem correr riscos. Foi necessário para a Robot Storm. Acabei usando no restante do jogo, inclusive contra o último chefe. É apelativo, é demorado, mas eu já não tinha mais paciência com o jogo, queria chegar no fim dele logo.

Diga-se de passagem, durante a jogatina com o Team Dark eu dava umas pausas para tentar pegar as Chaos Emeralds restantes com o Team Rose. Fazia isso para tentar relaxar, mas só ficava mais estressado. Depois que descobri mais umas artimanhas espiando uns vídeos (me condenem a vontade), consegui a terceira Chaos Emerald e logo em seguida peguei a quarta ou a quinta (não lembro qual das duas faltava), sobrando apenas a sétima. Essa deu uma baita dor de cabeça, até achar uns vídeos que os caras pegavam muito fácil só fazendo certos movimentos. Foi aí que eu aprendi a usar o turbo/boost de verdade. Claro, não foi fácil, tive que passar nervoso com alguns bugs e tentar de novo, mas consegui.

Uma coisa que quase me tirou do sério foi a última fase com o Team Dark. Eles fizeram algo totalmente “cheap”, só pra tirar vidas do jogador na apelação sem vergonha. A parte já é uma sequência estúpida de caninhos e choques com o Team Sonic. Com o Team Dark eles colocaram isso e mais inimigos na ponta final dos caninhos, em duas situações. Só que essas pontas de caninho meio que acabam para outros caninhos começarem. Se você vai rápido demais pra acertar a próxima sequência, bate nos inimigos, cai e morre. Se vai devagar, não chega nos outros caninhos. Se vai moderado, faz tudo certinho mas aperta o botão de pulo de novo, dá homing attack no inimigo e é um parto acertar os caninhos seguintes. Lembrando que se chegar tarde demais, ainda toma o choque no caninho do raio que é atirado e morre também. Ou seja, se apoiaram em uma mecânica ruim forçando com presença idiota desnecessária de inimigos. Totalmente barato. Eventualmente passei, derrotei último boss com certa tranquilidade por estar calejado e finalizei a última das histórias. Ufa!

Aí aparece a mensagem que eu já esperava: devemos enfrentar o verdadeiro vilão do jogo. Entrei no menu, nada novo. Entrei na tela das histórias, nada novo. Procurei, procurei, procurei, não encontrei acesso ao chefe final.

Sem paciência, abri aquele famoso site que a gente pesquisa as coisas que não patrocina este blog e achei alguém que também esta perdido com isso, com a solução em uma das respostas de um outro famoso site onde as pessoas discutem coisas e que também não patrocina o blog: o acesso fica tela das histórias, é necessário apertar pra direita até revelar o novo item que surgiu nela.

Gente, na boa, não tem nenhum indicador de que há algo não sendo exibido. Nenhuma barra de rolagem horizontal, nenhum ícone indicando pra ir pro lado, nada. Absolutamente nada. Como é que o jogador vai adivinhar? Caceta, Sonic Team, vocês conseguiram falhar até nisso! Quanta incompetência!

Enfim, cheguei na batalha final. Que eu já sabia que seria o Super Sonic contra alguém. Não vou contar quem é esse alguém. Mas a verdade é que esta batalha é dividida em duas fases.

Inicialmente devemos usar os outros três times (um de cada vez) enfrentando este mesmo inimigo, segundo as cutscenes para “distraí-lo”. A tristeza é que é mais uma daquelas situações que te forçam a descobrir como derrotar um chefe. Pra ajudar, ainda tem umas coisas que são bastante sacanas com o jogador. Não vou entrar no detalhe, de novo, spoiler. Passei na terceira ou quarta vida, considerando que a gente volta na vida seguinte no time que parou, começando no Rose, passando pelo Chaotix e terminando no Dark. Pelo menos isso.

Em seguida o chefe final de verdade, que enfrentamos com o Super Sonic, o Tails e o Knuckles. O chefe só pode ser derrotado com especiais, então eu fiquei tentando atacar alucinadamente com o super ouriço até a barra encher. Tem aquele detalhe já conhecido do número de argolas diminuir a cada segundo. Aqui poucos lugares para aumentar o número de argolas. O desespero toma conta, mas depois de executar o especial cinco vezes, o tal inimigo é derrotado.

Então é exibida mais uma cutscene, onde novamente o retardo mental absoluto reina e dessa vez o protagonista do jogo vira para o vilão e diz que eles venceram porque ele são os , wait for it, Sonic Heroes.

Sério, Sonic Team? Sério mesmo? Vocês precisam forçar o nome do jogo na primeira cutscene com uma fala do vilão e no fim cometer a mesma atrocidade com o protagonista? Pra quê? Vocês estavam tão orgulhosos do jogo que fizeram que precisavam fazer isso? Ainda mais um jogo tão questionável? Eu juro que não me conformo. Só serviu pra me deixar ainda mais irritado com o game de forma geral.

Reparem, DE NOVO, que “Sonic Heroes” está com as iniciais em maiúsculo.

Pelo menos é o fim do jogo, finalmente! Eu comemorei, nunca mais encostaria nesta coisa novamente. Após os créditos, eu lá a postos com o celular na mão pra tirar uma foto pra comemorar o fato me deparo com a seguinte mensagem (em tradução livre): “tire A em todas as fases”.

Fiquei pasmo, como assim, Sonic Team? Vocês fazem este jogo cheio de problemas técnicos e coisas questionáveis, que já te consome vinte horas de gameplay para chegar no final verdadeiro e ainda tem a cara de pau de pedir para o jogador obter Rank A em todas as fases? A troco de liberar um modo Super Hard? Vão se lascar!

Enfim, aqui acho que cabe o resumão de tudo que achei. Sim, depois desse texto enorme ainda vem um resumão. De alguma forma, preciso concluir o jogo, certo? Mesmo que você tenha lido esta parte, talvez valha a pena ler por este motivo.

Resumão dos Heróis

Sim, o trocadilho no subtítulo foi proposital, como quase sempre é.

Parece que eu “finalmente” cheguei naquela fase que muitos gostariam de ver, a dos jogos questionáveis do Sonic. O triste é que eu deveria tomar muito cuidado com o que escrevo sobre eles, senão eu acabo magoando os fãs incondicionais com algumas verdades sobre os problemas que estes jogos possuem; ou então irritando os retrogamers/”puristas” e/ou os caras que só gostam de Sonic do Mega Drive — e não consideram ou não lembram nem excelentes os jogos de 8 Bits — com verdades sobre qualidades que são interessantes nestes jogos mais modernos da franquia.

Se querem saber, eu não estou nem aí. Vou falar o que penso e não vou me importar com extremistas, não importa em qual ponta estejam. Aprendam a se limitar menos e a abrir a mente para a vida como ela é. Saiam do fantástico mundo da cabeça de vocês.

Enfim, pseudo disclaimer feito, vamos ao que interessa.

Olha o bug aí gente! Só mais um…

Primeiro de tudo, a trilha sonora deste jogo é muito boa. Nem todas as músicas são brilhantes, ainda tem algum resquício dos rock cool descolado yeah sou foda digdin que eu acho desprezível. Ainda assim, existe alguma mistura de gêneros neste jogo e devo dizer que quase todas as músicas combinam direitinho com as fases. Então os méritos vão pro Jun Senoue, principal compositor. As músicas sem graça também são creditadas a ele, ou seja, não são somente os méritos que ele merece. Fãs dele e/ou do Crush 40 podem choramingar a vontade, a verdade é essa.

Graficamente o jogo é bonito, mais uma vez lembrando que estou olhando com os olhos da época. Comparando aqui com jogos coloridos e vibrantes, não com jogos que tentavam de forma simular realismo e normalmente possuem cores mais sóbrias.

O design das fases é um assunto mais complicado: temos desde ideias exageradas de caninhos pra lá e pra cá que só servem pra incomodar até fases que foram muito bem pensadas, com puzzles, múltiplos caminhos e soluções para chegar ao fim das fases, algum desafio de plataforma e mais uma porção de coisas que falei ao longo do post.

Particularmente achei as fases compridas demais para jogarmos com três dos quatro times. Exceção é o Team Rose que tem fases mais curtas, que devo dizer que parecem estar na medida certa. Foi o único time que me divertiu em mais da metade da jogatina com ele.

Esta diversão foi prejudicada nos outros times (e até um pouco no próprio Team Rose) principalmente por questões de jogabilidade. A física do jogo é bem ruim, cheia de bugs e muitas vezes você é punido por coisas que não queria fazer, mas o jogo acaba fazendo por ele mesmo. Um dos problemas mais clássicos aconteceu muitas vezes comigo: os personagens pisam em uma plataforma e saem desgovernados para um lado qualquer. Acontece de forma muito rápida e o resultado é que quase sempre eles se jogam sozinhos em um buraco. É horrível.

A câmera é bem ruim também, vira e mexe ela dá uns bugs também e isso prejudica demais a experiência. Com alguma frequência ela cola nos personagens e não tem nada que faça ela resetar e ficar na posição que deveria estar. A maior parte do tempo ela tem vida própria e briga com o comando do jogador em tentar posicionar em um lugar mais favorável. Ou então você até consegue posicionar, mas ao andar um milímetro qualquer ela já volta para onde o jogo quer que ela esteja e você não consegue prosseguir para onde queria ir com a visão que queria ter. Tipo de coisa que atrapalha e desmotiva demais.

O voo com os personagens que possuem esta habilidade tem uma característica que, para mim, é muito frustrante: quando o personagem cansa, ele não só para de voar como cai em linha reta, não deixando o jogador tentar se salvar daquela situação voltando para uma plataforma próxima ou algo assim. Em nenhum outro jogo o voo funciona assim, sempre é possível se movimentar para os lados mesmo que o cansaço tenha sido atingido.

Alguns ataques de personagens de força também são bem problemáticos, já que o personagem acelera pra frente de forma desgovernada nestes ataques e acaba se atirando em um buraco eventualmente. Se você fica parado, acaba sendo atingido e morre. Tipo de situação “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

Não posso esquecer de mencionar o bug das argolas. Existe um movimento chamado Light Dash que é possível com personagens de velocidade: basta segurar um botão em uma trilha de argolas e ele se movimenta automaticamente seguindo a trilha. Só que isso na prática não funciona sempre. Tem vezes que ele não segue, para no comecinho e vai para o buraco. Ruim demais. Depois de morrer muito, encontrei uma solução: basta pular e apertar o botão de coleta. Então ele não engancha na quina da plataforma e vai pro buraco. Triste é que demorei um bocado pra sacar isso. Até porque nunca é dito, eles sempre mencionam para somente segurar o diacho do botão. Sem falar que nenhum outro jogo da franquia te exige isso.

Consegui listar pelo menos um bug para cada tipo de personagem. Tem muito mais, mas prefiro parar por aqui. Só queria dar uma dimensão do quão quebrado/problemático Sonic Heroes é, por mais que exista gente por aí tentando discordar.

Verdade seja dita: a ideia de jogar com três personagens ao mesmo tempo é ótima, proporciona aquele lance de múltiplas soluções que comentei e isso é algo extremamente positivo. O problema é que isso nem sempre é bem executado e muitas vezes não fica claro ou natural descobrir a melhor ideia para vencer certos desafios. Isso frustra bastante.

Uma prova de que até mesmo os desenvolvedores sabem que não é tudo claro, já que encheram as fases de placas com “Speed”, “Fly” ou “Power” e mais alguns pontos de interrogação para os personagens berrarem algo tipo “este é um trabalho para o Tails” ou qualquer ladainha similar. Ainda assim, faço questão de repetir: a ideia de usar os três é ótima e eu não veria problemas em ver isso em um jogo futuro da série, desde que bem implementado. Muito melhor que criar fases separadas e fazer o jogador a passar por gameplays diferentes de forma forçada dentro de uma história. Né, série Adventure supervalorizada? Que bom que não temos o Knuckles e Rouge exploradores aqui, minha Motion Sickness e minha paciência agradecem.

No fim, o jogo é tão cheio de altos e baixos que não tem como considerar ele diferente de mediano. De verdade. Os reviews da época em sites e revistas também apontam isso, onde a maioria das notas se concentram em uma faixa de 60% a 70% do valor total. Salvo a IGN que deu 80%. Depois perguntam porque eu peguei birra deles durante uma época aí.

Se eu compartilhasse as minhas anotações vocês teriam uma ideia exata do quanto eu fui murchando ao longo da jogatina. Em diversos momentos eu pensei em largar o jogo. Para terem uma noção, aconteceu quando terminei com o Team Sonic, quando experimentei jogar com o Team Dark, quando vi pela primeira vez os Special Stages, quando cheguei com o Team Rose na Rail Caninho Canyon, entre outros momentos que se eu listar vai tornar este parágrafo enorme.

Por alguma razão eu persisti e fui até o fim verdadeiro. Não sei se me sinto um vitorioso por isso, mas persisti e fui até o fim, fiz tudo que dava pra fazer. Não, eu não fiz Rank A em todos os estágios, não liberei o Super Hard Mode, não o joguei e não me interessa fazer nada disso. De novo, não faz parte do jogo, é só um extra. Até as Wikis mais fanáticas por jogos do ouriço concordam com isso. Mesmo se não concordassem, a minha consciência está bem limpa quanto ao 100%.

Por pior que pareça, acredito que o mais me ajudou a terminar o jogo inteiro foi um motivador externo. Quando estava na penúltima fase com o Team Rose eu tive um problema pessoal um pouco traumatizante: travei as costas de um jeito que eu não conseguia sair do chão. Literalmente. É algo que eu não desejo pra ninguém (prefiro recomendar que joguem Sonic Heroes e ser crucificado por isso). Fui parar no hospital e o caramba. Sei que vocês não tem nada a ver com isso, mas quero ler isso no futuro e me lembrar. Além de explicar de onde veio o masoquismo para executar tudo no jogo. Como havia instalado o Wii no quarto pra jogar lá enquanto a TV da sala estava ocupada, aproveitei os muitos momentos em que precisei fazer fisioterapia de choque deitado na cama para tentar seguir mais um pouco no jogo. Se eu não tivesse “ancorado” na cama por tantos momentos (basicamente duas horas por dia), acho que não teria chegado onde cheguei.

Vou ser sincero. Acredito que com alguns ajustes e melhorias talvez desse para chegar em um resultado bom pensando no jogo como produto final, tanto é que Sonic Heroes começa numa pegada muito boa, de repente começa a ficar irritante e cansativo. Muito por conta das repetições e bugs. Sério, ninguém merece passar vinte horas repetindo as mesmas fases só trocando pequenos detalhes como os personagens, que são quase como só skins diferentes uns dos outros. Se tirassem todos os caninhos das fase, o jogo já ficaria bem melhor. Se arrumassem a física, ficaria perfeito. Eu daria até um desconto nos problemas de câmera. Quantos outros jogos fiz isso. Ainda mais nessa época que quase todos os jogos apresentavam algum tipo de problema do tipo.

Não é exagero, foram vinte horas mesmo.

Plataforma 3D é um gênero difícil, eu tenho que dizer. São poucos jogos assim que me encantam, diferentemente do que acontece em 2D. Ainda acho que eles precisam ser muito bem feitos para serem louvados de fato, e isso é uma coisa bem difícil. Ao mesmo tempo, Mario tá aí pra provar que é possível. Ou vão dizer que vocês conhecem um Mario 3D que seja realmente ruim? Não vale dizer o gosto de vocês, façam uma análise fria antes de me responder isso, pensem direitinho.

Ah, eu nem falei dos Special Stages no resumão, né? Acho que nem precisa. Só vou dizer aqui que eles são bugados e mal pensados. Poderiam ser completamente diferentes. Foi uma das coisas mais quebradas que eu experimentei durante toda a minha vida gamística, de verdade.

Os Special Stages que não servem para nada… digo… que não valem Chaos Emeralds.

Mas a música é boa, né? Bem, se eu quisesse jogar algo da franquia somente pela trilha sonora, optaria por Sonic R. Eu sei, o jogo é de corrida e não de plataforma. Mas pelo menos ele tira de letra todos os quesitos onde Sonic Heroes falha. Até nas ideias malucas! Pena que ele é curto, ao contrário de Heroes que é longo demais; Ah, acho a trilha sonora do Sonic R é muito melhor, só pra constar. Tudo bem, aqui é o meu gosto pessoal.

Bom, é só tudo isso!

Quem viu o post inteiro conseguiu visualizar o ponto de virada onde eu deixei de achar que Sonic Heroes era um jogo legal e percebi que na verdade ele é cheio de problemas.

É a porcaria que o TH falou em 2004? Não sei, talvez não seja pra tanto. Todavia, não chega nem perto de ser um jogo realmente bom. Uma pena, pois consigo enxergar um potencial enorme desperdiçado.

Fora a duração longa. Quem jogou e fez toda a história dele sabe que é algo bem cansativo, tanto quanto ler este post inteiro. Desculpem por isso, mas talvez eu sem querer tenha conseguido representar a experiência. Não sei se foi sem querer.

Considerando a analogia, quem partiu pro resumão deve ter a ideia de como é jogar só com um dos times, no máximo com dois, se um deles for o Team Rose. Vocês podem achar que Sonic Heroes é um bom jogo, legalzinho, etc. Mas saibam que ele não é. Faltou conhecer ele de verdade.

Parece até aqueles memes que as pessoas postam “pareço legal, mas”. É, é isso que Sonic Heroes é. Primeiro jogo a conquistar o selo “pareço um jogo legal do Sonic, mas” do blog Gamer Caduco. Parabéns a todos os envolvidos!

Pra finalizar, uma foto do dia que eu tava passeando pelo centro de São Paulo e encontrei o jogo totalmente original só que não à venda, sei lá porque tirei foto disso e ainda guardo essa foto. [Edit (25/08/2020): O velho desmiolado aqui esqueceu de colocar a foto. Valeu Ivo por ter avisado! 🙂]

Foto original (esquerda) e zoom (direita). A foto foi tirada em Maio de 2014. Bastante recente pra um jogo que já tinha mais de 10 anos de lançamento!

Parabéns, Sonic Team. Vocês merecem um Rank D por Sonic Heroes. Rá, toma essa, seus caras de melão! Também classifiquei vocês! Tentem tirar Rank A nos próximos 58 jogos que desenvolverem para liberar o Super Hard Post!

Obrigado a todos pela paciência, tomara que eu nunca mais tenha que passar dois meses jogando um jogo questionável e mais três semanas escrevendo sobre ele. Pior é que Shadow the Hedgehog e Sonic the Hedgehog (2006) estão muito próximos. Eu não mereço isso. Vocês não merecem isso. Ninguém merece isso.

Chega!

Beijos na bunda de todo mundo, especialmente nas da galera do Sonic Team!

Abraços a todos!

NEM A PAU, JOGO! NEM A PAU!

Sobre Gamer Caduco

Apenas mais um cara que nasceu nos anos 80 e que desde que se conhece por gente curte muito videogames, não importa a geração.
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27 respostas a Maratona Sonic: Sonic Heroes (GameCube, Playstation 2, Xbox, Windows)

  1. Rodrigo Dimitri diz:

    Bacana…só esqueceu de falar do multiplayer. Mas eu até gosto do game.

    • Oi Rodrigo, na verdade não esqueci, eu deixei pra lá mesmo! kkkkkk
      É meio que um padrão da Maratona Sonic mesmo, já que não tenho com quem jogar em multiplayer [música triste tocando]… rs.
      “Eu até gosto” soou algo como “gosto, mas com ressalvas”. Talvez eu esteja nesse time aí, não sei. Agora que faz tempo que eu joguei, já tô um pouco menos revoltado… hahaha!
      Valeu Rodrigo!

  2. Fala Cadu, chegando para responder os posts atrasados!
    Vou fazer que nem você faz, lendo e respondendo! Beleza!

    Começando que nunca se quer toquei em Sonic Heroes! E nem sabia dele, eu confundo ele com o Sonic Gerations direto, sempre quando vejo algo comentando dele eu acho que é o Generations, mas vamos lá conhecer sobre ele.

    Hahahaha! O TH sempre direto né! Esse jogo é uma porcaria hahahaha! Destruidor de fãs do Sonic hahahaha! Mas você não ter continuado a jogar que me chamou atenção, como fã do SONIC eu pensei que você ira jogar ele até o fim! Só 16 anos depois! Eita!

    Sabe essas coisas malucas de colocar os planos de dominação mundial em um convite e cia do Dr Robotnick! Eu também odiava, mas sabe que tanto ver essas coisas malucas eu acho que se não tiver hoje eu vou sentir falta sabe! Hahahhaha! Coisa de maluco, mas é a verdade!

    Até o momento que você disse sobre que o jogo tava divertido, músicas legais e cia tava colocando MAIOR FÉ nele… mas quando tu disse que tem que ter RANK para servir para algo… aê já “broxou” o jogo na minha opinião!

    Agora você me pegou! hahahahaha! Eu achando que já tava no final até você me dizer que depois de tudo tá no meio ainda! Putz, já tô vendo que o jogo parecia promissor, mas virou uma bomba total! Vamos ler até o final! Eu tô lendo todo ele, não cliquei no link do resumão!

    Eu li tudo aqui e comecei a rir imaginando tua cara quando apareceu “Try Another Story” hahahahhaahhahaha!

    Acabei de te mandar mensagem no texto falando! TAGARELA! Eu parei aqui um pouco! Volto mais tarde porque quero ver teu relato com o Team Dark!

    Voltei, eu percebi essa empolgação e depois frustração com o jogo Cadu, parece que o hype foi diminuindo…. diminuindo e certas horas eu achei que iria ler “desisti de jogar”, mas posso te dizer que o texto e sua experiência não seria nem metade se tu não chegasse no final desse jogo como disse, isso de nível HARD é apenas bônus mesmo, o legal é você ter feito o final verdadeiro. É incrível como a gente sempre vê no Sonic jogos com potenciais fantásticos, mas são destruídos por N motivos que no final teriam como arrumar. Não é algo que tu vê e diz! Esse não tem JEITO! Bem longe disso! São erros ajustáveis mesmo para época! É impressionante isso nos jogos do Sonic!

    Eu não achei a foto que tu falou do dia que você viu o jogo no centro de SP. Será que você esqueceu de postar? Eu sempre adoro ver essas coisas!
    Pq abaixo só tem a Get All A Rank hahahaha! Depois me diz!

    Mas valeu Cadu, mais que o jogo em si é ver tua experiência jogando ele!
    Se um dia eu sair jogando mais jogos do Sonic vou tentar me aventurar nele!
    Logo mais respondo os outros posts, estou atrasado eu sei!

    Abraços!

    • Ivo, meu caro, que satisfação seu comentário me deu.
      Eu tava preocupado que a tempestade de caracteres que eu gerei com o post fizesse com que as pessoas perdessem o fio da meada, mas o seu comentário provou pra mim o contrário: vc entendeu exatamente qual foi o ponto, como tudo aconteceu. Pegou o “storytelling” que acabei gerando no “caminho longo”.
      Explicando o pq de não ter jogado há 16 anos, aquela fase não tinha fanatismo nenhum por Sonic, eu simplesmente deixei tudo passar, inclusive jogos do ouriço. Estranho foi eu não ter jogado depois, mas aí foram os outros jogos da lista surgindo. Por isso eu agradeço o Cadu do passado que decidiu jogar todos jogos na ordem, assim nada fica de fora!
      Mas por favor, não confunda Heroes com Generations, são jogos totalmente diferentes. Em muitos aspectos.
      Olha, eu não consigo reproduzir conscientemente a cara que eu devo ter feito com o Try Another Story. Se soubesse que seria surpreendido, filmaria pra colocar aqui (mas aí não teria a surpresa, maldito paradoxo). Enfim, deve ter sido ótima mesmo! kkkkkk
      Aquele negócio de “fechar com chave de ouro” se aplica ao seu comentário: eu também vejo jogos modernos (e até alguns clássicos) do Sonic cheios de potencial e que perdem o brilho ou são completamente arruinados por detalhes que tinha como arrumar. Alguns a gente até consegue relevar e se divertir, mas tem uns que não tem como e eu fico de cara quando algum fã incondicional fica cego para estes detalhes e chega forçando que o jogo é bom. Tudo bem as pessoas gostarem, mas gostar é uma coisa, dizer que é bom é outra… rs.
      Ah, valeu por avisar da foto do Centro de SP, eu já corrigi o post. Vou contar a história aqui: eu só tinha achado a foto através do TimeHop (aplicativo que recorda a mesma data em anos anteriores), e quando exportei ele ficou com uma resolução baixa demais pra eu tentar aplicar um zoom e tal. Quando fiz o post, fiquei na dúvida se postava a foto ou apagava o parágrafo. Decidi apagar o parágrafo. Daí foi ao ar com ele, esqueci completamente. Esses últimos meses foram muito difíceis e acabei deixando passar… hahaha! No fim, procurei a foto e acabei encontrando, editei e botei no post. Melhor assim, pra recordar.
      Agora a dica é: não jogue Sonic Heroes. Ou jogue primeiro com o Team Rose, pra não ficar totalmente desanimado… hahahaha!
      Valeu Ivo!

  3. Sonic Heroes eu conheci pela versão de PC. Com uma internet precária e gerenciador de download, eu baixei pouco a pouco a demo, instalei e daí ele travou sem nem carregar a Seaside Hill. Eu resetei o computador e então imagine o meu horror quando ele não deu boot. Aconteceu que a cacetada simplesmente zerou o relógio na BIOS da máquina. O PC que eu tinha naquela época dava pau o tempo todo, sempre corrompia algo na pasta System32 e eu tinha de reinstalar o Windows. PQP que trauma lembrar disso agora.

    Mas eu queria muito jogar esse tal de Sonic Heroes, SONIC HEROES, SETTING THE STAGE FOR A HEROES PARADE mesmo sem grana pra isso e morando no interior. Então eu pirateei o jogo, uai. Tive que pagar ônibus, deixar Torrent carregando numa lan-house, comprar CD-RW, aprender a mecher nos aplicativos necessários para gravar ou virtualizar a ISO. Sabe que o aplicativo drive virtual Daemon Tools trazia o risco de ferrar o boot do Windows após instalado? Tinha dessas coisas. Felizmente hoje em dia a gente pode comprar joguinhos na Steam por um preço razoável, pagar em boleto BR e instalá-los facilmente. Exceto justamente por esse Sonic Heroes que a Sega não relança nunca.

    A experiência do jogo é bem como você comentou mesmo. É muito bugado, cansativo, banaliza os caninhos do Adventure 2 (na verdade, isso era modinha até em outros jogos dos anos 2000) e tem tantos buracos quanto o Pac-Man World 2. Nota-se que a estética dele e o enredo simplificado fogem do que foi feito nos Adventures para algo próximo dos crássicos do Mega Drive (daí veio o jogo do Shadow e deu meia-volta de novo). Ainda assim eu fui aturando os personagens tagarelas, superando cada fase e me divertindo como podia. Também nunca cheguei a zerar 100% dos extras, e hoje em dia eu teria muito menos ânimo para tanto. Sinto um estresse depressivo aqui enquanto escrevo que chega a me pesar ao chão.

    Na verdade, o Sonic Heroes tem passado na minha cabeça ultimamente por

    • –que eu programo o Cosmic Boll que é beat ‘em up em primeiro lugar e platformer estilo Sonic em segundo. Conciliar o contraste desses dois estilos é complicado. Pode ver que no jogo nacional Spark The Electric Jester 2 sumiram as áreas de combate nas fases que apareciam na demo e todo o repertório de ataques do protagonista então só serve pros chefes, por causa da resistência dos jogadores a mecânicas de combate em Sonic depois do Heroes e do Unleashed.

      Enfim, bom trabalho com o post e boa sorte com os próximos nessa era amarga do ouriço.


      “Dear Sonic Heroes: Guess what Sonic Heroes”. Além de cafona é redundante…

      • Só foi eu falar em problema de hardware que me aconteceu um, acredita?

        • “CAFONA”!!!!!
          Essa palavra resume muito bem o meu sentimento com a forçada de barra que eles deram. Fiquei tão incomodado que a redundância passou desapercebida, mas vc tem total razão.
          Bom, eu acredito sim no problema de hardware, seu computador sabe que passou um Sonic Heroes por aí, mesmo que tenha sido em texto. Ele fica bravo e resolve cometer um auto suicídio de si mesmo sozinho e sem a ajuda de ninguém (por falar em redundância).
          Tenho certeza que Sonic Heroes é um vírus. Um tipo de vírus que a lógica não explica, pois afeta máquinas e humanos. Conseguiram a proeza. Se ele não derreter seu computador, ele vai zerar o relógio da BIOS. Se ele não fizer nada disso, vai afetar o jogador e ele vai parar no hospital.
          Não pense que vc falar sobre aturar personagens tagarelas passou desapercebido, obrigado por tomar o caminho mais longo e por me avisar! hahahaha
          Mas caramba, que treta enorme vc encarou pra não conseguir nem ver a Seaside Hill e ainda por cima deixar o sistema operacional inoperante. Eu não sabia dessa parada do drive virtual do Daemon Tools, felizmente nunca passei por isso.
          O fato da SEGA não relançar o jogo é no mínimo curioso. Não que eu faça questão disso, mas eu sei que tem uma galera que gosta do jogo, normalmente os fãs incondicionais ou a galera que era tipo eu, jogou pouco e ainda tem a ilusão de que o jogo é bacana. Não faz muito sentido. Que eu saiba não tem nenhuma questão de licenciamento que possa dar algum impacto (tipo os Advance com a THQ no ocidente), devem ser questões técnicas mesmo. Ou eles sabem o quão bugado é e ficam com vergonha de relançar… rs.
          Vc comentou que sentiu até o estresse depressivo enquanto relembrava, e dado tudo que escreveu, pelo visto o jogo é realmente tudo isso: cansativo, bugado e, não que vc tenha comentado isso diretamente, pouco criativo. Mas sim, dá pra sentir uma certa relação com os clássicos do Mega, ou pelo menos uma certa tentativa de ser assim.
          Não tinha pensado nisso tudo sobre mistura de mecânicas de combate com o “plataforma estilo Sonic”, nada como falar com um desenvolvedor/designer que passou pela experiência e consegue visualizar a dificuldade de balancear isso em um jogo. Engraçado que eu fiquei menos incomodado com Unleashed do que com Heroes, mas foram fases diferentes da vida, preciso rejogar pra ver se vou ficar tão incomodado de novo.
          Bom, valeu pelo boa sorte, vou precisar. Felizmente os dois próximos ainda são gostosos de jogar, pena que já joguei os dois (o post de um deles sai hj) e agora só sobrou o diacho do jogo do Shadow. Já ameacei começar ele duas vezes, mas não consegui ânimo.
          E valeu pelo comentário também! 🙂

  4. Pingback: Maratona Sonic: Sonic Advance 3 (Game Boy Advance) | Gamer Caduco

  5. Luciano diz:

    Rapaz, esse foi o post mais TAGARELA que li por aqui! Hahahaha Gostei demais, uma aula de como fazer um review de verdade.
    Joguei muito pouco esse Sonic, mas não gostei… Uma pena, se tivessem caprichado um pouco mais, corrigido os bugs, seria um jogo bem melhor.
    Abraços e parabéns pelo ótimo texto.

    • HAHAHAHAHAHAHA!
      Cara, obrigado por seguir pelo caminho longo!
      Aliás, pelo comentário e pelo elogio do “review de verdade”, me sinto lisonjeado!
      Vc passou pelo processo certo com Sonic Heroes: jogou pouco, não gostou, largou. Não fez que nem eu que se iludiu, saiu jogando loucamente e agora fica pensando quanto de cabelos brancos adquiriu com isso… kkkkk
      Também acho que poderia melhorar muito, se tivessem investido um pouco mais na correção de bugs e algumas ideias não tão legais assim.
      Valeu Luciano!

  6. Pingback: Maratona Sonic: Sonic Rush (DS) | Gamer Caduco

  7. Shadowrod diz:

    Cara eu gosto tanto deste jogo, que tenho as 3 versões, ps2, gc e Xbox. Adoro.
    Na verdade, junto com Sonic adv 1 e 2, considero a trilogia maravilhosa…depois degringola e só volta a ficar legal em Sonic Rings e Sonic Colors…embora curta o Generations e Unleashed.Acho que muitos não curtem por imperícia no game mas eu decorei tanto o jogo que não perco vida…a não ser naquelas batalhas de times, que rolam uns bugs.
    Respeito quem não curte…mas adoro. A versão ps2 e mais fraca mas foi com ela que cresci…a do gc e xbox só conheci depois e a do Xbox é ligeiramente inferior graficamente ao gc. Mas o do gc não tem as vozes em inglês para escolher…só uma ou outra dependendo da região.

    • Olha, se eu falar que concordo contigo sobre Colors, Generations e Unleashed, tô dando spoilers enormes sobre minha opinião nos posts futuros da Maratona Sonic, mas nesses pontos eu concordo contigo! haha
      Nunca joguei o Secret Rings e, a esta altura do campeonato, tenho evitado tudo sobre ele pra ser surpreendido quando chegar a vez dele. Mas não é a primeira vez que escuto que é divertido.
      Sobre Heroes, bem, o post já deixa minhas impressões. Foi uma decepção muito forte minha por ele ser tão cheio de detalhes. Não sei se a cabeça de 2020 e mais a expectativa influenciaram nisso, mas no fim eu fiquei com a sensação de que a experiência foi mais pra negativa que positiva.
      De qualquer forma, boto a maior fé de que vc masterizou o jogo a ponto de não morrer. As batalhas de times são bugadas mesmo, foi uma das coisas que me incomodaram. Já as fases, depois que fiz todos finais eu assisti alguns vídeos de gameplay feito por pessoas que também masterizaram. Cheguei a ficar até impressionado, boquiaberto mesmo, o jogo muda quando a pessoa sabe jogar e fica até legal de assistir. Mas imagino que vc tenha passado por muita coisa até chegar neste nível, saber os lugares que o jogo é quebrado, etc. Tem que gostar muito! ahuahuahuahua
      Agora impressionado mesmo é de ver que vc não só tem as três versões como jogou todas elas, pelo visto de cabo a rabo.
      Uma coisa é certa: algumas coisas, especialmente a trilha sonora, ajudam bastante neste quesito. Apesar da física e jogabilidade serem questionáveis, o jogo tem alguns aspectos bem positivos. Pena que não dá pra dizer isso de todos os jogos da franquia, né?
      Valeu Shadowrod!

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