Maratona Sonic: Sonic the Hedgehog [2006] (Xbox 360 / PlayStation 3)

Olá meus caros!

Para a felicidade de muitos de vocês, finalmente chegou aquele tão esperado post da Maratona Sonic.

O título não me deixa esconder e meus xingamentos em redes sociais no começo de 2021 também não esconderam que eu passei umas semanas sofrendo com o tal reboot que infelizmente também leva o nome Sonic the Hedgehog, mas que é comumente conhecido por outras alcunhas, como Sonic 2006, Sonic 06, Sonic ’06, aquela droga do Sonic que lançaram em 2006 e sei lá mais qual nomes que as pessoas gostam de usar.

Antes de dar continuidade, quem preferir ouvir a versão em áudio deste post, basta dar play abaixo:

Muitos de vocês sabem da qualidade do jogo e alguns estavam bastante curiosos a respeito de qual seria a minha reação ao jogá-lo. Eis que finalmente entra no ar o post com as minhas opiniões.

Estão com pressa? Posso encurtar algumas respostas pra vocês.

O jogo é ruim? Sim, ele é.

Eu xinguei os bugs dele? Pra caramba!

Eu senti nojo daquela famosa cutscene cheia de zoofilia? Muito, não sei nem descrever com palavras o tamanho do nojo.

É o pior jogo da franquia? Não sei dizer, mas é um dos fortes candidatos até o momento.

Valeu a pena jogar? Por incrível que pareça, sim.

Tenho vários motivos pra afirmar que o jogo não presta, motivos estes que vocês podem ler no restante do texto. Embora eu aposte fortemente que tem gente que goste do jogo, eu acredito que posso dizer que considerar ele ruim é unanimidade entre os jogadores. Praticamente, porque vou excluir os fanboys incondicionais que fazem um esforço tremendo pra defender até os piores jogos do ouriço e seus amigos.

Que fique claro uma coisa: está tudo bem as pessoas gostarem do jogo, só por favor não me venham dizer que ele é “bom” baseado no gosto pessoal, pois nem medíocre ele consegue ser. Mesmo assim eu vou tentar expressar no restante do texto o que achei de positivo nele também, porque realmente há algo de positivo. Nem tudo é podre em Sonic 2006, podem acreditar. Só a esmagadora maioria do jogo.

Enfim, antes de começar a descrever a minha experiência, vou entrar com informações que julgo importantes sobre o game e quero fazer um disclaimer que sempre gosto de fazer nos posts da Maratona Sonic: isto não é um review. Nenhum post da seção é. Não vai descrever todas as funcionalidades do jogo. Eu não vi nada de multiplayer e nem quero, não fui atrás de DLC nenhuma pra deixar o jogo difícil nem nada do gênero e vou me manter longe disso.

Não pretendo dar todos os detalhes do jogo neste post e vou passar um bom tempo fazendo quase um diário de bordo, pelo menos durante o Episódio do Sonic e o Episódio Final, tentando não detalhar tanto para não deixar a leitura muito pesada. Os demais episódios eu farei de forma resumida.

Bom, agora que disse toda essa tralha aí, vamos ao que interessa: informações do jogo.

Sonic the Hedgehog foi lançado em, bem, 2006. Meio óbvio, não? Ele saiu primeiro no Xbox 360, aparecendo na primeira quinzena de Novembro daquele ano na América do Norte e praticamente dez dias depois na Europa. Somente no mês seguinte, na véspera de Natal, ele foi dar as caras no Japão. A versão de PlayStation 3 saiu no país oriental no mesmo dia, mas só foi aparecer na América do Norte no finalzinho de Janeiro de 2007 e na Europa só foi lançado praticamente no fim de Março do mesmo ano.

Vale dizer, ele foi lançado apenas para estas duas plataformas. Versões para Windows e Wii foram cogitadas, mas acabaram sendo canceladas. Ainda bem.

Como é de se esperar, ele foi desenvolvido pelo Sonic Team e publicado pela SEGA. Sonic 2006 foi idealizado para ser um jogo com tom e aspecto mais realistas, inspirado por filmes de super heróis que possuem premissa similar, como Batman Begins e Homem Aranha 2. Infelizmente ele teve diversos problemas em seu desenvolvimento, alguns que vou listar abaixo. Vale dizer que aqui eu não estou defendendo o jogo, apenas trazendo alguns fatos.

Este foi o primeiro jogo da franquia lançado para as plataformas recém lançadas no mercado, o que já traz uma série de complicações para o time de desenvolvimento que ainda não está adaptado à elas. Sem falar na dificuldade que é criar e manter duas versões para sistemas de arquiteturas tão distintas.

Para ajudar, Yuji Naka havia saído da SEGA para fundar seu próprio estúdio. Eu já havia dito isso no post de Sonic Riders. Ele participou do início do desenvolvimento, mas não de sua conclusão. Difícil dizer se isto influenciou positiva ou negativamente, ou se simplesmente não influenciou. Eu acredito que tenha sido ruim, pois a saída de um dos grandes responsáveis por um projeto durante seu andamento sempre causa muitos problemas.

Mesmo assim, não acho que a presença dele até o final teria salvado o jogo do fracasso. Principalmente pelo fato de que houve muita pressão da empresa para que a entrega fosse feita antes do Natal daquele ano para os dois sistemas. Imagina o quanto de polimento não foi deixado de lado para que isso acontecesse, pensando que precisa ser considerado aí o tempo de produção das mídias físicas, que ainda eram fortíssimas na época.

Inclusive o time de desenvolvimento foi dividido entre a produção de dois jogos: o próprio Sonic 2006 e o Sonic and the Secret Rings (lançado para Wii no ano seguinte). Menos pessoas para entregar um produto em pouco tempo, em plataformas que o time não tinha experiência? Não tinha como isso dar certo. Onde a SEGA tava com a cabeça?

Eu preciso dizer sobre a escolha do nome igual ao do primeiro jogo lançado lá em 1991 para o Mega Drive? Preciso, né? Bem, reza a lenda que o nome foi escolhido por duas causas.

Primeiro que o jogo celebra o aniversário de 15 anos da série. Quinze anos, data importante. Se o Sonic fosse uma menina adolescente que sonhava com uma mágica festa de debutante, eu diria que a tal festa estaria mais para trágica. Seria uma tarde/noite em que muita coisa daria errado, menos a banda ou DJ contratado que teria mandado muito bem no som. Pior que eu nem sei se ainda existem festas de debutantes, mas enfim.

O segundo motivo é que, pelo menos segundo a SEGA, o jogo seria um retorno às origens da franquia. A empresa esperava que fosse uma reviravolta do personagem na indústria, depois de anos lançando jogos com notas medianas ou ruins. Entretanto, a história nos contou que ele acabou sendo muito mal recepcionado pela crítica e pelos jogadores por inúmeros motivos e normalmente é lembrado como o pior jogo de toda série.

Péssimo “reboot” de uma série, não? Por isso eu me recuso a usar o nome dele e continuo chamando pela alcunha de Sonic 2006. E assim será. Como é que a empresa consegue comparar um marco na indústria dos videogames com esta porcaria?

Enfim, eu vou parar de resmungar antes de falar no jogo de fato, vai ter muitos motivos pra isso durante o relato.

Cabe dizer mais uma vez algo que eu disse em outros posts e até no segundo episódio do podcast do blog. Nesta época de 2006/2007 eu não estava dando a mínima para videogames. Estava em outra fase da vida, curtindo a juventude de outras formas. Então a minha experiência com Sonic 2006 era praticamente nula. Pior, eu mal sabia da existência do jogo até meados de 2011, quando eu ganhei Sonic Generations de presente e ele me despertou uma curiosidade enorme para conhecer e me informar sobre jogos anteriores do personagem.

Já na época eu soube que este título era uma bomba, no mau sentido. Custei um pouco a acreditar, pois em 2012 eu conheci Sonic Unleashed e não achei a grande porcaria fedida e nojenta que todo mundo adora dizer por todos os cantos da Internet (a Internet tem cantos?). Não vou me adiantar aqui sobre este jogo, vou deixar pra falar dele no post específico. O ponto é que jogá-lo após conhecer Generations foi o gatilho para que eu começasse a procurar Sonic 2006 para comprar.

Fiquei um bom tempo procurando. O game havia desaparecido tanto das lojas brasileiras quanto das estrangeiras. No máximo encontrava alguns usados, sempre com preços abusivos. Até tentei trocar meu Virtual Tennis 2009 através de um site famoso de troca de jogos que não patrocina o blog, mas o rapaz que eu chamei pra fazer a troca não quis dar sequência, alegando que meu jogo era muito velho. O que é hilário, já que 2009 é mais novo que 2007. Enfim, não vou ficar aqui analisando a loucura das pessoas.

Um detalhe importante é que a SEGA havia removido Sonic 2006 de todos os varejistas no ano de 2010. Foi uma decisão que a empresa tomou para tirar do mercado todos os jogos do ouriço que possuem nota abaixo da média. A tentativa era de fazer o valor da marca aumentar com isso, mas os jogares e a mídia não se esquecem. Ainda mais em 2010, onde a Internet já estava sólida o bastante pra galera bater sem dó nos jogos, digamos, não tão agradáveis assim.

Depois de algum tempo fui notificado que o jogo voltou para estoque em uma loja dos Estados Unidos onde eu sempre fiz compras, pelo menos quando o valor do Dólar comparado ao do Real ainda permitia isso. A versão que comprei e joguei foi a de PlayStation 3, famosa por ter alguns problemas a mais do que a versão de Xbox 360. O motivo? Era o console que eu tinha (e ainda tenho) na época, já contei aqui os motivos. Isto aconteceu em Fevereiro de 2012, sendo que o jogo chegou somente na metade do mês seguinte. Junto com Sonic Rush, diga-se de passagem.

Inclusive isso gerou uma confusão na minha memória, pois eu tinha certeza absoluta que nunca havia tirado ele da caixa. Porém, quando botei a mídia no PS3 e carreguei o jogo, ele não me pediu nenhuma atualização e ainda me perguntou se eu queria fazer load do arquivo salvo. O arquivo era de 16/03/2012, o que deu um clique na minha cabeça na hora e eu lembrei exatamente o que aconteceu.

No dia que o jogo chegou eu botei o disco no console, fiz a atualização pensando que e, alguns meses eu experimentaria o título, entrei no menu e não tive coragem de dar sequência por alguma razão que não me lembro. Provavelmente receio de tudo que eu havia lido sobre.

Engraçado lembrar disso, pois um mês e poucos dias depois desta data eu estaria mudando completamente de vida, mas isso é detalhe que eu resolvi escrever pro meu eu do futuro. O final daquele ano foi dureza. Felizmente eu acabei optando pelo Sonic Rush, esquecendo completamente do Sonic 2006 desde então.

De qualquer maneira, nos últimos dias do complicado ano de 2020, chegava a vez dele na Maratona Sonic. Não tinha mais como fugir. Foi em 28/12/2020 que o iniciei de fato, exatamente dois anos depois de começar a saga mais desafiadora da minha vida: Battletoads. Mal sabia eu que iniciaria outra saga desafiadora exatamente dois anos depois, mas desta vez “desafiadora” pelos motivos mais errados que vocês possam imaginar.

Pior que eu tentei deletar o save na própria tela do jogo e não consegui, o jogo simplesmente não me deixou começar o jogo do zero, insistia para que eu carregasse ou me jogava de volta para a tela de título.

O relato da experiência vocês começam a ler agora.

Sonic 2006 mantém um formato muito parecido com o do primeiro Sonic Adventure. Ele é dividido entre episódios de três personagens principais jogáveis em histórias que se cruzam e que, quando tudo é finalizado, abre um episódio final. Os três personagens principais são o próprio Sonic, o Shadow e um debutante: Silver the Hedgehog.

Nas campanhas dos três ouriços também jogamos com outros personagens. No Episódio do Sonic jogamos com o Tails e o Knuckles, como é de se esperar; no Episódio do Shadow também é de se imaginar que jogamos com o Omega e a Rouge; e, por fim, no Episódio do Silver jogamos com a Amy Rose e mais uma personagem que debutou no mundo 3D, Blaze the Cat, uma das protagonistas de Sonic Rush.

Cabe aqui dizer que eu não sabia que ela estava presente neste jogo e isso para mim foi uma grande surpresa. Silver e Blaze são personagens vindos do futuro, um período do tempo onde a cidade em que eles vivem foi completamente destruída pelo fogo eterno de uma entidade chamada Iblis. Mais detalhes sobre a história vivida pelos personagens eu vou detalhar no Episódio do Silver.

A dupla de alguma forma vai para o presente dos demais personagens onde está acontecendo uma grande festa na cidade de Soleanna, com a princesa Elise sendo o centro das atenções até que o Dr. Eggman aparece para acabar com a celebração e raptar a princesa. Eu já vi isso em algum lugar antes, não lembro onde.

Como o jogo é ruim, vou manter o nome Dr. Eggman ao invés de usar o nome que estamos acostumados aqui no Ocidente. Sim, eu sou desses.

Eis que chega a minha primeira bronca. Que diabos fizeram com o Dr. Eggman? Tentaram transformar ele em algo menos cartunesco e/ou cômico e deram uma aparência mais próxima da realidade. Ficou péssimo, na minha humilde opinião. Ainda se ele tivesse todo o carisma de um Jim Carrey eu aceitaria de boa. Mas não é o caso. Longe disso.

Esperem, tem mais uma bronca. A princesa parece personagem de algum Final Fantasy. Na aparência, na roupa, na peninha na cabeça, as poses que ela faz, tudo. Então ela acaba de ser promovida para Final Fantasy. Pelo menos foi assim que eu a chamei durante todo o jogo.

Enfim, por alguma razão, Sonic e seus amigos estão por ali e resolvem resgatar a princesa. Porque deixar isso pro Mario não é bom o bastante. Após uma batalha entre o doutor genial e o ouriço, o herói resgata a Final Fantasy e sai correndo com ela. No colo!

Minha segunda bronca. Toda vez que aparece o Sonic carregando a Final Fantasy no colo eu sentia uma impressão horrível. Aquela cena não faz sentido. Um ouriço antropomórfico carregando uma humana magricela quase o dobro do tamanho dele não parece em nada uma cena de um herói salvando uma donzela em perigo (o que já é bastante questionável por si só). Só é ridículo mesmo.

Pior que o jogo transforma tudo isso em uma história de amor, o que torna a coisa toda ainda mais horrível.

Sem falar que misturar Sonic com princesa é algo que gera resultados questionáveis. Só lembrar daquele desenho estranho que tinha uma princesa não humana. Este desenho parecia o máximo quando eu era criança, mas tentei assistir depois de adulto e quase tive um treco.

Bom, até então eu estava fazendo uma introdução ao plot do jogo, misturando um pouco os eventos das histórias dos três episódios. A partir de agora eu vou separar o post em três episódios, começando pelo do Sonic, contando não só a história em si mas também o gameplay.

Quem não quiser ler tudo, já que eu sei que o post ficou gigantesco, pode pular para os tópicos de interesse. Só clicar nos links abaixo. Quem não quiser pular nada e decidir ver cada um dos xingamentos, resmungos e reclamações, só ignorar os links e seguir em frente. Ótima leitura para todos, independentemente do caminho que seguir.

Episódio do Sonic
Episódio do Shadow
Episódio do Silver
Episódio Final
Conclusão


Episódio do Sonic

Antes de começar, uma observação sobre algo positivo: este jogo é bonito. As cutscenes dele são bem produzidas, independentemente de ter humanos ou não, do Eggman ser realista demais ou não, etc. Além disso, os modelos dos personagens são bem feitos e cenários são bem bonitos. A iluminação é boa e tudo é bastante colorido. Visualmente não tem do que reclamar do jogo, não só na primeira impressão como durante toda a jogatina.

Logo de cara o game te coloca numa situação que eu temia encontrar: Adventure Fields. Para quem não se lembra, é algo que surgiu em Sonic Adventure, uma área onde você passeia com o personagem para conseguir informações e localizar as entradas das fases (lugares onde o jogo de fato ocorre). Basicamente um hub, que neste jogo poderia ser substituído por um mapa estático. Na minha humilde opinião, claro.

Não é sempre que precisamos passar pelos Adventure Fields. Em alguns momentos o jogo emenda uma fase na outra, separados por algumas cutscenes. Mas infelizmente é comum a gente ter que procurar alguém em Soleanna. Toda vez que há algum evento na cidade, aparecemos por lá pra descobrir qual é o próximo passo. Honestamente, é algo chato demais.

Mesmo desconsiderando a minha opinião pessoal sobre os Adventure Fields, se isso é legal ou não, ou mesmo se deveria ou não existir neste ou em outros jogos do Sonic, é fato de que no 06 estas partes são desnecessárias. Pra não dizer inúteis, pois só servem pro jogador perder tempo mesmo. Interagir com humanos só te dá informações que nem sempre são tão importantes pro jogo em si, no máximo te ajuda a encontrar o que você está procurando. Mesmo assim ter que encontrar as fases é um processo chato e envolve alguns artifícios desinteressantes.

Primeiro porque para acessar algumas áreas é necessário comprar habilidades utilizando argolas. Eu acho isso terrível não só pro gameplay em si de um jogo do Sonic como pra própria história. Tipo, o ouriço vai numa loja qualquer e gasta argolas com o que exatamente? Um curso? Workshop? Um livro? Vídeo aula? Eurotreino? Como diachos um humano vai ensinar habilidades pra um ouriço veloz?

Eu sei, de novo estou questionando lógica em videogames, algo que não deveria acontecer, porém isto me incomoda bastante. Não só em termos lógicos, mas de jogabilidade. As argolas estão diretamente ligadas ao Rankeamento que a gente obtém em cada fase. Quanto melhor a nota, mais argolas acumuladas. De imediato isso me emputeceu num nível bem alto, mas com o tempo percebi que o jogador não precisa se matar de conseguir rankings altos pra prosseguir na história, já que são poucas habilidades que precisamos comprar e o preço delas não costuma ser alto. Menos mal. Mas isso não torna o processo todo menos artificial e burocrático demais.

As argolas também podem ser obtidas ao realizarmos side quests, também com a quantidade definida por rankeamento. São desafios bem pontuais, como fazer um certo percurso em determinado tempo ou derrotar uma quantidade específica inimigos, normalmente com alguma característica extra para tentar diferenciar umas das outras (por exemplo, batalhas sem argolas).

Para acessar as side quests basta encontrar humanos que estão com um ponto de exclamação azul. As exclamações azuis significam missões, e agora que já joguei todo o jogo eu sei que servem para quaisquer missões, não somente as principais ou as opcionais. Isso em um determinado momento gerou uma confusão da minha parte, já que eu fiquei procurando onde ir no mini mapa ridículo que o jogo tem e não considerei falar com os humanos com exclamações azuis achando que todos eles tinham side quests apenas e não missões principais.

Como falei, dentro da cidade o jogo te dá um mini mapa para te ajudar a encontrar as coisas, mas que no fim das contas não ajuda em quase nada. Não existe um mapa maior, nem pausando, nem apertando nada. Mesmo que a cidade não seja grande, incomoda demais o fato de não ter um mapa para nos guiar. É muito comum a gente se perder e não encontrar o próximo objetivo porque esqueceu de visitar algum lugar ou outro. Com um mapa completo isto não aconteceria.

Alguns humanos ajudam a encontrar o próximo lugar, são os que possuem exclamação laranja. Alguns deles inclusive apontam a direção, o que é uma solução razoável para um problema que nem deveria existir. Então não sei se dá para elogiar.

Além das exclamações azuis e laranjas, também existem vários humanos com exclamação amarela. Estes não servem para nada, normalmente falam coisas irrelevantes e podem ser completamente ignorados. Embora eu ainda acho que todos deveriam ser ignorados. Aliás, nem deveriam existir, mas enfim.

Dentro dos Adventure Fields e das fases podemos encontrar algumas moedas prateadas, ou Silver Coins. Para que servem? Para nada, absolutamente nada. Reza a lenda que no Xbox 360 existe uma Conquista para quem consegue coletar todas. Porém, a versão de PS3 não possui Troféus (ainda bem), ou seja, estas moedas são completamente inúteis. No X360, na minha humilde opinião, são apenas meio inúteis.

Tudo bem, tudo bem, pensando com a cabeça da época, era natural existir Troféus/Conquistas de coletáveis dentro dos mapas dos jogos. Lembro muito bem de Assassin’s Creed II que eu acabei coletando tudo porque queria platinar o jogo, mas tinha um mapa pra te ajudar. Sincera e honestamente, detesto ficar coletando coisas nos jogos e em Sonic 2006 este processo é chato pra diacho. Ainda mais quando não serve pra nada. Se bem que talvez seja até pior quando serve para alguma coisa, já que infelizmente tem um jogo do ouriço mais pra frente na linha do tempo onde isso acontece e é uma das coisas que mais detesto nele.

Enfim, a primeira coisa que o jogo te pede é para encontrar o Tails. Ele está relativamente próximo, então nos aproximamos e começa um diálogo. Próximo passo é coletar informações sobre o Dr. Eggman pra saber para onde ir. Cara, na boa, que saco!

Eventualmente encontrei o diacho da loja (que comentei anteriormente) e isso era o gatilho para dar sequência, pois é necessário comprar a habilidade Light Chip, que é o equivalente ao Light Dash de outros jogos. Lembram? Aquele lance de você pressionar o botão em uma linha de argolas e o Sonic ir coletando elas automaticamente e se movimentando até o fim da tal linha. Algo que ele já sabia antes e teve que reaprender gastando argolas no supletivo dos ouriços presente na super loja de ensinamentos cósmicos. Tá, vou parar de ficar azucrinando as lógicas sem sentido deste jogo. Ou não…

Mas calma! Ainda não é possível acessar a fase. Como ainda não jogamos nenhuma outra fase, não temos argolas para comprar a tal habilidade. Tem que falar com um senhor de idade que está ao lado da loja (com a exclamação azul) e fazer a missão que ele está pedindo para que seja feita, que é basicamente passar por argolas vermelhas. A missão serve basicamente para aprendermos a controlar o Sonic, nos acostumarmos com a física do jogo, etc. Pelo menos em teoria.

É neste momento que outro detalhe terrível deste jogo fica bastante evidente, algo que reza a lenda é exclusivo da versão de PlayStation 3: os Loadings.

Loading…

Na versão do console da Sony eles são demorados para diacho. Pior é que eles ocorrem o tempo todo, então acredito que não deve ser nada agradável também no X360. É uma quantidade enorme mesmo, chega a ser patético! Você chama um personagem para começar uma missão, ele fala meia dúzia de groselha e já aparece a tela de loading. Depois a mesma pessoa aparece de novo pra te falar o que você precisa fazer na missão, e tome loading de novo. Daí você faz a missão, o jogo paralisa abruptamente e entra na tela de loading de novo. Isso para te mostrar a pessoa falando que você conseguiu (ou não) e te mostrar a tela de Ranking (caso tenha passado), apresentando em seguida a tela de loading novamente para te colocar de volta onde começou a missão. Contaram a quantidade de loadings em uma simples missão? Pois é.

Nessa brincadeira aí você perde fácil de dois a três minutos, sem exagero. Imagina quando a gente falha e tem que passar pelo processo de novo. Pensou que o jogo te coloca de volta na missão logo de cara? Coloca nada, ele te joga de volta pro mapa e você precisa passar pelo processo de novo: frase inútil, loading, frase sobre a missão, loading, missão. O que dá fácil mais de um minuto. É horrível!

Agora finalmente ganhamos argolas o bastante para comprar o raio do Light Chip, podemos alcançar a primeira fase sem cair na água e morrer. Felizmente, morrer no Adventure Field não diminui o número de vidas do personagem. Era só o que faltava.

O super treinador de ouriços

Bom, chegamos ali na ponta da praia, usamos a tal da habilidade nova nas argolas e acessamos a primeira fase pra valer: Wave Ocean.

Primeira coisa que eu percebi foi o Homing Attack que ainda não conta com sistema de mira. Eu sei que estou me adiantando no tempo por saber que um dia esta feature foi implementada, mas como eu nunca soube ao certo quando isto ocorreu, sempre fico na expectativa. Pior que agora eu já tenho uma grande desconfiança. De qualquer forma, o ataque é bem inconsistente. Às vezes você acha que está mirando em um inimigo e o personagem acaba não indo em direção a ele, muitas vezes terminando em perda de argolas e até mesmo mortes em buracos.

Fora isso, como eu tinha feito todo o treino lá na missão tosca antes da fase, achei que estaria preparadíssimo para o jogo. Grande engano. Logo no começo tem uma parte onde pegamos impulso em uma daquelas esteiras (bastante presentes em jogos 3D do ouriço) e começamos a nos movimentar rapidamente em cima d’água, como acontece até em jogos 2D do personagem. Até aí tudo lindo, até que em uma determinada parte a gente aparentemente precisa passar no meio dois loopings ainda correndo pela água, então o primeiro problema de física aconteceu. Mal encostei no chão de um dos loopings, o personagem parou em cima dele onde a água cobria apenas seus pés, deitou, gritou “OH NO” e lá se foi uma vida. Sim, ele morreu afogado no raso. Parabéns a todos envolvidos.

Estes loopings aqui ó.

Com o tempo vamos percebendo que a física é, além de instável, esquisita demais. As molas que te jogam pra cima fazem isso quase que em linha reta mesmo, é difícil se movimentar no ar depois de bater nelas, algo totalmente diferente de qualquer outro jogo da franquia, sejam os 2D ou os 3D. Outra coisa estranha é quando a gente está correndo com o personagem e bate em alguma coisa. Quando isto ocorre ele cai sentado no chão (de bunda) piscando e balançando a cabeça, como se tivesse se recuperando da trombada. Não perdemos argolas nem nada assim, mas isso acaba atrapalhando demais. Qualquer “raladinha” que o personagem dá em qualquer parede causa isso, então imaginem correr em corredores estreitos. É frustrante demais ficar caindo no chão toda hora, a ponto de valer a pena ir devagar em alguns trechos (GOTTA GO SLOW!).

Como nem tudo é horrível, de novo ressalto que os gráficos. Os desta fase também são bonitos pra caramba. A trilha sonora dela é muito boa, mesmo, dá uma sensação de estarmos correndo na praia. Isso vale pras duas partes da fase, mas já vou chegar nisso.

Outra coisa: é incrível como esta fase tenta se parecer com a Emerald Coast de Sonic Adventure. Não só o fato de estar na praia, mas também o lance de correr por aqueles decks de praia (não sei se é este mesmo o nome) e também o lance de aparecer uma baleia perseguindo o jogador. Sinceramente eu não sei o que pensar disso. Ou prefiro deixar pra dizer a respeito mais pra conclusão do post.

Sonic Adventure 3

Mais para frente, depois de um bom tempo esperando o jogo se jogar sozinho (loopings, sequência de molas, etc), vejo o jogo fazer mais um corta de forma abrupta e mostrar a infame tela de Loading. Não, é sério que tem loading no meio das fases também? Vocês só podem estar de sacanagem, Sonic Team.

Aí você espera, pensa na vida, lembra de ir na cozinha pegar um copo d’água, dá uma olhada no celular pra ver as notificações, etc. Então o jogo volta, outra música começa e em pouco tempo estamos controlando o Tails.

Tudo nele me incomodou. Primeiro que o pulo dele é normal, sem virar bolinha. Segundo que o ataque dele é aquela bobeira de arremessar uma bomba de argolas, e não bater com as caudas ou algo assim. Relembrando, este é o mesmo ataque que ele usa em Sonic Heroes. Esta bomba de argolas tem alguns grandes problemas: primeiro que as argolas se misturam com as que podemos coletar e isto causa uma confusão tremenda na hora que somos atingidos. Segundo que quanto mais a gente ataca, mais argolas espalhadas. Quanto mais argolas, mais slowdowns o jogo dá.

Ah sim, os slowdowns, já ia me esquecendo deles. Deixe-me dizer uma coisa: eles são absurdamente frequentes, eles atrapalham, eles irritam, eles acontecem em situações onde não faz o menor sentido eles acontecerem. No lance do ataque de argolas do Tails ainda faz algum sentido, mesmo que seja péssimo, pois a tela fica carregada de objetos e o jogo não consegue processar tudo direito. Entretanto, imaginem que isso às vezes acontece também em Soleanna, no Adventure Field, sem ter ninguém por perto ou algo assim. Diga-se de passagem, todas as vezes que entramos na cidade o jogo já começa com um slowdown bem forte e vai estabilizando aos poucos, até que normaliza. Não faz o menor sentido. Estes slowdowns são bem ruins, incomodam muito. Como é de se imaginar, nas fases podem gerar várias perdas de argolas e vidas.

Mas vamos lá, voltando ao Tails, tem outra coisa nele que é péssima: a habilidade de voo. Pensem em uma mecânica instável, que funciona quando e como quer, que deixa a câmera do jogo completamente maluca. Na primeira tentativa minha de voar, em menos de dois segundos o personagem começou a voar pra trás e caiu na água, resultando em mais uma vida perdida. Numa segunda tentativa, a câmera se perdeu e eu fui parar debaixo de um dos decks tentando voltar voando para a plataforma. Outra vida perdida.

Um pouco mais pra frente chegamos na terceira parte da fase, claro, aguardando mais um loading demorado após outra interrupção abrupta do jogo. Esta terceira parte me irritou profundamente, pois ela possui uma jogabilidade diferenciada. Nela o ouriço sai correndo de forma automática e totalmente sem freio. Não entendeu? Digamos que ele corre alucinadamente mesmo e não há nada que você pode fazer para tentar ir com calma. A parte é de correria mesmo.

A nossa missão nestas partes é desviar de obstáculos indo para os lados ou pulando na hora certa. A ideia em si não é ruim, ainda mais pra um jogo do Sonic onde a base é o personagem ser rápido, correr, gotta go fast e o escambau. O problema é que a física desta parte é um horror. Sem falar que ela é muito punitiva, pois basta encostarmos em qualquer coisa (mesmo) e a gente perde argolas. Pode ser qualquer coisa: parede, inimigo, armadilha, etc. Mesmo que seja algo tenha o tamanho de uma tampinha de garrafa. Qualquer esbarrão já é motivo pra sair voando argolas pra todos os lados, argolas que a gente não recupera por estar correndo feito uns loucos.

A parte de corrida da Wave Ocean.

Até aí, compreensível, concordo que precisa ter uma carga de desafio para ser interessante, e também é compreensível que a gente não consiga recuperar as argolas perdidas nestas partes das fases. O problema é que todo o resto é um horror. Além da física instável, o controle é sensível demais e desajeitado e o pulo é completamente descontrolado. Se você pular com vontade, vai ficar no ar durante alguns segundos torcendo para ele aterrissar em terra firme e não em um buraco, pois não tem controle durante o pulo, ele pula em linha reta. De repente o Sonic ganhou o sobrenome Belmont e eu não fiquei sabendo.

Preciso falar também da coisa mais ridícula de todas, que é o movimento completamente sem sentido que o Sonic faz quando ele tromba em alguma coisa. Ele começa a girar no ar com os braços e pernas abertas, de um jeito estranho. Quando perdemos vida ele também faz esse movimento, a câmera para onde está e o personagem vai embora fazendo esse movimento ridículo. Quem assistiu os episódios do AVGN sobre Sonic 2006 com certeza sabe do que estou falando, pois ele tira muito sarro disso. Com toda razão. Aliás, quem não assistiu estes vídeos (tem a parte 1 e a parte 2), faça isso. São episódios hilários!

Cabe um comentário aqui: eu fiz questão de assistir novamente os vídeos depois de editar todo o post (exceto as imagens). Além de ter chorado de rir (literalmente), achei curioso que acabei dizendo algumas coisas que tem nos dois vídeos dele também. A diferença é que ele faz da forma hilária dele e eu, bem, eu faço desse meu jeito tosco e que não tem graça nenhuma. Bom, vamos em frente.

Para quem não sabe, começamos o jogo com cinco vidas. Eu já tinha perdido duas por causa da movimentação ruim do Tails, perdi as outras três nesta parte tosca e tomei Game Over. O que aconteceu? Voltei pro começo do jogo, literalmente. Precisei fazer tudo de novo, vocês não imaginam o quanto eu xinguei. O Evernote (onde eu faço os rascunhos dos posts e anotações em geral) que o diga. Vocês não imaginam o quanto tem ali de palavrão escrito e outras homenagens “singelas” ao jogo, ao time de desenvolvimento e qualquer pessoa que tente me empurrar que este jogo é bom.

Eventualmente passei a Wave Ocean inteira e no fim da fase é que finalmente é revelado que tem o sistema de Rankeamento e que a quantidade de argolas que o jogador ganha está relacionado com o ranking obtido. Nessa hora eu espumei de raiva.

Infelizmente logo depois desta experiência horrível fui direcionado pra cidade de volta. Fiquei irritado, salvei e fui fazer outra coisa da minha vida. Mas antes dei uma passada no menu e vi que eu tinha jogado 8% do jogo. Gente, 8% do jogo! Nem cheguei em 10% e já tinha resmungado de muita coisa, fiquei imaginando como seria ir até o fim.

Primeiro dia de jogo e eu já estava completamente arrependido. Pior que antes disso eu tinha brincado bastante com a galera em redes sociais. Algumas pessoas estavam me chamando pra falar dos bugs e eu respondendo que já aguentei coisa pior, que Sonic Heroes é cheio deles, que Shadow the Hedgehog é um jogo horrível em diversos aspectos e que nada depois deles me abalaria. Mal sabia eu que as pessoas tavam me alertando de problemas muito mais graves que iriam me irritar profundamente.

Aí eu tava conversando com o Edu Farnezi lá do blog A TV Vai Estragar! e ele me disse algo que é total verdadeiro sobre a parte de corrida (a terceira da Wave Ocean e que surgiria em outras fases também). Basicamente ele disse que é necessário decorar estas partes pra saber como reagir a cada bug que estas partes tem, para saber também quais ações tomar em cada uma delas e ter ciência de que os bugs causados por cada uma destas ações não sejam fatais em cada situação. Perfeito, é exatamente isso! O que é muito brochante, se parar para pensar. Ter que se habituar à bugs é de cair a argola do Sonic, pra não falar outra coisa.

Nestas partes ainda tem as movimentações automáticas de câmera, que atrapalham muito. Você se prepara para pular um buraco e cair em outra plataforma, ou desviar de alguma coisa pulando por cima, aí a câmera muda bem na hora e você não vai na direção que queria, mas sim pra fora da plataforma (em direção a um buraco), ou bate direto na parede sem argolas, etc. É um verdadeiro show horrores.

De volta ao jogo, em Soleanna, mais uma missão idiota pra fazer que depende de habilidade que deve ser comprada. Pra depois ir para a primeira boss battle, onde enfrentamos o Egg Cerberus. Isso em meio a um mar de slowdowns e loadings, não se esqueçam disso.

A batalha contra o chefe é ao mesmo tempo criativa e boba. Imaginem um robô quadrúpede com chifre tentando acertar o personagem, em uma arena. Temos que desviar dele, ir para a parte de trás, dar um homing attack em direção a uma coisa comum na franquia e que fica bem no topo dele (e que tava demorando pra aparecer): um caninho. Um maldito caninho. Como eu odeio caninhos!

Bom, subiu no maldito caninho, ele vai deslizando até o chifre do chefão e começamos a controlá-lo, sendo necessário correr um bom pedaço de chão e bater na parede pra que ele tome dano. Claro que eu demorei pra entender isso e a batalha demorou o suficiente pra eu tirar um Rank C e bufar bem forte ao ver isso. Na verdade foram duas bufadas, sendo que a primeira foi só pelo fato do jogo ter ranking e eu ser lembrado disso.

As bufadas só não foram mais fortes que o tabefe que eu dei na própria testa (vulgo facepalm), efetuado antes desta tela de ranking. Imediatamente após o último dano dado no chefe, novamente rola aquele corte abrupto, surge a tela de loading, é mostrada uma cutscene ridícula de uns cinco segundos com o chefe sendo derrotado e aí sim surge a porcaria da tela de ranking, seguida de outro loading.

Este padrão de corte abrupto, loading, cutscene desnecessária, ranking e mais loading é um padrão, acontece em todos os chefes também, não só nas missões. Muito tempo desperdiçado neste jogo, na boa. Aliás, talvez todo tempo investido neste jogo é um grande desperdício.

Então o Sonic pega a princesa no colo, me dá aquela sensação horrível de ver a cena e, não satisfeito em colocar isso nas cutscenes, o Sonic Team resolveu fazer uma fase com isso. Você entendeu certo: foram criadas fases para serem passada com o Sonic carregando a princesa no colo. Eu quase engasguei com a quantidade de espuma que eu tava soltando pela boca.

O tal campo de força ridículo.

Para a surpresa de ninguém, a Dusty Desert é um horror. Tem partes que a gente precisa ativar um campo de força segurando o R1. Segundo o jogo, este campo de força é gerado pela união dos poderes dos dois personagens. Que babaquice, na boa. Conforme a gente segura o botão, vai consumindo uma barra de energia no lado direito inferior da tela, que recarrega sozinha depois de pararmos de usar por algum tempo.

Nas partes onde os personagens afundariam normalmente (água, lama, areia movediça, etc), o campo de força permite que eles continuem andando em cima normalmente. O tal campo de força também serve para derrotarmos os inimigos atropelando eles quando ele está ativo. Detalhe que esta segunda mecânica não funciona direito. Em vários momentos eu estava com barra cheia, em velocidade considerável, botão pressionado e mesmo assim o inimigo não foi destruído e saiu argola voando pra todo lado. Chegou num ponto que nesta fase e nas outras que possuem o mesmo formato eu dei preferência por não pressionar o botão e sair desviando com bastante calma, andando bem lentamente.

E aí vem uma cutscene digna de novela daquela emissora gigantesca que não patrocina este blog, que ocorre com os dois personagens passeando felizes e contentes pela imagem de fundo do Windows XP. Foi aí que eu tomei um grande susto. Eu já sabia que havia uma cutscene mais pro fim do jogo onde o ouriço teoricamente morre e é ressuscitado por um ato nojento entre os dois, o que causa calafrios e quaisquer outros sentimentos ruins em qualquer ser humano normal. Contudo, o que eu não sabia era que este jogo de fato tenta forçar um caso de amor entre os dois personagens. Se eu já tava enjoado de Motion Sickness por causa da câmera estabanada do jogo, aí então que eu senti enjoo mais forte ainda, só de pensar num possível relacionamento entre seres diferentes. Inclusive eu confesso que achava que era frescura/exagero das pessoas que vivem reclamando do caso dos dois, até jogar e sentir um nojo indescritível da situação. Peço perdão pelo vacilo, vocês estavam certos.

Logo depois da cena ridícula, vem o tão esperado primeiro encontro entre o Sonic e o novo personagem, o ouriço prateado com o nome mais criativo de todos os tempos (só que não): Silver. Claro que os dois resolvem tretar, com o Silver chamando o Sonic de Iblis Trigger.

Que batalha irritante. Ter que ficar aguentando ele berrando “It’s no use. Take… THIS!” toda vez que nos aproximamos dele é ultra irritante. Neste momento ele congela Sonic com telecinese (ou psicocinese) e o arremessa em algum lugar. As argolas voam somente quando o herói bate em alguma parede ou teto. Eu ainda caí duas vezes na situação onde o Silver paralisa o Sonic, arremessa ele pra cima, ele bate no teto e, antes dele cair no chão, o personagem é paralisado de novo. Ou seja, vida perdida, não tem o que fazer. Na primeira a gente perde as argolas e antes mesmo de retomar o controle do personagem acaba sendo paralisado de novo e morto. Se não fossem dois hits para morrer, seria um combo infinito. Muito apelativo, muito barato, muito bugado. Horrível.

Eventualmente entendi o que precisava fazer para acertar ele e passei, mas a batalha me traumatizou tanto que eu fui lá no Twitter resmungar a frase irritante do Silver e o Hyper Emerson lá do The Twosday Code me contou algo interessante: o Silver pode mandar o Sonic pro espaço, literalmente. Tem vídeo disso, tá na thread do Twitter que compartilhei abaixo. Recomendo que assistam, é engraçado. Basicamente basta conseguir sair dos limites da fase com o ouriço azulado e torcer pro prateado te paralisar enquanto estiver no ar e te arremessar pra cima. Como não tem nenhuma parede ou teto invisível da área externa à área de combate, o Sonic vai voando até simplesmente sair do mapa construído. É hilário!

Passando a batalha, o Episódio do Silver é desbloqueado. Ainda assim, eu queria ir até o fim do Episódio do Sonic antes de alternar para ele.

Na sequência voltamos pra cidade, temos mais missão ridícula pra fazer, mais loading, mais slowdown. Então precisamos encontrar o Knuckles no armazém. Mal entramos no lugar e tem mais missão pra fazer, que é basicamente derrotar todos os robôs que invadiram o lugar. Então o porradeiro aparece e se junta aos outros dois pra formar os três patetas o trio de heróis mais conhecido da franquia.

Foi exatamente depois deste momento que eu descobri que o jogo tem Side Quests, embora eu já tenha comentado sobre eles com vocês. Ao ver um cara com exclamação em azul, achei que seria o próximo passo do jogo, mas não era. O jogo simplesmente não diferencia missões principais de secundárias, outra falha grotesca. Só lembrando que tem todo aquele lance de loading nas missões, ou seja, se você entrou numa por engano, vai perder um tempão até descobrir que não era o seu objetivo. Mais uma vez parabenizo a incompetência da SEGA e do Sonic Team de ter achado que estava tudo bem deixar tudo igual.

Acabei fazendo outra side quest por engano, a dos três mosqueteiros. São praticamente três desafios, um com cada personagem. Foi bom pra treinar um pouco com o Knuckles. Quase tive um treco controlando o Tails de novo, os controles dele são horríveis. E não se esqueçam dos loadings para cada personagem.

Eventualmente encontrei o caminho e teve mais uma missão para fazer, que era destruir os robôs montando guarda na entrada da base do Dr. Eggman. Estava tão enfurecido que fiz rapidão e tirei meu primeiro Rank S. Comemorei? Não, espumei de novo. Vai se lascar esse sistema idiota de rankeamento. Espumei ainda mais quando percebi que os dois incompetentes que estavam me seguindo não fizeram nada para ajudar na missão, mas estavam lá dando rolê.

Com isso abriu uma nova fase, White Acropolis. Basicamente é uma montanha de gelo que o Sonic resolve descer usando prancha de snowboarding. Clara referência à Ice Cap Zone de Sonic 3. Não só à ela, mas também à City Escape de Sonic Adventure 2, pois ela tenta de alguma forma relembrar a experiência do jogo do Dreamcast.

Só que ao invés de estarmos descendo uma ladeirona sem controlar a velocidade, aqui a gente tem controle total do personagem e isto deveria ser algo bem legal. Só que não é, muito pelo contrário, pois é totalmente bugado. Tem horas que o jogo se perde e o personagem não se movimenta quando a frente dele está apontada para uma descida, mas sim para a subida, é bizarro. Causa uma confusão mental tremenda porque não faz o menor sentido. Fora que é difícil de dar continuidade na fase, pois precisamos ficar alinhando até o jogo reconhecer a descida como, bem, descida. Então podemos continuar em frente. Tosco demais.

E aí vem uma coisa que eu detesto desde Sonic Adventure 2, que é a mania do Sonic Team de fazer algum tipo de perseguição com a câmera posicionada na frente do personagem. Ou seja, não vemos o caminho que estamos seguindo, apenas o objeto se aproximando enquanto o personagem está em alta velocidade. Neste jogo vem uma bola de neve gigante, que nos segue durante o trecho final da parte de snowboarding, quando a câmera volta a se movimentar para trás do personagem, passamos uma ponte e vamos para a segunda parte da fase (com loading, nunca se esqueçam).

Design “JENIAU”

Sinceramente não sei quem no Sonic Team acha que uma câmera frontal é uma boa ideia. Para mim é um design péssimo. Você não sabe o que tem na frente, não sabe onde estão os buracos, as armadilhas, as argolas, as imprestáveis das Silver Coins, etc. Pra ajudar, na hora que a câmera se movimenta para a parte de trás ainda há uma curva, que se não for feita resulta em morte no buraco. Adivinhem como foi que eu perdi a minha última vida na fase e tomei um Game Over. Pois é.

Sabem o que é pior? Quando tomei o Game Over me dei conta de algo importante: eu não havia salvado o jogo. Para esclarecer, o jogo só te oferece salvar no fim das fases e chefes, não das missões que ocorrem dentro da cidade. Na cidade é necessário pausar e salvar manualmente para guardar o progresso. Ou seja, voltou para a cutscene logo após a batalha contra o Silver. Precisei fazer de novo a quest do armazém, a conversa com o Knuckles, as duas side quests que eu tinha feito (porque eu fiz questão, não precisava) e a quest dos robôs guardas na entrada da fase. Salvei logo depois desta última, claro. Nunca mais eu caio nessa. Lembrem-se que fazer tudo isso gera muito tempo perdido não só de gameplay repetido, mas dos loadings em grande número e grande demora. “Frustrante” é apelido carinhoso neste momento.

Só mais um comentário. Eu demorei mais de 10 minutos pra achar a side quest dos três patetas mosqueteiros novamente. Ou seja, foi muito mais tempo perdido do que vocês podem imaginar, tudo porque o jogo simplesmente não tem um mapa decente. Parabéns, Sonic Team! Quanta competência! Estou impressionado. Que jogaço! Só que não.

Eu tava tão irritado na hora que deixei a seguinte observação nas minhas anotações, algo que gostaria de compartilhar com vocês antes de dar continuidade na aventura: “quando alguém disser que o jogo é ruim, acredite! Ele é safado demais mesmo, não é coisa de jogador de Sonic de Mega Drive, na boa”. Eu tava muito irritado na hora, lembro perfeitamente. Diria que a frase é um ótimo resumo não só da situação, mas do jogo de forma geral.

Enfim, até cheguei a dar Quit e Load de novo pra testar o Save, descobri que estava em 23% do Episódio do Sonic e que tudo que eu havia feito de fato estava salvo, inclusive apareci na porta da White Acropolis de novo, onde havia salvo. Ufa.

A segunda parte da fase jogamos a pé, e ela é extremamente confusa. Mesmo assim, em algum momento consegui passar e caí na cutscene que mostra algo que eu tinha esquecido que faria parte do plot do jogo: viagem no tempo. Os três heróis são transportados para o futuro e se deparam com uma cidade tomada pelo fogo, totalmente destruída.

Aí cabe uma reflexão idiota da minha pessoa: se o Shadow é o Vegeta wannabe (e não consegue ser nem 10% do personagem de Dragon Ball Z), o Silver claramente é uma referência ao Trunks. Vem do futuro, o futuro tá uma droga, etc. Até o “cabelo” é comprido. Sinceramente, não sei se acho isso legal ou não.

Enfim, voltando. História com viagem no tempo dá muita margem para brechas. Normalmente histórias assim possuem vários furos que fazem com que elas sejam questionadas nos mínimos detalhes por qualquer pessoa que esteja um pouco acordada prestando atenção nos detalhes. O Sonic Team apostou forte aqui.

Por falar em Shadow, é no futuro onde ele e a Rouge encontram Sonic e seus amigos. Eles resolvem recuperar as Chaos Emeralds para voltar para o período do tempo ao qual eles pertencem. Então começa a fase que eu mais queria ver do jogo, já que ela também se encontra em Sonic Generations: Crisis City. O pior é que eu tava tão enjoado de Motion Sickness que precisei deixar pra um outro momento.

No dia seguinte joguei e achei que a fase não é nada de mais. Primeiro que a gente de novo tem que andar em prancha de snowboarding, na cidade, no meio do fogo. Não faz sentido. Não que precise, de novo estou brigando com lógica de videogame. Logo em seguida a gente tem um festival de caninhos, pro meu desespero. Os caninhos aqui deixam os personagens meio “soltos” quando a gente se desprende de um para tentar acessar o que está do lado pulando, o que dá um certo desespero de acertar enquanto ainda estamos no ar. Menos complicado que em Sonic Heroes, mas ainda ruim. Talvez pior que em Shadow the Hedgehog, por incrível que pareça.

As partes de caninhos são semi automáticas, o que ajuda um pouco mas de novo acaba tornando tudo isso meio desnecessário. Eu usei a palavra “meio” de propósito, pois no caminho dos caninhos ainda há a possibilidade de se arriscar e tentar cortar caninho caminho saltando em aquelas argolas coloridas que impulsionam pra frente e outras situações parecidas, tudo pra conseguir melhor tempo, provavelmente para melhorar também o rankeamento. Ou seja, meio desnecessário nada, desnecessário ao quadrado, isso sim. Pior que vale para todos os caninhos do jogo em todos os episódios.

Outra coisa que ficou mais evidente nesta fase do que nas demais é as tagarelices dos personagens, como AAAIINNN a cidade toda tá se destruindo”, o que me incomoda bastante por serem coisas também desnecessárias.

Ah, tem uma coisa que eu ainda não falei que também é bastante frequente nas fases. São as partes onde o personagem pega impulso na parede para dar continuidade, como se estivesse pisando na parede, sabem? Estas partes também não acrescentam em nada no jogo em si, só servem pra incomodar. Principalmente porque eles adoram colocar estas partes depois de momentos em que o jogo se joga sozinho, meio que para acordar o jogador. Mas o detalhe é que estas partes também são semi automáticas, então tanto faz. Digamos que o personagem “gruda” na parede automaticamente e espera alguns segundos para saltar para outra parte, para onde ele vai sozinho quando o jogador pressiona o botão de pulo. Se não fizer isso, o personagem vai pro buraco e uma vida é perdida.

Não é bem a Crisis City, mas tá aí um bom exemplo dele pegando impulso no ar… digo… parede.

Normalmente estas partes a gente fica de olho e, quando elas chegam, basta ficar apertando botão de pulo sem pensar até passar toda a parte, que normalmente conta com pelo menos três “pisadas” nas paredes. Sejamos francos, é uma feature completamente boba, não tem nenhum desafio, só serve pra encher a paciência.

Outros dois bugs ridículos aconteceram também na fase. No primeiro, fui passar correndo pelo checkpoint e o Sonic bateu nele como se fosse alguma parede e caiu de bunda no chão piscando, não fez o menor sentido; no segundo, aconteceu do personagem ir para o lado errado naquelas linhas de argolas, resultando em queda em buraco. Duas vezes.

Apesar dos loadings, problemas de física e tudo mais que eu já venho reportando ao longo do texto, a Crisis City conta com uma parte legal e outra horrível. A legal é a terceira parte da fase, onde passamos por plataformas que basicamente são estruturas como pedaços de prédios, containers e outras coisas que estão sendo jogadas pra cima com a força do vento. É uma parte de desafio de plataforma puro, que por alguma razão ficou bem feito, diferente de quase o resto do jogo inteiro. É daquelas partes que dá até uma sensação de insegurança quando estamos indo de um trecho pro outro, aquele frio na barriga. Pena que ela é bem curtinha.

Já a ruim é longa. Claro. Vou deixar vocês tentarem imaginar qual é a parte ruim. Acertou quem pensou em parte de correria automática. Talvez a Crisis City tenha o pior trecho de todas as partes de correria do jogo, já que ela tem movimentações esdrúxulas de câmera que simplesmente te matam num piscar de olhos. Basta apertar o botão de pulo na hora errada e saímos do viaduto onde a correria acontece. Além disso, também tem duas partes com a câmera ficando na frente do personagem sem ser possível ver o que está vindo, também fazendo movimentações horríveis quando voltam para a parte de trás do personagem. Também tem os bugs que acontecem o tempo todo (morrer enquanto está piscando, ser atingido por um pedaço minúsculo de qualquer coisa que tenha quebrado no caminho, ficar preso em parede invisível, etc). Os slowdowns são frequentes e mortais aqui também. Tomei dois Game Over nesta parte, pra vocês terem uma ideia. Lembram do que o Farnezi falou quando conversei com ele? Nesta fase fica muito mais evidente, basicamente é uma decoreba do que fazer para superar cada eventualidade que o jogo e as ações do jogador causam em cada trecho até conseguir passar. Péssimo.

Eventualmente venci a fase, depois de passar muitos minutos morrendo e reclamando no melhor do paulistanês possível (“mas eu virei meeeeuuuuuuuuuuuuuu”, “maaaaaaaano, eu desviei”, afinando a voz e tal). É uma parte bem injusta.

Então vem a cutscene que mostra o trio vendo o diálogo entre outros três personagens: Silver (nenhuma surpresa), Blaze the Cat (e eu boquiaberto por isso porque não esperava vê-la) e um Shadow com mechas cinzas ao invés de vermelhas (surpresa média).

Mas esperem aí, como assim Blaze the Cat? Em Sonic Rush é dito claramente que ela vem de outra dimensão HIHIHEHEHAHAHAHA, com as Sol Emeralds sendo a base do poder dela, etc. O que ela está fazendo no futuro? Ela é do futuro ou a “outra dimensão” é o futuro? Pronto, fiquei confuso pela primeira vez com a história. Fiquei na expectativa de alguma explicação quanto a isso. Ela veio, mas não agora. Vou retomando este assunto ao longo do texto.

Logo em seguida entra uma nova fase, sem rodeios. Achei ótimo. Pena que começava então uma das piores fases do jogo, se não a pior: Flame Core.

Fase começa se jogando sozinha, esteira pra cá, corre pra lá, mola te joga pra cá e pra lá, o Sonic grita “what a view” e me irrita, e por aí vai. Outras duas coisas me incomodaram profundamente.

A primeira delas é este começo automático correndo e batendo em esteiras, que se você deixar ele se jogar sozinho é capaz que ele não faça a curva e caia no buraco. Ao mesmo tempo se você tentar controlar na correria é capaz do jogo endoidar e você cair no buraco do mesmo jeito. Ou seja, vá devagar! Evite as esteiras! Plante uma árvore! Escreva um livro! Eu já escrevi o meu, que é este post.

A segunda delas é muito mais grave. Tem partes onde o jogo coloca uma esteira e logo em seguida o chão “retorce” e fica na vertical, com o personagem correndo pela parede. Na teoria é tudo lindo, baita ideia legal. Na prática, que porcaria! Simplesmente não funciona! Basta bater na esteira e ganhar embalo e o personagem sai descontrolado, até chegar em um ponto onde ele bate em qualquer coisa (uma parede ou um inimigo e simplesmente cai) ou perde o embalo, cai e vai direto para a lava. São duas partes assim, sendo que a primeira é “contornável”, pois dá pra sair correndo pela lava enquanto ainda tá piscando pelo dano sofrido até achar uma plataforma e continuar em frente. Já a segunda não, já que todas as plataformas são mais altas que o pulo do personagem. Não tem muito o que fazer além de esperar a morte certa.

Demorou um bocado para eu aprender uma coisa importantíssima sobre esta parte: é melhor sair correndo sem pegar a esteira para passar por estas partes, pois o personagem fica com mais controle e não sai correndo de forma estabanada até cair. Mas pra chegar nisso eu levei dois Game Over, perdi quase dez vidas nas duas partes, especialmente na segunda. Depois que aprendi isso, aí ficou fácil. Mas por que diabos o Sonic Team colocou as esteiras lá e manteve, se é praticamente impossível passar usando elas? Muito mal feito! Muito apelativo e barato!

Mais pra frente ainda existem partes em que podemos descer pelas paredes, tipo um túnel vertical. Não funcionam direito também, embora seja menos doloroso. O personagem fica doido, a câmera fica doida. Não é muito doloroso porque termina em uma plataforma grande logo abaixo do “túnel”, então dá pra cair sem dor na consciência que nada de mal vai acontecer. Ou seja, outra coisa dispensável.

Tem mais uma coisa que me incomodou, mas talvez seja frescura minha: a fase é escura pra caramba. Atrapalha um bocado.

No fim das contas, esta fase tem um dos piores level designs que eu já encarei na vida, sem exagero. Além dos problemas já citados, o restante da fase é basicamente apoiado em Homing Attack e linhas de argolas. É quase uma fase de Quick Time Events, só que disfarçados. Na boa, sei que são jogos completamente distintos, mas compare isso com um level design de qualquer jogo 3D do Mario. Não chega nem perto. No máximo vai te ajudar a se dar conta que a Flame Core é só uma fase cheia de gimmicks, o que pra mim é algo muito preguiçoso. Ah, e tem outras armadilhas sem noção, como molas que te jogam direto na lava só porque sim. É apelativo demais, muito barato. Cúmulo da preguiça. Design muito ruim mesmo.

Pra fechar com “chave de ouro” o design “maravilhoso” da fase, ainda tem a parte do Knuckles. Precisamos passar por uma área relativamente grande dando socos em algumas orbes que se iluminam quando são ativadas (por socos), e então ao ativarmos todas uma porta se abre e o jogo continua. Mas em nenhum momento o jogo deixa claro que as orbes apagam e desativam com o tempo, então demorou um tempão para eu entender o que tava acontecendo e porque a porta não abria.

A área é cheia de inimigos e os ataques do personagem não entram direito, pra ajudar um pouco. É algo que atrapalha em todas as partes que jogamos com o personagem, mas só na Flame Core eu havia notado isso. Esta habilidade falha resulta em um festival de argolas perdidas. Pelo menos a habilidade de planar dele e escalar funcionam relativamente bem, então dá para abusar delas na hora que você percebe que tem um certo tempo pra ativar todas as orbes antes que elas se apaguem. Vale dizer que inimigos derrotados não voltam também, o que dá um certo alívio. Então vira um desafio de tempo e você começa a usar e abusar das habilidades e prosseguir para mais show de horror com o Sonic pra terminar a fase.

Passando por esta tortura entramos em outra batalha contra chefe, o tal do Iblis. Depois de tanto ver o Silver chamando o Sonic de Iblis Trigger, finalmente encontramos quem é o causador da destruição da cidade no futuro que tá entalado na garganta do ouriço do futuro. O Iblis é basicamente um bichão de fogo (não, ele não está bêbado). E a batalha contra ele é muito sem graça.

O Sonic fica em algumas plataformas pequenas, como se fossem ilhas, no meio da lava. O Iblis lá na casa do chapéu, longe pra caramba, e no meio do caminho três ilhas mais altas que possuem orbes e também são inalcançáveis a princípio. Então o Iblis lança uma chuva de pedras (que eu fiquei chamando de meteoros) e precisamos desviar delas. Ou não, deixa bater e recolhe as argolas que caíram. Depois ele dá uma rebolada (sério) e caem mais plataformas, tornando as orbes mais próximas. Depois ele sai de lá do fundão e tenta pular em cima do personagem, destruindo a plataforma onde ele cai em cima. Basicamente são estes três movimentos em sequência, até que podemos alcançar as orbes e acendê-las. Isto faz com que no último movimento o Iblis vá em cima de uma das acesas ao invés de ir em cima do ouriço, ficando vulnerável a um ataque. Aí tudo se repete. São cinco minutos de pura encheção de linguiça. Isso se você for rápido o bastante, senão demora mais.

Saindo dele, os personagens pegam as duas Chaos Emeralds que obtiveram, uma com o Sonic e outra com o Shadow, e então usam o Chaos Control para voltar para o presente. Que significa mais Soleanna, mais missão boba, mais item comprado (Bound Jump, basicamente um ataque pra baixo girando depois de pular, parecido com o ataque do Big em Sonic Heroes), slowdowns, loadings, e mais aquela parafernália toda que eu já tô cansado de escrever. E mais loadings.

Tudo isso e chegamos a apenas 55% da campanha do Sonic, ou seja, ainda tem mais muito horror pela frente. Eu até estou tentando poupar os caracteres aqui, mas não tem como. Cada fase tem pelo menos uma surpresa desagradável, fica difícil não falar sobre cada uma delas.

Enfim, depois de mais tempo perdido nos Adventure Fields imbecis da vida vem a próxima fase, Radical Train. Não, não é treino radical, é trem mesmo, uai.

Pior que a piadinha que eu fiz no final do parágrafo passado e risquei só a fase mesmo. A primeira parte dela a gente meio que aposta corrida com o trem, pois a gente precisa chegar em três áreas e abrir o portão antes de dar sequência. Ou seja, o negócio é sair correndo pela fase ignorando tudo que a gente pode pela frente, inimigos, passagens, itens, tudo. É correria mesmo, senão o trem bate no tal portão e isso significa vida perdida. Não tem conversa. O que isso tem de radical mesmo?

A fase tem umas esteiras bem chatas. Não as de tomar impulso das quais já reclamei em outras situações, mas sim esteiras mesmo, que são absurdamente fortes e sempre assustam quando caímos nela pela velocidade que a gente se movimenta. Fora algumas plataformas que são como balanças daquelas antigas, de dois pratos, onde pisamos em um lado e sobe o outro por ter menos peso. Não são nada de mais, mas não dá pra ficar vacilando muito nelas. Apesar que o ritmo da fase não permite ficar enrolando muito.

É tudo relativamente fácil de passar, embora meio chato de jogar. Aí vem a segunda parte (depois de mais de um daqueles loadings, nunca se esqueçam). Quem consegue adivinhar? É claro que sim, mais uma daquelas partes de corrida nojentas. Morri inúmeras vidas nessa parte, todas por bugs, cheguei a tomar Game Over e ter que recomeçar, morri mais vezes, mas passei. Não é metade ruim comparada à Crisis City, mas é pior que a Wave Ocean com toda certeza.

Então somos obrigados a assistir mais uma ceninha do Sonic com a Final Fantasy no colo, daí o Silver aparece pra encher o saco, o Shadow aparece para lutar contra ele, o Silver chama o Shadow de Sífilis Mephiles, vem o Dr. Eggman e rapta a princesa dos RPGs de novo. Parece cena de filme de comédia pastelão de baixo orçamento. Enfim, vamos para mais uma batalha contra chefe: Egg Mega Drive Genesis.

Batalha confusa pra caramba, fiquei fazendo um monte de coisa da minha cabeça e eventualmente passei. Com Rank B, mas confesso que não sei se era para fazer o que fiz. Fiquei usando o ataque pogobol lá Bound Jump e ganhando altura até ser suficiente para acertar o centro da nave gigante com Homing Attack, toda vez que ela descia. E foi isso. Dane-se também se está certo ou não, vamos em frente.

De novo o Sonic com a princesa no colo, enquanto surgia uma grande dúvida: será que é isso que me deixava enjoado ou se era motion sickness mesmo? Acho que a primeira opção. De qualquer maneira, entramos em um Adventure Field que não é em Soleanna diretamente, mas sim numa floresta. Aí tem aquela idiotice de segurar o R1 para formar o campo de força para atravessar o rio e entrar na próxima fase, a Tropical Jungle.

Mais uma fase do Sonic com a princesa no colo. Isso já encheu o saco, na boa. Esta fase segue o mesmo padrão da outra com a magricela do RPG no colo do ouriço, só que ela é pior porque tem caninhos e mais alguns cipós que a gente precisa se soltar deles quando uma flor pendurada quase na base dele começa a brilhar. Se fizer errado, morte certa. É uma mecânica muito parecida com os cipós da Frog Forest de Sonic Heroes. Tão ruim quanto. Aliás, talvez pior, porque a flor não brilha exatamente no fim do movimento do cipó, mas em um momento em que daria impulso para os personagens seguirem em frente. Em termos “realísticos” faz mais sentido, concordo. Porém, em termos de gameplay atrapalha muito, porque não é o que a gente espera (ainda mais depois de jogar Sonic Heroes). É muito fácil se confundir e parar no buraco.

No fim da fase ainda tem uma parte cheia de pequenos desafios para fazermos, mas eu tenho quase certeza que acabei pulando alguns deles sem querer, pois errei em um determinado momento e acabei caindo, usei o escudo (segurar o R1) para não morrer na água, fui correndo pra uma plataforma que não parecia ser parte do caminho e consegui cair num lugar mais avançado da fase. Querem saber? Tô nem aí! Bora!

Mais uma cutscene romântica e o nojo gerado é cada vez maior. Depois outra cutscene, esta vez com o Eggman falando que é pra Final Fantasy embarcar no balão mágico na nave dele senão o caldo vai engrossar, e a tonta vai, falando que é o dever dela e aquela baboseira toda. Enquanto isso eu espumando de ódio pensando nas vezes que precisei resgatar a magricela e ver o Sonic com ela no colo sentindo nojo.

Quando o jogo volta, estamos no diacho do Adventure Field em Soleanna controlando o Tails, falando que ele precisa seguir a nave do Dr. Eggman que está com a Elise dentro. Com isso podemos voar até o trecho onde acessamos com fila de argolas logo no começo do jogo, mas desta vez voando com o amiguinho do Sonic. Ou seja, mais Wave Ocean.

A fase com o Tails não foi de toda ruim, tirando tudo aquilo que já foi reclamado antes: loadings, bugs, física instável, controles instáveis, câmera muito louca quando levantamos voo, etc. Só que a fase não serve de nada pra história, pois o Tails volta pra Soleanna para encontrar com o Sonic e falar sobre o assunto. Não sei quem é mais incompetente, o Tails que foi lá a toa ou o Sonic Team de não arrumar uma desculpa plausível pra gente voltar para a fase na praia. Digo que rolou um empate técnico.

Por falar em incompetência, fui salvar o jogo em Soleanna para não perder o progresso, apertei o Start para chamar o menu de pause e o jogo deu slowdown. Isso mesmo que vocês entenderam, deu slowdown no menu de pause! Gente, é o cúmulo, na boa!

Depois de um rolê enorme na cidade eu achei um senhor falando que é necessário cumprir os Trials of Soleanna (Julgamentos de Soleanna, em tradução livre) para alcançar a nave do Dr. Eggman. Se não tenho outra escolha, que venham os desafios. Mas antes permitam que eu resmungue de mais uma coisa: o som que todos os senhores de idade emitem neste jogo quando iniciamos diálogo com eles. É um som muito ridículo, parece sei lá, a professora do Charlie Brown versão masculina com dor de garganta e triste pra caramba, como se a seleção dela tivesse perdido de goleada na semifinal da Copa do Mundo em casa. Não que isso tenha acontecido algum dia. Não em Soleanna.

Aliás, onde raios fica Soleanna? Na Terra? Em Mobius? Juro que eu não entendo essa história maluca de Sonic, cada jogo ou animação conta uma coisa diferente, deixa a gente ultra confuso.

Voltando, os Julgamentos de Soleanna. São três no total.

Primeiro o Trial of Knowledge (Julgamento de Conhecimento), que é chamado de Test of Intelligence (Teste de Inteligência). No meu entendimento Conhecimento e Inteligência são coisas distintas. Até nisso este jogo conseguiu errar, fico impressionado. De qualquer forma, devia ser teste de paciência, porque haja saco pra aguentar tanto loading pra acabar numa fase completamente idiota.

Sim, é uma fase completamente idiota, onde temos que escolher entre três portais para continuar. Sem nenhuma dica nem nada, pura escolha por sorte. Dois deles te jogam para um lugar nada a ver, o outro te coloca no caminho certo. Passando por um, surgem outros três. E assim por diante. Só que uma destas partes é extremamente confusa, pois fica entre algumas árvores que são bastante parecidas e saber qual é o certo é um parto de trigêmeos mesmo para quem já passou por eles. Você vai se confundir, lide com isso. Fiquei tanto tempo preso nesta parte que passei o Julgamento com Rank D. Posso já me considerar burro? Ou sem conhecimento? Ou ambos? Ou só um ser humano comum sobrevivendo à um design péssimo? Eu respondo, é a última opção. Apesar de que eu sou burro também, principalmente por estar jogando Sonic 2006 e não Super Metroid ou Donkey Kong Country 2.

Segundo vem o Trial of Courage (Julgamento da Coragem), que basicamente é uma fase para enfrentarmos inimigos sem nenhuma argola. Este foi mais interessante que o anterior, já que não tem cara de mini game ruim para encher linguiça como o Trial of Knowledge. Mas se a fase em si não é ruim, o design do jogo não ajuda. Eu acabei morrendo duas vezes, uma delas por bug do homing attack diga-se de passagem (a outra foi descuido mesmo). Parece algo chato mas que faz parte, não parece? Pois não é. Lembrem-se, cada morte são quatro loadings: um logo depois que morreu com o cara vindo falar groselha na sua orelha que você falhou, mais um pra te jogar de volta no Adventure Field, um antes do diálogo com o cara que te explica o que precisa ser feito e mais um depois para voltar para a fase. Pensem aí no tempo perdido a cada falha.

Então vem o terceiro e último desafio, o Trial of… o quê? Trial of Love (Julgamento do Amor)? Como assim? Que raios este jogo vai aprontar agora?

Pior que o cara fala que é o mais difícil deles, pois você precisa abrir mão de algo para ganhar outro em troca. Ou seja, Os Vingadores copiaram Sonic 2006 com a Joia da Alma? Calma, gente, calma, eu tô zoando.

Não, não é mentira…

Então você cai no segundo momento mais retardado do jogo: um campo enorme onde você precisa escolher o seu amor entre a Amy Rose e a Final Fantasy. Eu não tive dúvidas, fui pro lado da Amy. Ela é um fucking ouriço, mesma espécie do herói, não uma humana. Não faz o menor sentido isso. Onde é que o Sonic Team estava com a cabeça? Caraca, mano!

Primeiro eu fiz um facepalm tão forte que chegou a doer a minha testa, e eu não estou exagerando. Depois eu abri o Evernote e descasquei o jogo com palavras de baixo calão que definitivamente não cabem neste post.

Pior: o que tem de difícil nisso? Na boa, vai se lascar, jogo imundo!

Bom, dramas caducos a parte, após vencidos os três julgamentos, uma águia símbolo dos Estados Unidos vem te buscar para te levar para o lugar onde tem o portal para a próxima fase. Eu salvei o jogo para não ter que passar por essa palhaçada de novo e peguei carona com ela, vi o portal para a fase e o Tails do lado. Saí correndo e entrei no portal e deixei o coitado do raposinha falando sozinho, não deu tempo nem de ver o que ele ia falar. Provavelmente não importava mesmo, então que se dane.

U… S… A… U… S… A… U… S… A… U… S… A… U… S… A… U… S… A…

A fase começa com uma cutscene onde o Trunks Silver se liga que eles precisam salvar a princesa mas não explica o porque. Do nada! Que será que rolou com o Shadow, hein? Bromance? Bom, depois disso começa de fato a Kingdom Valley.

Altos bugs na fase também, principalmente nas partes de andar na parede, igual na Flame Core. Alguns mortais, outros nem tanto. A fase tem alguns pontos onde pegamos caronas com águias, como na entrada dela. Aí fica a pergunta: por que elas já não levam a gente até o fim da fase? Ainda mais que a fase em si é bem chata de jogar. Isso nas partes jogáveis, pois ela é cheia de caninhos formados por água (não perguntem) onde ficamos muito tempo assistindo o ouriço passeando pra lá e pra cá sem fazer nada. Bocejos são permitidos.

Mais pro final da fase tem umas coisas horríveis, como cordas elásticas em que o personagem fica pulando pra ganhar mais altura. Elas em si não são nada de mais, o problema mesmo é que tem duas no meio do caminho que precisamos acertar com o homing attack, algo que nem sempre funciona. Garantiu um Game Over pelo menos pra mim, que resultou em xingamentos e rage quit. Só voltei a jogar e passar no dia seguinte.

A última parte é daquelas horrorosas partes de corrida, que mais uma vez bugaram demais. Ainda mais que tem corrida na parede também, mas pelo menos aqui ele continua correndo desembestado e não perde o pique do nada, só quando batemos mesmo. Problema é que os bugs me tiraram algumas vidas. Isso já tá ficando até repetitivo de falar.

Mesmo que eu já tenha falado de quase toda a fase, permitam que eu fale de algo que acontece logo na segunda parte dela, que é a primeira vez onde controlamos o Silver. Rapaz, o gameplay com ele é horrível. Ele é lento, não corre, ele não vira bolinha, tudo que ele faz é usar a telecinese para pegar objetos e arremessar nos inimigos. Só que a mecânica é bugada e causa mais slowdowns que quase qualquer outra coisa, exceto pelo ataque de argolas falsas do Tails. Eu vou deixar pra reclamar melhor disso no Episódio do Silver, mas neste curto trecho eu já fiquei bastante apreensivo imaginando o que o futuro me reservava quando fosse encarar este bendito episódio. “Futuro” não foi um trocadilho.

Bom, passando a fase eu me dei conta de uma coisa: acumulei uma infinidade de argolas no fim de cada fase com rankeamento bem variado em cada uma delas, mas para quê? Há tempos eu não uso pra comprar nada! Será que esqueceram de colocar o resto do jogo ou algo assim? Não deu tempo de fazer o que eles queriam? Fica aí o mistério e a impressão de que a falta de polimento não foi só na parte técnica do jogo, mas nos conceitos também.

Depois da fase entra uma cutscene com a nave do Dr. Eggman caindo e levando junto o doutor e a Final Fantasy. Eles estão mortos! YAAAAY! Aí vem o dramalhão mexicano do Sonic de que perdeu a amada Elise do Bairro como se fosse seu grande amor. Nojo. O Silver fala que tem como contornar isso com viagem no tempo (dã), a Blaze continua lá calada como no restante do jogo (coitada, virou figurante) e voltamos para… ah não, Soleanna de novo? Só que agora momentos antes da explosão da nave do vilão. Definitivamente o Tails merece a medalha da incompetência pelo rolê em Wave Ocean.

Começa uma das partes mais chatas nesse Adventure Field inútil, que é encontrar a base secreta do Dr. Eggman. Primeiro precisamos encontrar um ex-funcionário do laboratório para depois termos que tocar três sinos na cidade. Tipo, sério mesmo? Pra quê? Na boa, já deu! Começa logo essa porcaria de fase.

Que absurdo eu falando mal do Adventure Field, lugar mágico onde podemos fazer várias coisas legais e totalmente relacionadas a Sonic, como jogar futebol.

Ainda mais com a ausência de mapa e aquele mini mapa ridículo, fica difícil se empolgar em fazer estas missões. No fim achei as três porcarias de sino, salvei e entrei na Aquatic Base, depois de esperar o maldito do loading pela zilhonésima vez.

A fase não tem quase nada de novo, é mais um lugar fechado com um monte de inimigos para derrotar, uma parte pra jogar com o Tails (com o recorde de slowdowns por causa da bomba de argolas falsas e dos inimigos em excesso), outra com o Knuckles (que eu passei planando quase inteira pra ganhar tempo), além de um monte de partes chatas com o próprio Sonic.

Como a fase é fechada, os bugs de câmera são muito frequentes. Especialmente nas partes onde estamos em uma plataforma curta colada na parede, tentamos movimentar a câmera entre o personagem e a parte da frente para enxergar o caminho (ou algum inimigo que precisa ser derrotado para abrirmos uma porta) e a câmera não “cabe” no espaço, ficando completamente louca. A câmera do jogo é um objeto físico dentro dele, como se tivesse um drone filmando, sei lá. Ela tem colisão com as outras coisas. Nesta fase fica evidente demais, incomoda, atrapalha, dá ódio.

De novidade só uma parte onde andamos em uma bola gigante de pilates, passando por raios laser que podem estourar a bola a resultar em morte. Os controles dela são horríveis, por isso eu tomei Game Over numa das partes com isso a primeira vez que joguei e rage quitei. Passei a fase toda somente no dia seguinte, com mais calma, depois de dominar a péssima mecânica de andar sobre a bola. Vinte minutos de fase e ainda deu Rank B. Um horror.

Na cutscene seguinte, é claro que o Sonic chegou a tempo de salvar a princesa bobona e sobra o último chefe para derrotarmos: Egg Wyvern.

O começo da batalha contra ele é um saco, pois tem que esperar ele tentar te atropelar para se pendurar nele e fazer com que ele seja atingido pelas coisas que estão caindo da nave. Meio parecido com o Egg Cerberus, só que no ar e não dá para batermos ele na parede. Duro é que a parte é bem instável, mais de uma vez eu passei por uma caixa caindo e ela não deu dano, e em outra situação a caixa parecia não ter atingido o chefe e mesmo assim deu dano. Péssimo.

Depois de dois ou três hits a batalha fica mais interessante, com o chefe destruindo partes da plataforma onde ficamos, tiros tentando te atingir e até chega a dar uma certa emoção. Fora que ele fica mais vulnerável enquanto tenta te atacar, então deixa mais dinâmico e não o “fica observando o chefe e ataca só quando ele se aproxima”, que é um padrão bem idiota dos chefes dessa porcaria de jogo. Eventualmente derrotamos o chefe e vemos o tão aguardado final do Episódio do Sonic.

Aqui fica o destaque para a música que toca inicialmente, um remix de Sweet Dream que ficou bacana até, moderno, sei lá. Eu ainda prefiro a original, mas tudo bem. Só não confundam a música com Sweet Dreams do Eurythmics, ou com a versão que o Marilyn Manson regravou (pois é, a original não é dele pra quem não sabe). Também não é o poperô do La Bouche que fez sucesso nos anos 90. Sweet Dream (no singular) é a música do final de Sonic the Hedgehog 2, da banda Dreams Come True, que o Masato Nakamura faz parte.

Não sabe quem é Masato Nakamura e é fã de Sonic? Eu ajudo vocês a lembrarem. Ele foi o responsável pelas melhores músicas da franquia, dos dois primeiros jogos para Mega Drive. Sim, melhores, lidem com isso. Rock cool é o escambau.

Ah, detalhe: Sweet Dream é o nome da versão em inglês da música. A versão japonesa é chamada de Sweet Sweet Sweet, inclusive esta diferença reflete nos créditos da música das duas versões do jogo (oriental e ocidental).

Depois começa a tocar a tal música que todo mundo ama, a His World. A primeira vez que ouvi a música não vi nada de mais. Soou como uma música boa e tal, mas meio que com um certo investimento para fazer sucesso, sabem? Encheram de violino e guitarra, ainda botaram um rapper pra chamar a atenção porque tava na moda, além de um vocalista (que não me pareceu grandes coisas).

Calma, não precisam fechar o post. Antes que fiquem com ódio de mim por não amar a música que todo mundo ama logo de cara, permitam que eu esclareça que esta foi só a minha primeira impressão mesmo. Depois de ouvir a música uma segunda, terceira, quarta, oitava e décima quinta vez, a coisa mudou. Agora…

Pois é, eu passei a gostar bastante da música também. Então fiquem calmos. Entretanto, Masato Nakamura é ainda melhor. Seguido de Yuzo Koshiro com a trilha do primeiro Sonic the Hedgehog de Master System e Game Gear. Depois vem o resto e olhe lá. Por enquanto estou desconsiderando aqui os jogos que foram lançados depois de Sonic 2006. As trilhas sonoras deles serão avaliadas no futuro. Me contaram que saiu um muito bom em 2017, mas ainda não conheço porque ainda estou em 2006. É um tal de Sonic Magia, ou Maníacos Por Sonic, ou Maravilha de Sonic, alguma coisa assim. É um que não “Forces” a barra tentando parecer legal.


Enfim, finalmente cheguei ao fim de Sonic 2006. Obrigado a todos pela leit… o quê? Tem mais dois episódios? O quê? Três? Ah não, vou ter que jogar mesmo? Tá bom, vai, vamos lá.

Chegou a hora de encarar os dois episódios dos outros ouriços bocós e finalmente chegar no Episódio Final.

Deixem eu fazer um disclaimer antes.

Para os dois outros episódios (não o Final), vou tentar uma abordagem mais resumida. São basicamente as mesmas fases, só que em outra ordem e com objetivos diferentes. Vou tentar destacar as diferenças e tudo que me incomodou, além de descrever o que acontece na história destes episódios. Eventualmente, algo positivo, se houver. Se você for do tipo de pessoa que sente algum tipo de atração física (vulgo tesão) por algum dos outros dois personagens, sinto muito por não expandir o texto. Recomendo também que procure um médico.

Enfim, chega de enrolações.


Episódio do Shadow

Eu resolvi começar pelo episódio do ranzinzinha dele não sei bem porque. Talvez tenha sido por causa da experiência ruim que tive com o Silver no Episódio do Sonic. Talvez tenha sido porque eu já tô traumatizado o suficiente com o jogo dedicado a ele e queria passar pela tortura logo.

Como dito anteriormente, a ordem das fases e chefes é diferente do episódio anterior. Ela é a seguinte: White Acropolis, Egg Cerberus, Kingdom Valley, Crisis City, Flame Core, Iblis, Tropical Jungle, Mephiles, Silver, Aquatic Base, Wave Ocean, Dusty Desert e Mephiles (de novo). Tudo isso entre diversas passagens por Soleanna para fazer as missões estúpidas de sempre e mais uma cacetada de loadings demorados.

A grande diferença entre o Shadow e o Sonic é a utilização de veículos durante as fases. Pelo menos não usamos armas desta vez. Muito embora os veículos tenham armas e elas são necessárias para darmos continuidade em alguns trechos das fases (precisamos destruir coisas).

Existem também algumas diferenças de mecânicas entre os personagens. Logo após executar um homing attack, o Shadow fica meio que parado no ar esperando mais comandos. Se continuarmos pressionando o botão, ele usa o Chaos Attack, que basicamente é ele batendo feito um louco no ar. A mecânica é útil para derrotarmos inimigos que precisam de mais de um hit para serem derrotados, diferente do Sonic que é uma chuva de homing attacks estabanados. Se não pressionarmos nada, o personagem leva tipo um segundo parado no ar, de repente ele vai pra cima (como se fizesse um pulo duplo) e podemos executar outro homing attack se quisermos. Tudo com o mesmo botão, diga-se de passagem.

Duas coisas para considerarmos: primeiro que o Chaos Attack pode ser útil nos inimigos com mais resistência, mas atrapalha um bocado nos de um 1 hit só. Demora para nos acostumarmos a esta mecânica. Depois que nos acostumamos, por incrível que pareça, fica melhor que o os homing attacks do Sonic. É quase um respiro para escolhermos o próximo algo do homing attack, apontar o direcional para ele e atacar. O segundo ponto é que o Chaos Attack é meio bugado, pois vi ele atingir inimigos que estavam distantes, como se fossem derrotados pelo ar gerado pelo Chaos Attack. Meio esquisito, mas eu acabei usando isto ao meu favor em muitas situações.

Ainda sobre mecânicas, também compramos uma habilidade para seguirmos linhas de argola com o Shadow, chamada Air Chip. O detalhe é que o mesmo botão que é usado para “andarmos” pela linha de argolas também serve para outra habilidade, que é atirar um Chaos Spear para baixo, parando no ar para executar a ação. Vira e mexe você está no ar chegando na linha de argolas, aperta o botão perto mas não o bastante e fica lá atirando Chaos Spear feito um louco a cada mini movimentação do personagem para baixo. Atrapalha, atrasa e é ridículo. Podiam usar outro botão, não? Opção nos controles de PS3 e X360 é o que não faltam, mas eles insistiram em usar poucos botões pra muitas coisas.

Outra diferença neste episódio é que, claro, não controlamos o Knuckles e Tails na campanha do Shadow, mas sim a morcegostosona Rouge the Bat. Ela é basicamente o Knuckles (plana e escala paredes), mas ao invés do super chute que ela dá em outros jogos, ela arremessa bombas. É um movimento bem parecido com o do Tails e a bomba de argolas, só que a bomba dela somente explode e não causa (muito) slowdown. Cabe aqui dizer que o grito dela é horrível, totalmente sem emoção, como se alguém fizesse a leitura da letra A de forma estendida e em alto volume.

Além da Rouge, em algum momento também controlamos o Omega, aquele robô bobão de outros jogos. As mecânicas dele também são questionáveis. Para atirar nos inimigos precisamos segurar o botão de ataque, se não segurarmos ele apenas dá um soco meio pra cima, como um gancho. De novo, por que não usar outro botão? Além disso, o Omega consegue cair mais lentamente, ao segurarmos o botão de pulo. Mas ele cai meio esquisito, demora um pouco para nos acostumarmos. Mas dá para usarmos em nosso favor em muitas situações.

Mais uma diferença: o Shadow não é radicaaaaaaaaal que nem o Sonic e não precisa usar pranchas sem sentido para passar as fases. Ou seja, logo em White Acropolis vamos a pé na mesma parte que o bobalhão do ouriço azul moderno tagarela chato pra caramba vai descendo com a prancha de snowboarding ultra bugada.

O primeiro veículo que controlamos é um Buggy, o que é engraçado de se pensar, já que ele e o resto do jogo é bastante bugado. Praça é Nossa, aí vou eu! Precisamos atirar com ele em algumas torres de luz para seguirmos em frente. Controlar ele é uma loucura, vira e mexe a câmera fica louca, ele cai de ponta cabeça e explode, entre outras coisas.

Em outras fases ele surge também, mas eu não lembro dele ser necessário para darmos sequência. Tiveram vários momentos que eu simplesmente larguei o veículo e fui a pé, porque controlar ele é algo inviável em muitos momentos. Crisis City que o diga! Ele é instável demais.

O segundo veículo que nos é apresentado é a Asa Delta, na Kingdom Valley. Eu não sei expressar o que senti jogando com ela nas fases em que foi apresentada, pois foram praticamente partes de atirar sem pensar muito e acertar o que tiver na frente com um pouco de desviar para cá e para lá das coisas que caem e podem tirar vidas. Tipo, acaba sendo meio divertido, apesar de um detalhe que para mim é horrível: a inversão dos comandos para cima e para baixo.

Nos jogos de nave convencionais, é normal a gente pressionar para baixo para a nave subir, e para cima para a nave descer. Neste jogo não. Cima vai pra cima, baixo vai pra baixo. Eu perdi várias vidas por causa disso, especialmente na Crisis City, onde precisamos desviar de algumas coisas caindo (nesta fase a Asa Delta é usada na mesma parte onde para o Sonic é um desafio de plataforma). Honestamente não gostei disso, embora talvez não seja um ponto falho do jogo, apenas uma questão de gosto e costume meu mesmo.

Ainda na Kingdom Valley já somos apresentados ao terceiro veículo: o Hovercraft. Aqueles veículos híbridos que andam sobre a água e também no solo. Logo na minha primeira experiência, fui sair do deck e cair na água com o veículo, ele caiu de ponta-cabeça, explodiu e eu perdi uma vida. Achei que foi só uma coincidência, mas ao longo do jogo eu vi que ele é bugado assim mesmo. Além de ser horrível de controlar e também afetar a câmera do jogo, deixando tudo mais complicado.

Na Wave Ocean também há uma parte grande para usarmos o Hovercraft. Lembro de um momento em que ele caiu em pé depois de um salto (curto) e simplesmente explodiu. Não fez o menor sentido. É mais um veículo muito bugado. Aliás, todos são. O pior deles está por vir.

Na Radical Train YEAAAHH COOOOOOOOL! somos apresentados ao quarto veículo: a Moto. De todos ela é a pior para controlar, mal você aperta para o lado e ela já tá quase indo pra trás de tanto que ela vira. Sensível demais. Lembro que passei de fase meio que sem saber como, pois ela é obrigatória na perseguição do trem. O que é engraçado, porque o Shadow é mais rápido que ela e que o trem e, pelo menos teoricamente, mais poderoso que os tiros dela para destruir o veículo onde se encontra o Dr. Eggman. Ele não era o Ultimate Life Form? Vai entender.

Pensando melhor, talvez o Shadow seja radicaaaaaaaal também…

Na Aquatic Base voltamos a usar a moto, mas não de forma obrigatória. Eu larguei ela rapidinho e preferi ir a pé mesmo. Ruim demais.

Sobre a história, vou tentar resumir. Ela é baseada no Cetro da Escuridão (Scepter of Darkness), um objeto misterioso que de cara libera um ser igual ao Shadow (lembram que mencionei no Episódio do Sonic?) com mechas cinzas, que logo se revela ser o Mephiles. Eis que começa uma perseguição do ouriço e a morcego para aprisionar o tal do Mephiles de volta no Cetro. Em algum momento o Shadow e o Silver vão para o passado e descobrem o que ocasionou tudo isso. Foi o rei de Soleanna que acabou despertando (sem querer) o Iblis e o próprio Mephiles, que estavam aprisionados juntos em uma cúpula de vidro com todo um sistema de defesa que por alguma razão falhou.

O Mephiles foge pra um lado e o Iblis pro outro. Sendo assim, os dois ouriços resolvem se separar. Enquanto o Silver vai atrás do Iblis (e de salvar a princesa de Soleanna no processo), o Shadow vai atrás do Mephiles para aprisioná-lo de volta no Cetro da Escuridão.

O Mephiles ainda tem uma forma meio gosmenta, e quando ele encontra o Shadow no passado, então ele acaba assumindo sua forma e os dois tretam. Então tudo aqui fica explicado porque no presente e no futuro ele já é desta forma.

Mais pra frente na história eles vão para o futuro, encontram o trio Sonic e depois deles voltarem para o presente, o Shadow resolve ficar no futuro justamente por causa do Mephiles. Ele acaba sendo salvo pelo Omega, que é avisado pela Rouge no presente para guardar uma Chaos Emerald para o Shadow voltar para o presente, já que o futuro ocorre 200 anos depois e somente um robô seria capaz de sobreviver aos efeitos do tempo. Esta solução de usar um robô para resolver coisas do futuro não é novidade nos videogames que possuem temática de viagem no tempo, tem outro jogo (este sim fantástico) que utiliza esta solução. Não vou dizer qual, quem jogou sabe. Vamos evitar spoilers, embora alguns já possam estar especulando.

No fim do episódio, de volta ao presente, o Shadow finalmente derrota o Mephiles em outra batalha e este fica bravinho e resolve usar todo seu poder para revidar, liberando um exército de cópias dele mesmo. Os três personagens (Shadow, Rouge, Omega) se veem em uma situação complicada, mas conseguem escapar.

Em suma, é isso. Eu confesso que gostei da história dele, foi menos boboca que o episódio do Sonic e muito melhor do que a história do jogo Shadow the Hedgehog. Só me irritou a paranoia dele do “Who is Mephilis?” o tempo todo, que foi bem parecida com o “Who am I?” do jogo citado. Mas eu consegui relevar. Pelo menos não tem história de amor aqui.

No fim toca a música All Hail Shadow do Crush 40, música que eu detesto. Seguida da…

Não sei se perceberam, mas tocam duas músicas longas nos créditos do Sonic e do Shadow (e do Silver também). São pelo menos 10 minutos de créditos. Eu sei porque salvamos antes e depois deles. O controle do PS3 até desliga no processo (deixei configurado pra desligar se ficar 10 minutos ocioso).

Algumas considerações antes de partir para o Episódio do Silver.

O Episódio do Shadow é menos traumático que o do Sonic. Em todos os aspectos: história, jogabilidade, fases, chefes, etc. Pareceu mais curto também.

A primeira batalha contra o Mephiles é realmente legal. A parte do Shadow é confusa num primeiro momento, mas depois fica legal quando entendemos o que precisa ser feito. Basicamente destruir vários dos clones dele até encher a barra de Chaos do personagem, aí apertamos R1 e o Mephiles fica visível para enchermos ele de porrada. Depois tem uma segunda parte onde controlamos o Omega para derrotarmos ele também, e é tiro pra todo lado. Por incrível que pareça é algo divertido mesmo com a câmera ficando muito louca às vezes e com o fato de precisarmos segurar o botão pra atirar.

A luta contra o Silver é um dos piores momentos do jogo inteiro, não só do Episódio. Primeiro porque tem aquele lance de não poder chegar perto dele porque “it’s no use, take this” e tal. Segundo que o cenário é a linha do trem, com dois trilhos e trens de carga passando o tempo todo com contêineres e tudo mais. Vira e mexe o Silver fica preso em algum lugar ou simplesmente fica “dentro” dos trens (a colisão desaparece aqui) e você não sabe onde ele está, e daí “it’s no use, take this”. É uma luta onde não podemos parar de nos mexer e ao mesmo tempo precisamos ver o tempo todo onde o ouriço prateado está e torcendo para ele tentar arremessar algo no personagem controlado, algo que demora bastante pra acontecer. Isso tudo com a câmera não ajudando em nada, especialmente nos cantos do cenário. Foi o ápice do meu problema de motion sickness no jogo. Não tem nada de divertido nesta parte. Absolutamente nada.

Durante a jogatina com o Shadow em Soleanna aconteceu um dos bugs mais ridículos do jogo. Do nada a Rouge (que estava seguindo o Shadow) gritou e caiu no chão. E lá ficou, caída, de olhos abertos, sem se mexer. Cachaça pura! Ou algo mais dramático, não sei. Sei que ao mesmo tempo que foi engraçado, também causou uma impressão muito ruim. Parecia que ela tava morta, sei lá. Credo, dá “coisas” só de lembrar!

Na Dusty Desert há uma parte com “ondas” de areia que é chata demais, para não dizer também bugada. Mas pelo menos não é mortal, apenas chata mesmo.

Ainda na fase há outra parte que sim é bugada de forma mortal, causa mortes muito baratas, design muito tosco. É uma caminho diferenciado, como se estivessemos em cima de um cano bem grande, mas feito de terra mesmo. Ou seja, é uma plataforma roliça (parem de rir, seus quinta-série do caramba). A plataforma é cheia de curvas, de rampas (aquelas automáticas) e esteiras (das que pegamos impulso, também automáticas). Acontece que uma rampa te joga automaticamente em uma esteira e o personagem já sai correndo desembestado e sem controle, em uma pista cheia de curvas e que qualquer deslize te faz ficar na horizontal e logo em seguida cair da plataforma direto no buraco. Muito mal feito. Dei Game Over nesta parte duas vezes e se tornou a parte de anotações no Evernote com a maior quantidade de palavrões.

O negócio é tão ruim que você morre em qualquer situação: tentei pressionar pra trás para brecar logo depois da esteira, não funcionou (demora para assumirmos o controle); tentei apertar para o lado da curva logo que ela começa, não funcionou também; tentei não apertar nada no controle e deixar ele se recuperar sozinho, também não funcionou. Daí resolvi apelar e fiz algo que eu evito fazer de todas as formas, que foi abrir um vídeo de alguém passando (especificamente com Rank S) para ver como alguém consegue passar aquilo sem morrer. Descobri um macete. A pessoa mudava a câmera e não o personagem, deixando a parte após a curva como se fosse indo reto. Daí percebi a solução: a pessoa fazia isso e logo segurava pra cima com o analógico esquerdo, pra continuar indo reto. Tentei a mesma coisa e sucesso absoluto. Mas gente, que horror um negócio desses. Como deixaram entrar isso no jogo? Solução com câmera? Que horrível. Se isso foi de propósito, os caras são designers horríveis. Se não foi, aí faltou muito polimento.

E pensar que esta é quase a última parte antes do último chefe do Episódio, que por acaso é mal feito também. E besta. A ideia é parecida com a da luta anterior, só que para dar os último golpes nele, ele forma uma espiral de clones que vão subindo com ele no topo, e a gente precisa ficar batendo com homing attack em cada um dos clones até alcançar ele. Parece fácil, só que é bugado, a câmera atrapalha e às vezes o homing attack não funciona. Eu fui passar no fim das contas amassando o botão feito um louco até dar certo, porque indo com calma não estava funcionando. Uma pena, tinha tudo pra ser algo tão legal quanto o primeiro combate entre os dois, mas conseguiram estragar.

Enfim, final do Episódio do Shadow. Só faltou agora o panaca cara do futuro.


Episódio do Silver

Como é de se esperar, neste episódio temos respostas para diversas perguntas sobre a história que vão surgindo enquanto jogamos com os outros heróis, além de termos novidades de mecânicas e, novamente, as mesmas fases em ordem distinta.

Começando pelas fases e chefes, para o Episódio do Silver temos a seguinte ordem: Crisis City, Iblis, Tropical Jungle, Wave Ocean, Dusty Desert, Sonic, White Acropolis, Egg Genesis, Radical Train, Aquatic Base, os Trials of Soleanna, Kingdom Valley, Flame Core e Iblis novamente. Não esqueçam, com aquela carga pesada de loadings e missões toscas em Soleanna.

É tanto loading que nem o cachorro aguentou e dormiu…

Bem, eu já adiantei um pouco sobre a jogabilidade do Silver no Episódio do Sonic, mas vou repetir aqui de forma mais completa. Começando pelo básico, o Silver é mais lento que os outros dois ouriços, seu pulo é normal (não vira bolinha) e o ataque dele é baseado no arremesso de objetos usando telecinese (ou psicocinese). Primeiro pegamos os objetos pressionando R1 e, quando eles mudarem de cor, podemos arremessar um a um apertando quadrado.

A mira é meio que automática, mas nem sempre funciona do mesmo jeito, é algo bem estranho. Além disso, os objetos que estão sendo controlados pela telecinese não ficam sempre numa mesma posição. Eles ficam meio que circulando o personagem conforme nos movimentamos. Isso causa uma série de problemas, como por exemplo um ou mais objetos ficarem presos entre o Silver e uma parede, você achar que está pronto para arremessar em um inimigo e o objeto nem aparece, pois está fora da câmera e no fim das contas ficou preso em algum lugar. É bastante frustrante, vira e mexe perdemos argolas porque somos surpreendidos por um inimigo que poderiamos afirmar com certeza que seria atingido antes.

Infelizmente os problemas não são limitados pela câmera que atrapalha um bocado e a mira que não ajuda. Tem mais um quesito forte aqui: slowdowns. Experimente entrar numa área cheia de inimigos e pegue um monte de objetos para atirar para você ver. O jogo vai ficar muito lento e atrapalhar demais. Ou seja, é tudo muito instável e até imprevisível, de um jeito muito ruim. Isso gera muito nervoso.

Além dos objetos espalhados pela fase, como caixas, carros, mais caixas, bolas com espinhos, caixas e mais caixas, também é possível pegarmos os ataques dos inimigos para revidar, sejam mísseis, balas, etc. A ideia é excelente, pena que vira mexe a gente aperta o R1 para pegar os tiros e acaba não acontecendo nada. É bem instável também.

Caixas pra quem gosta de caixas…

Outra mecânica que o Silver tem e outros personagens não possuem é a técnica de levitação. Se segurarmos o botão de pulo logo após pularmos, ele levita e é possível alcançarmos plataformas mais distantes. Porém, há um limite, delimitado pela barra que fica do lado direito da tela. Esta barra enche sozinha quando não usamos a técnica por um ou dois segundos, mas ela também não enche se pararmos de usar e estivermos no ar e tentarmos usar de novo.

Ainda assim é um tanto quanto estranho, pois em algumas situações (especialmente mais pro final do Episódio) vale mais a pena ficar dando leves toques no botão para levitar o mínimo do que ficar segurando. Claro, isso funciona se estivermos indo de um lugar bem mais alto para um mais baixo, pois a levitação não funciona para ganharmos altura, apenas nos movimentamos como se estivéssemos no chão. Ainda assim, dá para usarmos essa artimanha de levitar aos poucos para cortar alguns caminhos também.

O Silver também “compra” habilidades. Essa tal loja é boa mesmo, os caras são baita professores.

Enfim, a habilidade mais útil é a Psyco Shock, onde pulamos e acertamos uma onda de psicocinese no chão e paralisa todos os inimigos que estão dentro de um certo raio. Depois a habilidade evolui para Psyco Smash, que faz a mesma coisa e ainda puxa objetos próximos. Mesmo sem a evolução já é bastante útil, mas é bom dizer que ela não funciona apenas em inimigos que possuem muita vida, apenas se dermos dano suficiente neles. Daí fica mais fácil, basta paralisar eles e depois arremessarmos para longe, pois eles ficam “pegáveis” via psicocinese também neste estado, inclusive podem ser usados como armas contra outros inimigos.

Além de acelerar muito o processo, ainda dá uma sensação legal de que o personagem evoluiu em questões de poder ao longo de seu Episódio, é o que mais passa esta sensação. Talvez o único, na verdade. Pena que para isso a gente tem que gastar argolas em uma loja, algo que tira um pouco da graça, quebra a imersão e tal. Mesmo assim, a questão da evolução é legal de ver.

O Silver é um personagem que foi bem pensado em questões de mecânicas e habilidades. Pena que os controles desajeitados e a física quebrada atrapalham bastante, tanto quanto nos episódios dos outros ouriços. A campanha do Silver acaba não sendo legal por este motivo, é bem triste ver que pareciam boas ideias que foram muito mal executadas. Felizmente existem algumas coisas positivas, principalmente na questão da história. Especialmente pelo fato da Blaze finalmente abrir a boca pra falar alguma coisa.

Aliás, a Blaze the Cat é um personagem jogável nesta campanha. Eu preferia jogar com a Blaze do Streets of Rage, mas fiquei contente em poder utilizar ela. Ela é um personagem baseado em velocidade, como é de se esperar. Tem ataques um pouco estabanados, principalmente no ar. Mas também conta com uma das mecânicas mais divertidas que é a de ficar girando no chão feito um peão, dá pra derrubar uma galera fazendo isso e chega a ser prazeiroso (quando não acontece nenhum bug, algo não muito incomum). Os desenvolvedores colocaram partes cheias de inimigos para que isto fosse utilizado com frequência.

[música do Peão do Baú]

Para completar o time do Silver, também jogamos um pouco com a Amy Rose. Ela também não vira bolinha, o pulo é normal. Como é de se esperar, o ataque dela é feito com sua marreta biônica. Parece algo legal, não? Mas não é. A colisão da arma é uma coisa bastante questionável, pois vira e mexe a gente está perto o bastante, vê a marreta acertando e ela passa vazada pelo inimigo. Aí tentamos nos aproximar e levamos dano de encostar nele. É irritante demais.

A Amy ainda conta com uma mecânica que na minha cabeça não faz o menor sentido pra ela, que é o poder de ficar invisível. Como assim a Amy ficando invisível? Ela andou aprendendo coisas com o Espio ou algo assim? Não faz mesmo sentido, mas pelo menos é bastante útil quando estamos sem vontade nenhuma de entrar em combate com inimigos, muito embora ela desapareça completamente da tela e às vezes é algo que atrapalha um pouco. Lembrando que em Sonic Heroes o Espio que deixa um “fantasma” que nós jogadores enxergamos. Que vacilo, Sonic Team!

Fora isso, ela também conta com um pulo duplo. Ele é bastante útil no fim das contas, apesar de ser muito estranho. Não é como em outros jogos, que é um pulo quase que igual ao normal, só que no ar. É um pulo já com uma movimentação um pouco diferente, fixa no alcance horizontal, onde ela vai muito mais pra cima do que pra frente. Demora um pouco pra pegar o jeito dele, mas depois que isso acontece, jogar com ela fica algo fácil, exceto nos combates (pelos motivos que mencionei pouco antes).

Comentando sobre a história, bem, tudo começa já no futuro, a cidade toda destruída pelo fogo e o Silver narrando, contando que já estava tudo assim quando ele nasceu. Ele menciona que tudo é culpa do Iblis, responsável pelas Chamas do Desastre (Flames of Disaster), que ele é um ser eterno e que não pode ser destruído, embora possa ser acalmado. Sendo assim, ele vai em direção ao vilão para encará-lo, passando pela Crisis City.

Após a batalha entre os dois, surge o Mephilis e diz que para derrotar de vez o Iblis é necessário corrigir o momento onde ele surge, o passado (no caso, o presente do Sonic). Ele diz que é necessário derrotar o Iblis Trigger (lembrem-se que não se diz “tráiguer”) que numa tradução livre seria algo como o Gatilho do Iblis, ou seja, o responsável pelo seu despertar. Para isto, o Mephiles pega uma Chaos Emerald e pede para que o Silver e a Blaze olhem dentro. Então surge a figura do Sonic e automaticamente ele se torna o vilão para os dois, que não questionam, não pedem provas, nem nada. Dois tapados.

A Blaze ainda manda um “blue hedgehog…” (“ouriço azul…”) e me deixa ainda mais confuso. Fiquei esperando ela mencionar que conhece um por causa do Sonic Rush, mas não aconteceu. Difícil ignorar isso. Enfim, os dois são transportados para o presente pelo Mephiles, mas cada um vai parar em um lugar.

O Silver conhece a Amy da forma pastelão que teria que ser, com ela abraçando ele achando que é o Sonic, aquela coisa toda. Ele diz que precisa encontra alguém, ela diz que precisa encontra alguém, mal sabem eles que estão procurando a mesma pessoa, um para matar e a outra pra, como posso dizer, fazer snu snu.

Eventualmente eles se separam, o Silver encontra o Sonic, os dois saem na porrada e a princesa do Final Fantasy é raptada, enquanto a Amy separa a briga quando o Silver tá prestes a derrotar o ouriço azul de vez. Depois de um esporro da Amy nele, ele se encontra finalmente com a Blaze e eles resolvem procurar pelo Dr. Eggman, pois sabem que o Sonic está atrás dele. Engraçado é que eles mencionam que precisam encontrar a base do doutor, mas não fica claro como eles sabem que ele possui uma base. Mas beleza, né?

A Final Fantasy é irrelevante para a dupla, mas durante a pancadaria na base a Amy consegue se infiltrar e ela acaba salvando a Final Fantasy. E elas ainda acabam tendo um diálogo sobre pessoas que elas amam, com a Amy dizendo que a princesa precisa tomar uma atitude em relação ao cara que a Final Fantasy gosta e tal. Mal sabem elas que elas são rivais por gost… mano, que nojo, nem vou completar.

No meio da treta toda o Silver finalmente se toca e começa a questionar o Mephiles, que dá uma resposta ultra genérica e o ouriço aceita. Então ele ganha uma medalha de personagem mais tapado da franquia inteira. Não, esta última parte foi só na minha imaginação. Vamos em frente.

O Silver encontra o Sonic e de novo dá uma surra nele. Mais uma vez quando ele está próximo de finalizar surge o Shadow, que sinaliza para o Sonic ir atrás da princesa em outro castelo. Então os dois saem na porrada e aparecem mesmas cutscenes do Episódio do Shadow, com eles indo para o passado, se separando após a explosão lá. Só que agora temos o ponto de vista do ouriço prateado, que foi atrás do Iblis.

Depois da treta entre o Iblis e o Silver, o herói se encontra com o Rei de Soleanna que pede para que proteja a filha dele (Final Fantasy Elise) pois ela ainda é criança e que ela deve sempre sorrir, não pode ficar triste e o escambau. O engraçado é que ela sabe disso ao longo do jogo, mas na cena ela está inconsciente e logo depois o Silver larga ela lá desmaiada em qualquer canto pra voltar para o presente. Como ela soube? Eu talvez tenha perdido algum detalhe.

Dorme aí, Final Fantasy.

Vale dizer que o Shadow larga o Cetro lá também, alegando que ele já sabe o que vai rolar e que vai precisar dele em outro momento do tempo. Esse Shadow tá me parecendo o personagem mais CETRADO centrado do jogo, por incrível que pareça. Eu que não gosto dele e confesso isso em quase todos os posts preciso dizer que estou perdendo um pouco da bronca.

Ah, o Silver larga a Chaos Emerald azul com a Final Fantasy criança antes de voltar para o presente. O que me faz pensar: que bagunça esse lance de Chaos Emeralds espalhadas em várias épocas do tempo, não?

De volta ao presente, o Silver e a Blaze se tocam que o Sonic não é o vilão da história. Que na verdade é o Dr. Eggman. Olha só, palmas para eles, conseguiram tirar o certificado de inteligência mínima. Só esqueceram do Mephiles, mas enfim.

Logo em seguida acontece uma das missões mais sem sentido da história toda. O Silver precisa proteger a Anna, que sabe um segredo e está sendo perseguida. Que segredo, bando de putos dos infernos? Quem diabos é essa Anna de Soleanna? Era para rimar? Por que é tão importante proteger ela?

Pior que é uma das missões mais chatas e bugadas de todas, pois é daquelas que ela tem uma barra de vida e vai em cima dos inimigos feito uma desmiolada pra ficar tomando dano e morrer. Não esqueçam que falhar missões é sinônimo de quatro telas de loading, e eu falhei três vezes por culpa dela ou de bugs. Eu sei que estava focado na história agora, mas precisava falar sobre a frustração que foi essa missão. A troco de nada, porque em momento algum me disseram que raio de segredo é esse ou porque era importante ela permanecer viva.

Enfim, de volta a história depois desta interrupção estúpida, o Silver também precisa passar pelos Trials of Soleanna. Só que, por alguma razão idiota, são outros Trials. Por quê? Qual a explicação para eles serem diferentes?

Pior que são missões bestas também, a primeira (Friendship) é uma batalha contra um exército de robôs pra salvar a Blaze; o segundo (Memory) é uma bateria de perguntas com alternativas de respostas (completamente idiota botar isso no jogo); e o terceiro (Heart) é mais um de combate, só que sem objetos na tela, apenas tiros dos inimigos para usarmos de contra ataque.

No fim alguém que você nem sabe quem é te diz que você é um verdadeiro membro da família real (que família real, criatura?) e chama a águia americana para levar o Silver para Miami para fazer compras Kingdom Valley.

Aí sim tem a tal cutscene onde ele e o Sonic se encontram, ele diz que sabe que precisa salvar a princesa e etc. Finalmente explicado algo que me deu até náusea quando aconteceu no Episódio do Sonic.

Então a nave do Dr. Eggman explode, a Final Fantasy morre, o Silver fala pro Sonic ir para alguns momentos no passado (já vimos tudo isso) e ele mesmo vai junto com a Blaze… De Volta Para o Futuro! YEEEEEEEEEEEEAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH! Esperei o post inteiro para poder dizer isso! Agora sim estou feliz!

Lá ele vai em busca do núcleo do Iblis para enfraquecer e derrotar a entidade de vez, e logo em seguida vai encarar o próprio Iblis para nunca mais ter que voltar a ver a cara dele no futuro. Juro que “futuro” não foi um trocadilho, de novo.

E então a cena final, onde o Silver tenta aprisionar o Iblis dentro dele mesmo usando duas Chaos Emeralds para que ele fique adormecido dentro do personagem, da mesma forma que ficou adormecido dentro da Final Fantasy. Mas o corpo dele é rejeitado, então a Blaze pega as Esmeraldas e aprisiona o Iblis dentro dela, já que ela consegue lidar com fogo. Então ela pede para ser enviada para outra dimensão HIHIHEHEHAHAHAHA MORRA SEIYA.

Caraca, eles conseguiram! Linkaram com Sonic Rush. Faz todo sentido agora ela viver em outra dimensão e ter todo o poder do fogo em si. Fica ainda melhor, mas vou deixar ora comentar no Last Episode.

Enfim, ele meio que se recusa, mas mesmo assim ela vira uma espécie de aura com o Iblis já aprisionado nela e desaparece. Sobem os créditos, música bacana de tema do Silver seguido de:

Assim como fiz no Episódio do Shadow, vou mencionar algumas coisas do Episódio do Silver que acho relevantes também. Sei que a história já ficou mais detalhada que a do Episódio anterior, mas eu acredito que os eventos que acontecem neste aqui tenham detalhes mais relevantes para o plot em si. Porém, a partir de agora vou focar mais nos detalhes de jogabilidade mesmo que eu anotei e precisam ser ditos.

Começando pelas batalhas contra o Iblis, elas são tão bestas quanto nos episódios do Sonic e do Shadow. De novo ele fica longe, mas agora podemos arremessar coisas nele também. A primeira batalha que é o primeiro chefe do Episódio é um saco, pois a gente tem que ficar esperando ele atacar e cair coisas na plataforma onde ficamos para devolver nele. A mira horrível do personagem só atrapalha e deixa o processo ainda mais lento, pois vira e mexe temos certeza que vamos acertar o chefe e o objeto é arremessado para um lugar nada a ver.

A última batalha é ainda pior, pois não fica claro o que precisamos fazer e nem tudo funciona o tempo todo. Pra vocês entenderem: o chefe fica distante, podemos arremessar coisas nele mas elas dão pouco dano. Com o tempo ele se aproxima e quebra uma parte da plataforma. Nesse meio tempo ele também atira uma bola gigante que também destrói uma parte da plataforma. Só que a plataforma tem três partes, ou seja, se ele atacar três vezes você morreu. A solução é pegar a bolona que ele atira com telecinese e arremessar nele de volta. Só que quem disse que é sempre que o Silver pega? Mesmo segurando o botão, isso só dá certo se a gente ficar na ponta da plataforma (na direção do chefe), quase caindo dela. Até eu descobrir isso foram muitas vidas perdidas. Depois que descobre fica ridiculamente fácil, mas acho que pegaram um pouco pesado em ter que ficar tão na ponta.

Andar com o Silver em campos grandes é profundamente irritante, pois ele é lento, então demora uma eternidade. Tem isso logo no começo do Episódio quando ele chega no presente. Dá pra dizer que é um walking simulator de uns dois minutos. O mesmo problema acontece quando vamos fazer o caminho inverso e ir até a parte onde tem os Trials of Soleanna. Com o Sonic chegamos lá de boa, rapidinho. Com o Silver demora mais ou menos uns 4 meses. OK, sei que exagerei. Mas na boa, esses Adventure Fields são inúteis e irritantes, no caso do Silver isto fica potencializado.

A Tropical Jungle com o Silver é muito diferente dos outros personagens. Deveria ser legal, só que o design dela é horrível, ficou parecendo aqueles jogos genéricos 3D de coletar coisas. Não tem um caminho muito bem definido, é tudo meio aberto. Então não dá para sacar logo para onde temos que ir, onde fica a saída e etc. Enquanto vamos procurando dá pra cair em buracos facilmente, é só tomar meia decisão errada (pra coisas que não são tão evidentes) e lá se vai mais uma vida. Péssimo. Pra quem tem Motion Sickness, é um horror também, pois ficar girando a câmera alucinadamente pra achar caminhos (e brigar com a câmera, pois ela tem vida própria às vezes) dá um enjôo dos fortes.

O mesmo bug ridículo que aconteceu com a Rouge durante o Episódio do Shadow aconteceu aqui com a Amy. Subi no telhado com ela me seguindo e do nada ela gritou “Oh no!” e morreu. Pra quem conhece a expressão (o gato subiu no telhado), subir no telhado e morrer parece cômico e trágico ao mesmo tempo.

Pior que neste Episódio isto aconteceu uma segunda vez, enquanto passava por dentro de uma estrutura que tem uma porta aberta e a gente pode atravessar. A impressão que passa é que o jogo não reconhece muito bem as áreas “letais” para os sidekicks e acaba acontecendo estas maluquices. Bem, como era de se esperar, eu registrei também as situações.

Na Dusty Desert logo de cara tem uma parte onde você entra e tem um buraco, com uma seta em cima dele (na parede) brilhando. Eu fui seco no buraco e morri. Depois descobri que é um lugar onde precisamos arremessar bolas gigantes para abrir portas. É um puzzle que deveria ser legal mas acaba sendo um saco, pois a cada batida que a bola dá nas paredes e também a cada vez que usamos o poder para bater na bola e ela seguir em frente, a bola “toma dano”. Nela tem escrito nela o número de batidas que pode levar. Ou seja, um errinho e a bola explode e você precisa recomeçar. Na primeira parte é fácil, só que mais para o fim da fase tem outro quebra-cabeça desses e este dá um trabalho gigantesco, ainda mais pro jumento aqui que não sabia que se segurasse o botão de ataque a bola ia mais longe com um golpe só.

A batalha contra o Sonic é uma grande mentira. Não dá para usar o super poder “It’s no use… take this”, pois o ouriço azul se recompõe rapidamente quando o paralisamos. E o homing attack dele é roubado, muito rápido e preciso. No fim a gente tem que ficar arremessando coisas meio sem ver mesmo até ele ser derrotado, já que mal dá tempo de posicionar a câmera para enxergar ele.

Pior que ele só o Shadow, que é tudo isso só que ainda mais apelativo, com a câmera muito louca naquela área horrível dos trens. É uma das partes mais difíceis do jogo e pelo motivo mais errado possível. Totalmente injusto e irritante.

Uma daquelas partes de correr sem ver o caminho porque a câmera fica na frente do personagem também acontece com a Blaze na White Acropolis. Vou repetir, é algo desnecessário e ruim. Perdi algumas vidas caindo em buracos que não é possível prever porque não enxergamos. Que vergonha, Sonic Team!

O ápice do problema da mira do Silver é visto na batalha contra o Egg Genesis 16 Bits. Vira e mexe você pega um monte de coisa para jogar no chefe e ele fica arremessando nos inimigos menores, não importa para onde você aponte a câmera ou a frente do personagem, ou mesmo o analógico esquerdo, etc. É horrível, a mira funciona como ela quer e dane-se você. Falta muito um cursor ou qualquer tipo de indicador que diga onde ele vai arremessar os objetos, tudo ficou muito mal feito.

Tem uma parte de stealth que só é habilitada quando compramos uma determinada habilidade e é uma das coisas mais ridículas do jogo. Outra coisa muito mal feita, pois os guardas são burros, você pode passar do lado deles e eles não te enxergam. Você se esconde atrás de barris com frestas entre eles, e pelo menos em teoria, daria para os guardas te ver facilmente. O curioso é que se você passa de qualquer jeito nesta parte tudo funciona, mas se pensar muito e tentar fazer algo mais rebuscado a missão falha. Zoado demais. Lembrando que as falhas tem aquela sequência de loadings que eu já mencionei um zilhão de vezes no post (e mesmo assim não é suficiente, comparado ao tempo que perdi esperando a quantidade absurda de loadings que o jogo todo tem).

O pior stealth da história dos videogames.

A Aquatic Base é bem parecida com a mesma fase no Episódio do Sonic, inclusive tem aquela bolona de pilates que precisa passar pelos lasers e tudo mais. Com o Silver a primeira parte é bem mais fácil, mas a que fica mais pro fim da fase é extremamente bugada. Imaginem que você precisa descer de bola em algumas plataformas para bater em alguns switches para desativar lasers e outras armadilhas e então seguir em frente. Pode ser que você precise sair da bola também para derrotar inimigos que atacam ela diretamente e ela estoura, com você indo para o buraco. Em uma das partes, assim que você chega na plataforma, do nada você vê a bolona andando sozinha e indo até uma área onde você não a alcança mais, e então temos uma morte garantida.

Depois de morrer inúmeras vezes do mesmo jeito, resolvi ignorar a bola e tentar inventar caminhos alternativos levitando, pisando em lugares que pareciam não estavam nos planos dos desenvolvedores para recuperar a barra de levitação e continuar. Subi até em colunas que servem apenas para atirar os lasers, o que tornou tudo muito mais fácil. Aquele “macete” que mencionei antes de pular o mais alto e longe possível e ir apertando o botão de levitação rapidamente e aos poucos funciona direitinho nesta parte.

Passei algumas vezes por outra falha grotesca que o jogo tem na campanha do Silver, que é a de inimigos que nascem exatamente no ponto onde estamos da tela e o personagem não só toma dano disso como também morre logo em seguida, sem dar tempo dele ficar piscando pra eu tentar sair dali ou algo assim. Já tá errado nascer em cima do personagem, mais errado ainda é cair nessa situação de morte certa. Apelativo demais.

Isso aconteceu na missão de ter que proteger a famosa Anna de Soleanna, a guardadora do segredo mais secreto da história. Para mim é a cereja do bolo das missões toscas que este jogo tem. O fato dela correr em cima dos inimigos e ficar lá parada tomando tiro já é muito ridículo por si só, e ainda tem essa dos inimigos nascerem em cima o personagem. Eu por natureza já detesto qualquer jogo ou parte que a gente tem que ficar protegendo alguém, pois normalmente a Burrice Artificial do personagem que precisa ser protegido é “maravilinda” e você precisa inventar coisas que são bastante forçadas/artificiais para superar estas situações (Ico que o diga, é cheio disso, mas não podemos falar mal de jogos cult senão a galera fica bravinha).

Outra falha de design que eu notei foi em Kingdom Valley, onde temos pêndulos para chacoalhar com uma mecânica um pouco diferente. Eles até colocam um monólogo do personagem para ensinar a mexer o primeiro pêndulo, mas não fica tão evidente que precisamos sugir nele e segurar o botão ao invés de somente pressionar. Com isso eu fiquei uns segundos igual tonto tentando descobrir o que fazer. Vamos combinar que esta é a penúltima fase do Episódio e que não parece uma boa hora para inventar mecânicas novas.

Na mesma fase ainda tem um lance de você usar alguns contêineres como plataforma usando a psicocinese. De novo o jogo lança o monólogo mas não explica direito como fazer, com sorte levei menos tempo que os pêndulos justamente pela experiência com eles. Ainda assim continuo afirmando que o lance de enfiar mecânicas novas mais pro fim do jogo pra usar uma única vez não é uma boa ideia. Particularmente vejo como decisões ruins de design. Este jogo erra em praticamente tudo, incrível.

Por fim, a cena de ranking do Silver é de longe a mais irritante, pois ele fica lá fazendo pose levitando e fica lá pra sempre com cara de pudim estragado. Agora experimenta fazer isso no jogo de ficar com ele levitando pra sempre pra você ver o buraco que você vai cair e perder mais uma vida. OK, essa aqui é irrelevante, mas eu precisava compartilhar o ódio.

Olha a cara desse tonto.

É isso, fim do Episódio do tapado do Silver. Agora só o Episódio Final e chega deste jogo pra sempre!

Chegando no fim da tortura.


Episódio Final (Last Episode)

Pronto, aquia patifaria toda já começa cedo. Logo de cara o Mephiles aparece e supostamente mata o Sonic com um golpe só. Você leu direito, ele matou o Sonic. Por que o idiota não fez isso antes? Precisava envolver a galera do futuro?

“Diiiiieeee monster, you don’t belong in tHIS WORLD” (não mesmo, volte para os 16 bits! Obrigado! De nada!)

Bom, logo depois disso começa o dramalhão mexicano que vocês já podem imaginar: Amy triste, Final Fantasy ultra triste, e o resto da galera meio assim. Até o Knuckles manda um “Sonic” todo tristão.

No meio dessa novela a Final Fantasy faz o inverso do que falam pra ela o tempo todo e ao invés de sorrir ela chora. Com isso ela quebra o selo e libera o Iblis aprisionado dentro dela desde o passado. O Mephiles fica feliz da vida que eles vão poder se unir novamente e fazem uma fusão, se tornando Solaris.

Então o Dr. Eggman mostra toda sua inteligência e sabedoria e diz que não é possível derrotar Solaris, pois ele está vivo no passado, presente e futuro ao mesmo tempo. Para isso seria necessário derrotar nos três lugares e o Shadow logo lembra que se o Sonic estivesse vivo, talvez fosse possível. Estou me segurando aqui para não questionar a lógica por trás disso tudo.

Enquanto isso a Final Fantasy mostra o poder do amor que ela sente por um ouriço antropomórfico (FACEPALM) e diz que o Sonic está vivo porque ela o sente no vento, seja lá o que isso quer dizer em um universo tão maluco onde uma humana quer fazer snu snu com um ser completamente diferente.

Dorgas pesadas…

Aí começa a cena que os produtores de conteúdo do Japão tanto adoram colocar em suas obras: o poder da amizade. Eles decidem encontrar as sete Esferas do Dragão Chaos Emeralds para trazer o ouriço azul de volta. Começa então a última fase do jogo: End of the World.

O mundo tá acabando, e o jogo também! UHU!

Basicamente é jogar com sete panacas amigos do panaca do Sonic até encontrar a respectiva Esmeralda. Cabe dizer que eu tomei Game Over cinco vezes nestas fases e que é necessário passar todas elas para que o jogo salve o progresso e você não precise jogar novamente cada uma delas. Porém, ao invés de detalhar como diário de bordo, eu vou falar de cada uma delas o mais resumido possível, senão isso aqui vai virar o novíssimo testamento da Bíblia.

Todas as fases compartilham uma coisa em comum: com o tempo surgem algumas bolas que lembram muito o olho do Sauron dos filmes O Senhor dos Anéis. Eles são os Olhos de Solaris e são de duas cores. Os azuis possuem um certo magnetismo e podem puxar o personagem controlado pra dentro deles. Já os vermelhos fazem o inverso e arremessam caixas na direção do personagem com uma velocidade absurda, que é quase dano certo.

Existem algumas estátuas que emitem uma luz ao encostarmos nelas, fazendo com que todos os olhos desapareçam. Eles ressurgem aos poucos conforme o tempo vai passando, sempre nas mesmas posições dentro das fases.

Começamos pelo Tails na Crisis City, numa parte mais alta onde prédios estão tombando e etc. A fase é um pouco confusa, mas dá para achar a Esmeralda no topo de um dos prédios com alguma facilidade. É um bom momento para acumularmos argolas e vidas.

Em seguida estamos com o Omega em uma parte da cidade mais baixa cheia de lava. Dá pra cortar uns caminhos flutuando com ele e as vezes até caindo na lava, já que levamos dano e ficamos piscando por algum tempo até chegar a outra plataforma. Também é simples de encontrar.

Logo depois vem o Knuckles na Tropical Jungle, numa área um pouco mais aberta (parecida com a mesma fase no Episódio do Silver) e que causa uma certa confusão. Ele também não é rápido o bastante para fugir do magnetismo dos Olhos azuis, sendo necessário planar com ele para conseguir escapar. Na primeira tentativa fiz o caminho mais longo pela direita, depois de algum tempo aprendi a cortar um bom caminho indo para uma plataforma mais alta e depois planando pela esquerda que é onde a Esmeralda está.

A quarta esmeralda quem vai buscar é o Silver, mas deveria ser o Shadow (leia o post se não pegou a referência). Ela fica em Dusty Desert, na parte mais aberta da fase. É definitivamente a pior das fases, pois ele é facilmente sugado pelos Olhos azuis quando está flutuando e tem partes onde é necessário flutuar pra sair da áreia movediça com três destes Olhos tentando te puxar. Foi nela que eu tomei três Game Over e quase espumei de tanto ódio. Quase me fez desistir do jogo, justo na reta final dele. Até que depos de morrer tanto decorei ela inteira e aprendi a passar quase sem morrer (porque é quase impossível passar sem morrer mesmo conhecendo a parte). Diga-se de passagem não fica evidente que a parte que falei tem areia movediça, pois o chão é bem parecido com o chão, digamos, normal. Uma falha grotesca de design na minha opinião, mas enfim.

Depois dele vem a que acabou se tornando a mais fácil de todas, mas por macete. A quinta Esmeralda é recuperada pela Rouge, na área da Wave Ocean. Esta área tem umas pedras gigantes e fininhas no meio d´água que podem ser escaladas até o pico e de lá podemos planar até a próxima. Se você souber o caminho certinho, vai planando de uma em uma até chegar na parte onde está a Esmeralda sem problema algum, já que ela fica numa parte bem baixa. Evita praticamente a fase toda. O duro é errar o caminho, resulta em morte certa.

A penúltima Esmeralda é recuperada pela Amy. É a segunda fase mais irritante, fica em White Acropolis. Se você não souber os pontos certos de passar, você morre. Primeiro porque abrem muitos dos Olhos, principalmente os azuis, e ela é facilmente “sugada” por eles. Especialmente quando está no ar e ainda mais quando executa um pulo duplo. E tem várias partes onde é necessário pular e também usar o pulo duplo. Tomei Game Over nela também e eventualmente aprendi qual é o caminho certo, até encontrei uma das estátuas totalmente sem querer em uma das tentativas. Achei que tava cortando caminho na sacanagem e na verdade aquele era o melhor caminho, uma parte bem alta que só é acessada com o pulo duplo feito certinho. Usando a estátua e removendo os Olhos azuis facilita demais a fase.

Por fim, chega a vez do Shadow. Where’s that DAWN seventh Emerald? A Esmeralda que ele está procurando está em Kingdom Valley e tem todo um esquema para você passar ela toda sem morrer. A fase é apelativa ao extremo, pois mal saímos de um caninho e já caímos do lado de um Olho azul. A mesma coisa quando largamos a águia sendo transportados de uma área para a outra, ela te deixa quase em cima de um destes Olhos. Pior que acontece duas vezes, se você não está esperto, é sugado e morre. Fora outros pontos onde pulamos em uma plataforma mais alta e caímos em cima de um Olho azul deixado lá de sacanagem pra te matar. Ou pior, tem uma parte que tem uma mola que te arremessa em um destes Olhos, só porque sim. Várias mortes baratas por causa desse design apelativo (e ruim) ou bugs. Foi outro ponto onde tomei um Game Over.

Por que não usaram Phoenix Down?

Encontradas todas as sete Chaos Emeralds, o jogo salva e isso me fez fazer uma comemoração como se eu tivesse terminado o jogo mais difícil do mundo. De fato ele é difícil, mas de engolir.

Aliás, difícil de engolir mesmo é a próxima cutscene. Sim, é aquela cutscene, a famosa cena do beijo. Depois de um suspiro forte aqui, eu vou ignorar a cena por enquanto pra falar dela durante a conclusão sobre o jogo, tudo bem por vocês? Espero que sim. Quem não conhece pode assistir no video abaixo, com direito à uma interação bem ridícula da minha pessoa (mas não tão ridícula quanto a cena em si).

Bom, o beijo (e as Esmeraldas, mas dá a entender que foi o beijo) transforma o Sonic em Super Sonic. Eu prefiro não fazer a analogia que passou na minha cabeça agora. E então o Sonic transforma o Shadow e o Silver em Supers também. Só que sem beijo. Ué?

Então depois dessa vergonhosa cutscene começa a luta contra o chefe final: Solaris.

Tão assustador que parece uma gelatina com carinha.

Bom, os três estão em suas formas Super, ou seja, começamos com 50 argolas (cada um) e elas vão caindo uma por segundo. Esta não é a única forma de perdermos argolas, já que perdemos 10 quando somos atingidos pelo Solaris.

Existe um botão para trocarmos de personagem quando as argolas estão acabando. Quando voltamos a controlar o mesmo personagem que gastamos quase tudo uma boa parte das argolas foi recuperada “automagicamente”. Não cheguei a ver como isso funciona e, na boa, talvez não importe tanto, já que o importante é o fato de ter a recuperação. Vale dizer que sempre um dos outros personagens fica gritando desesperado quando as argolas estão acabando, para ajudar o jogador a se tocar que ele vai morrer.

O lesado aqui levou cinco minutos pra entender que somente em uma das épocas (ou seja, com apenas um dos personagens) o Solaris leva dano por vez, sendo necessário atacar no período correto para que a barra de vida dele diminua. Caso contrário ele fica se defendendo e nada acontece feijoada. Cabe dizer que nesta fase ele ataca pouco e é bem fácil de desviar dos poucos ataques que ele faz.

Cada personagem tem uma característica de ataque. O Sonic vai feito um louco e ataca diretamente (tipo com uma cabeçada); o Silver pode capturar todos os objetos que são arremessados pelo Solaris e jogá-los de volta; já o Shadow faz os ataques de Chaos Spear ou algo assim, sendo que ele atira vários de uma vez se segurarmos o botão de ataque e soltarmos depois de algum tempo.

Depois de derrubar a primeira barra de vida entramos na fase final do Solaris, onde ele fica bem mais complicado. Ele começa a atacar muitas vezes, é meio complicado de enxergar esses ataques e desviar. Além disso, para atingí-lo é necessário fazer o ataque durante o ataque dele, não enquanto ele está se defendendo. É meio difícil de enxergar isso também, mas se ficarmos atacando meio aleatoriamente acaba dando certo. Não tem um período certo para atacá-lo, basta ficar atacando feito louco e trocar de personagem quando as argolas estão quase acabando.

Fiquei mais cinco minutos atacando sem pensar direito e eventualmente ele foi derrotado. Perdi só uma vida no processo por puro descuido (mentira, foi culpa do jogo, eu juro que apertei o botão de trocar personagem e não funcionou).

Ah, fica aqui uma última observação. Uma positiva agora. A música desta batalha é uma versão instrumental de His World e, na minha opinião, é a melhor música de todo o jogo. Sim, melhor que a versão com os vocais do rapper e etc. Lidem com isso. Ela cabe muito bem na batalha, passa aquela sensação de esperança, “vai ficar tudo bem”, e bobeiras similares em títulos que possuem final feliz.

O jogo então oferece para salvar, desbloqueia uma porção de coisas e a cena final é exibida.

“TODOS COMEMORA” o fim dessa porcaria de jogo.

A Final Fantasy e o Sonic voltam para o passado para apagar Solaris, que ela chama de Flames of Hope (Chamas da Esperança). Então ela diz que se ela apagar nada do que aconteceu no presente vai acontecer de novo e ela nunca vai conhecer o Sonic. Aquele melodrama gigantesco. Aí o Sonic diz pra ela sorrir mais uma vez e ela apaga o raio da vela que carrega a chama. Então volta para a cena inicial do jogo, ou pelo menos parecida, pois não tem a parte da invasão do Dr. Eggman. Do nada o Sonic passa ali correndo só para dar uma checada se tá tudo bem com o grande amor da v… eca! Vamos parar com isso, vai.

O jogo termina com o Sonic olhando para a lua. Seria um prelúdio de Unleashed? Acho que não, mas eu quis dizer.

É isso, enfim chegou o fim da tortura que foi jogar Sonic 2006. Só que vocês não estão liberados ainda, pois chegou a hora mais esperada por aquele que vos escreve: as conclusões. Hora de buscar meu arsenal de armas pra acabar com o jogo.


Conclusão

É galera, quem me procurou nos últimos anos para dizer que eu me arrependeria de fazer a Maratona Sonic porque eventualmente chegaria nesta meleca de Sonic 2006 tinha meia razão. Sim, meia razão.

Vou ser totalmente honesto com vocês. O jogo é uma porcaria em quase todos os sentidos, mas valeu muito a pena conhecê-lo. Não, eu não gostei de jogá-lo, mas gostei de conhecê-lo.

Primeiro porque tenho a sensação de que o pior já passou, mesmo que ainda tenham algumas coisas bastante questionáveis na franquia. Segundo porque uma coisa que me disseram no Twitter é que é um “mal necessário”, ou seja, todo fã de Sonic precisa passar por ele. Eu não tinha entendido o porque, mas depois de ter a experiência completa fez algum sentido pra mim e eu não sei se sei explicar o motivo.

Parece que eu realmente queria passar por esta experiência, por pior que ela parecia ser antes mesmo de começar (e realmente foi). De alguma forma ela acabou sendo interessante, e digo que aconteceu na melhor hora possível: anos depois de seu lançamento, ao mesmo tempo que foi depois de eu conhecer praticamente todos os outros jogos que foram lançados antes (só pulando mobile e outros jogos similares).

Cabe dizer também que aconteceu de eu jogar Sonic 2006 na véspera de eu atingir uma nova fase da minha vida. Então valeu a pena, deu tudo certo. Ou seja, a Maratona Sonic ainda é benéfica para mim, não me arrependo nada de ter me comprometido com isso.

Tem a questão do isolamento social também, que eu posso afirmar que contribuiu para que eu encarasse ele em um tempo bem menor do que levaria se estivesse saindo de casa para trabalhar todos os dias. O fato de ficar em transporte público indo para lá e para cá aumentaria meu cansaço e eu não estaria disposto a jogar algo tão ruim com a cabeça ainda mais cansada todos os dias. Ao mesmo tempo, não sei dizer se o fato de não poder sair de casa não me fez ficar ainda mais amargo com o jogo. Acho que não, ele é bem tosco mesmo.

Talvez a coisa que mais fez gostar de passar pela experiência é que pela primeira vez eu vi tantas coisas que são ditas na Internet fazerem sentido. Todas as reclamações que eu vejo deste jogo são totalmente válidas, diferentemente de outros jogos que a galera acaba cometendo alguns exageros. Tanto pra cima quanto pra baixo, tem a galera que também elogia coisas que não são tão boas quanto elas acham que são, só funcionam na cabeça delas. Fanboy incondicional é assim mesmo. O mesmo vale para a galera do “só é bom no Mega Drive”.

O que se salva deste jogo? Bem, ele é bonito, colorido, bem iluminado, tem realmente uma trilha sonora bem bacana. A história em si, tirando a parte patética do romance, não é de toda ruim. O plot do fim do mundo é algo interessante, embora eu ainda prefira que o Sonic seja apenas um ouriço rápido que salva bichinhos e não o fucking herói do mundo. Apesar que essa ideia desmiolada já vem desde Sonic & Knuckles.

O que acontece nos episódios do Silver e do Shadow torna ela um pouco mais interessante, mesmo que tenha algumas forçadas de barra. Além do lance de viagem no tempo que sempre torna as histórias cheia de furos (toda obra que tem isso sofre deste mal). Tem mais um monte de coisa que pode ser questionada e tal, mas a história consegue entreter um pouco quem não é tão exigente. Mesmo assim, de novo preciso dizer que preferia uma história simplificada de um ouriço salvando animais inocentes de serem transformados em badniks.

O duro mesmo é o romance patético. Dá vontade de jogar todo Episódio do Sonic no lixo.

Romance inocente e… HEY, O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO?

Na boa, namorada humana de novo, Sonic Team? No passado vocês já tinham inventado o Sonic como membro de uma banda de rock e com uma namorada humana chamada Madonna. Daí a SEGA of America recebeu isso e logo acabou com estas e outras bizarrices, transformando o personagem no ícone que ele se tornou e ainda é, mesmo nos dias de hoje com tantos jogos patéticos como Sonic 2006. De repente vocês tentam de novo nos empurrar goela abaixo essa mesma ladainha que o lendário Tom Kalinske e seu time fantástico nos salvou? Cara, não dá!

Sabem o que é pior? Os caras tiveram a cara de pau de chamar esta tranqueira de Sonic the Hedgehog e dizer que é um reboot. Reboot é o caramba! Como se quisessem dizer “vamos trazer de volta o verdadeiro Sonic, aquele antes dos americanos estragarem”. Ou seja, eles tentaram reviver aquele Sonic da banda de rock. Só falta dizer que o Trunks Silver é o guitarrista, no lugar daquele frango maluco que tinha nas artes conceituais. Ou será que ele era o baixista? Não importa, o que importa é que não dá para engolir um treco desses. Ainda bem que este jogo falhou, porque era capaz do próximo ter a banda completa.

Eu realmente queria saber se o Sonic de Mega ofende tanto assim a SEGA do Japão, porque não é possível usar o mesmo nome pra esta atrocidade. De verdade, este jogo ofende quem é fã da franquia. Fã, não fanboy incondicional. Eu vou continuar chamando esta porcaria pela alcunha, porque não me conformo mesmo. Pior homenagem da história! Que tivessem lançado o jogo do Sanic baseado naquela animação de qualidade duvidosa que todo mundo ama. Seria uma representação melhor, menos ofensiva pelo menos. Ia parecer uma piada, não um xingamento.

Agora que já comecei a bater em Sonic 2006, vou descarregar todas as armas nele de uma vez.

O jogo tem controles totalmente desajeitados, vira e mexe não conseguimos fazer o que queremos. A física é quebrada e cheia de problemas, especialmente nas fases de corrida do Sonic. A câmera também é horrível, tem vontade própria e muitas vezes você não consegue posicioná-la em um ponto que te ajude a fazer o que quer, como mirar em um inimigo ou mesmo deixar favorável para executar um salto ou algo assim.

A quantidade de slowdowns que o jogo sofre é ridícula também. Você mal entra em Soleanna (Adventure Fields, eca) e já lida com isso de forma bem pesada, demorando um bom tempo pra “normalizar”. É impressionante. Nas fases praticamente todos os personagens sofrem com slowdowns, mas em especial com o Silver e o Tails. Incrível como o jogo não consegue processar um monte de coisa na tela ao mesmo tempo e estes personagens tendem a sempre deixar pesado por causa da telecinese ou a bomba de argolas.

Sonic correu, bateu e… DEEEEEEEFEEEEENNNNDDDEEEEUUUUU SIIIIILLLLLVEEEEEERRRR!

Fora os em bugs e glitches, a quantidade deles é imensa. Teve horas que o personagem travou colado na parede e os controles não funcionavam, aconteceu pelo menos umas cinco vezes comigo. Só voltava ao normal quando eu apertava Start e ele pausava. Ao tirar a pausa tudo tinha normalizado. Pior é que eu terminei o jogo sem conseguir entender muito bem o que causava este bug.

Os veículos do Shadow também são cheios de problemas. Vira e mexe eles explodem sozinhos, além de outras bizarrices. Ou mesmo o bug de coletar argolas que acontece de vez em quando, que o personagem encosta nela e não a coleta, mas sim a empurra. Acontece com as que o personagem deixou cair. E não é com o Tails isso, antes que alguém diga que eu estou confundindo as coletáveis com as falsas da arma dele.

E as partes de correria com o Sonic? Um show de bugs. Pior que estas tinham tudo para serem divertidas, mas conseguiram falhar feio nelas. Tanto quanto os controles e jogabilidade do Silver, que também geram uma grande decepção para algo que poderia ser pontos altos do jogo. Decepção por vários motivos, como a falta de um cursor de mira, os momentos que você não sabe se ele travou a “mira imaginária” dele em um inimigo e vai arremessar o objeto corretamente, ou então quando o objeto fica preso em alguma parede porque não está na frente do Silver, e por aí vai. Enquanto isso, os inimigos nas paredes acertando todos os tiros em você sem nenhuma piedade. É desbalanceado e injusto. Ah, coloquem aí na lista das coisas decepcionantes o Homing Attack, que é quase tão ruim quanto também pela instabilidade e a falta de mira mais explícita.

Pior que estes bugs e glitches não são como os de Sonic Heroes, que acontecem com pouca frequência e atrapalham vez ou outra. Eles incomodam demais e atrapalham tempo todo!

A versão de PS3 sofre muito com os loadings. Aliás, já está errada a quantidade de loadings que este jogo tem. É loading pra tudo, pra diálogo, pra mudar parte de fase, pra cena de chefe sendo derrotado, etc. Erro grotesco do time de desenvolvimento. Entendo que o time ainda estava aprendendo a desenvolver para uma nova geração e que fizeram isso usando o X360 como base, mas mesmo nele deve incomodar pela quantidade de vezes que a tela de loading é apresentada, mesmo elas sendo mais curtas. Ou menos longas.

Espera aí que tem mais um pouquinho de loading…

Fica muito claro que faltou muito polimento no jogo. Muito mesmo. O fato de apressarem a entrega dele no período de festas de fim de ano foi um erro enorme dos responsáveis pela empresa. Entendo que seria o período perfeito para conseguir mais retorno financeiro com as vendas, mas acelerar um projeto de software para entregar antes do tempo que ficaria realmente pronto é uma coisa ridícula e eu cansei de ver isso na minha carreira como desenvolvedor de sistemas. Não me conformo como as pessoas não conseguem enxergar que há muito mais complexidade do que parece neste tipo de produto. Jogos são softwares e sofrem do mesmo mal.

Polimento em jogos é algo essencial, peguem aí casos de empresas que realmente se importam com isso, como a Nintendo e a Blizzard. Estas empresas raramente lançam jogos que é massacrado pela crítica e pelo público por terem sido mal construídos (cheios de problemas técnicos). No máximo uma decisão ou outra errada de design, mas mesmo elas costumam ser bastante testadas por estas e algumas outras poucas.

Prezar pela qualidade é importantíssimo neste tipo de produto e a SEGA falhou feio demais neste sentido. Culpo muito mais o time comercial e a gestão da empresa por este lançamento pífio do que os próprios desenvolvedores e designers. Muito embora estes também tenham bastante culpa pelas ideias absurdas que tiveram, eu aposto que eles sofreram bastante pressão na concepção do jogo e dá para enxergá-los mais como vítimas do que culpados.

Quer dizer então que se corrigisse todas as questões técnicas o jogo ficaria bom? Não, infelizmente não é o caso.

O design é ruim também. O que não faltam são decisões duvidosas que tiveram. Começando pela quantidade enorme de partes automáticas, ou seja, que se jogam sozinha (com molas, esteiras, loopings e etc). Ou as partes que você tem pouca interação e não acrescentam em nada, como os infames momentos de pegar impulso nas paredes, ou os malditos caninhos. Por que esses caninhos simplesmente não somem?

O design das fases é muito questionável de maneira geral, algo que não vou repetir detalhadamente por estar no restante do post. Além disso, as fases são longas e cansativas. Com loadings longos entre elas que quebram muito o ritmo. Posso dizer também que o design dos chefes também é questionável. São batalhas pouco criativas e quase todas são demoradas pelos motivos errados, a gente tem que ficar esperando ao invés de poder enfrentá-las de uma forma mais direta. São decisões ruins para fases e chefes que seriam ruins em outras franquias também, não é porque é do universo do Sonic que eu estou questionando tanto.

Aí tem os Adventure Fields. Cansei de dizer que não gosto deles. Então a minha opinião pode até parecer suspeita, mas acredito que não seja o caso. Os Adventure Fields em Sonic 2006 são inúteis, dispensáveis, não acrescentam em nada, tudo neles é pura enrolação. As missões que passam normalmente são muito bestas, salvo uma ou outra. Além disso, as interações com os NPCs também não acrescentam em nada, muita coisa ali é encheção de linguiça e irrelevante pra história como um todo.

Também podemos ajudar os habitantes de Soleanna, verificando se está tudo bem com as partes íntimas deles. Espetacular mesmo este tal de Adventure Field.

Fora os momentos que você não consegue separar o que é missão de história de missões opcionais (side quests). Não dá nem para dizer que é coisa da época, pois na geração anterior já haviam jogos que faziam esta separação perfeitamente. Aliás, eles também tinham mapas bem melhores, não somente um mini mapa inútil. Ou seja, tudo que envolve o tal hub do jogo é ruim e raso, acaba se tornando desnecessário e poderia ter sido removido do jogo. Infelizmente alguém ali no Sonic Team achava que isso é legal desde Sonic Adventure.

Main Quest? Side Quest? Não sei, mas com certeza este cara é dos fanboys que pedem Sonic Adventure 3 sem pensar que ele já está entre nós.

E a compra de habilidades? Pra quê? Que sentido faz isso? Além de ser estranho “comprar” habilidades, o sistema em si é mal feito. A gente ganha argolas abundantemente e gasta bem pouco delas. Tentaram dar motivo para fazermos side quests, que já é algo ruim por ser bastante artificial ou forçado. Side quests precisam ser divertidas, interessantes, chamativas. Detalhe que jogos de gerações anteriores à Sonic 2006 já sabiam fazer isso muito melhor também, não é questão de “coisa da época”.

Da parte artística do jogo a minha única bronca é o grito horroroso da Rouge. Só ele mesmo.

O lance das histórias se entrelaçando é bacana e tal, mas algumas coisas nelas é um pouco confusa. Tem chefes que mais de um personagem derrota, e não fica muito claro quem de fato derrubou. Não é como se tivesse mais de um ou fosse algum personagem que pode levantar e lutar de novo, normalmente são máquinas gigantes que são totalmente destruídas. Fica esquisito, mas este é o menor dos problemas. Entendo que isso funciona bem por se tratar de um jogo, faz sentido os personagens encararem o mesmo boss e tudo mais. Muito embora isso soe um pouco como desculpa na minha cabeça.

A história também tem seus problemas e não são poucos. Primeiro o tom realista, que é desnecessário para a franquia Sonic, convenhamos. Segundo o romance tosco entre uma humana e um ouriço antropomórfico que não faz o menor sentido. O mais bizarro é o Trial of Love que surge na história do Sonic e que não serve pra porcaria nenhuma, pois não muda nada nesse romance ridículo se você escolher a Amy Rose. Pior que eu achei que mudaria, tive esta esperança e fui enganado, inocente pra caramba. Fica a dúvida: para que serve a droga do Trial of Love? Aceito respostas até duvidosas nos comentários. Importante é aloprar esta coisa horrível.

No fim das contas o jogo já falha forte como jogo mesmo e como história. Parabéns aos envolvidos. O que se salva? Áudio e vídeo. Só que apenas gráficos e trilha sonora bacana não fazem valer a pena colocar o jogo no console, melhor ficar vendo vídeos ou imagens e ouvindo a trilha sonora, sem colocar o jogo no console pra depois se arrepender.

Pior que esta droga é canônica, e é algo confirmado por Sonic Generations. E chama Sonic the Hedgehog, o “reboot”. Eu não me conformo com isso.

Por falar em canônica, tem algo que eu preciso dizer que talvez seja só uma teoria, mas que eu gostei bastante. É a história da Blaze the Cat. No fim das contas ela absorve o poder do Iblis no futuro e é transportada com ele para outra dimensão. A mistura do Iblis com o Mephilis é Solaris, que lembra Sol Emeralds (Sonic Rush), e ela possui dentro dela o poder do fogo que é potencializado pelas Sol Emeralds. Eu acredito que tudo isso tem um certo link e acaba sanando todas as dúvidas que eu tinha no começo do jogo. Na real eu li esta teoria em algum lugar e não me recordo onde, esqueci de guardar. Foi o que mais fez sentido pra mim, me dei por satisfeito.

E antes que alguém venha com papinho de Sonic Rush não é canônico e mimimi, eu quero mais é que se dane. Eu queria que isto fizesse sentido dentro do universo da franquia e fez. Repito que fiquei satisfeito com isso e foi a coisa que eu mais curti em Sonic 2006. Mais do que a trilha sonora. Se isto não fosse explicado de forma alguma, seria mais uma das falhas épicas de Sonic 2006 sem sombra de dúvidas, mais um ponto pra todo mundo bater sem dó. Não iria adiantar os fanboys incondicionais tentarem defender que não é canônico numa hora dessas.

A estrutura do jogo me faz crer que esta foi a tentativa do Sonic Team de fazer algo na linha de Sonic Adventure. Não adianta ficar se sentindo ofendido por isso, abre os olhos que você vai ver que este tinha tudo pra ser uma sequência: jogo em 3D, Adventure Fields, interação com humanos fora das fases, jogar com todos os amiguinhos, história separada em episódios que se cruzam, fase na praia com baleia, prancha de snowboarding, fases longas, etc.

O duro é que eu vejo a galera pedir muito por aí o tal do Sonic Adventure 3 até os dias de hoje e não duvido que se fizerem o resultado será algo desastroso nessa linha. Pensem bem antes de pedir. Apesar que não adianta, eu vi até gente pedindo um remake de Sonic 2006, que é só “corrigir umas coisinhas e ele fica bom”. Coisinhas? Queria que vocês pudessem ver a minha cara quando eu li isso. Aliás, eu também queria ter visto a minha cara.

Tomara que eu queime a língua e um dia a SEGA anuncie um Sonic Adventure 3 ou qualquer jogo 3D do Sonic que seja realmente incrível, imperdível e inesquecível. Não algo que fica se jogando sozinho ou é quase um “running simulator” sem nenhum desafio (como alguns fangames que existem por aí e que por alguma razão estranha impressionam a galera). Só que eu confesso que não vejo isso acontecendo tão cedo, mesmo às vésperas do aniversário de 30 anos da franquia. Data importantíssima, espero que eles não repitam o erro do aniversário de 15 anos.

Pior de tudo é eles darem o nome do grande clássico que praticamente deu toda a fama que a empresa tem no mundo todo até os dias de hoje. Chamar esta atrocidade de reboot foi um grande erro, talvez o maior deles. Eu sei, estou sendo repetitivo, mas eu realmente fico transtornado com isso. A intenção era “ressuscitar” uma franquia que vinha sendo duramente criticada nos lançamentos anteriores (e com razão), só que o tiro saiu pela culatra.

A minha bronca é: precisava chamar ele de Sonic the Hedgehog? Por que não Sonic Adventure? Ele se parece mais com Adventure do que com os jogos clássicos da franquia. Rebootaram uma coisa que não tem relação nenhuma com a obra original, se isto foi uma jogada de marketing, ela foi furada demais. Ou seja, gestão errou, comercial errou, desenvolvimento errou, designer errou e o marketing errou também. Esta tranqueira foi uma falha épica, falha completa!

Chamar de falha não é mera opinião minha, é consenso geral. Vamos pegar o tal agregador de notas que nunca é um bom parâmetro, porque está infestado de fanboys pra subir nota e haters pra diminuir. E eu não acredito que isto cause algum equilíbrio. Enfim, no Metacritic a nota está com 46 da crítica e 4.9 de usuários no X360; e 43 da crítica e 4.4 de usuários no PS3. Ninguém conseguiu considerar Sonic 2006 sequer mediano, ele é ruim mesmo. Vale dizer que as notas foram visualizadas no final de Janeiro de 2021 e podem ter sofrido alguma alteração.

Sua nota, Sonic 2006. Segundo a crítica e nós, os jogadores. Os que possuem algum senso crítico, mesmo que mínimo.

É, definitivamente este jogo e Sonic Blast foram os piores capítulos pelos quais eu passei até agora na Maratona Sonic. O pior 3D e o pior 2D, respectivamente. Duvido que esta marca seja batida por qualquer outro jogo que tenha sido lançado posteriormente. Unleashed? Não quero desanimar vocês, mas este jogo tá longe de ser algo de fato ruim, embora também não seja bom. Bem, não quero me adiantar na Maratona, vamos guardar isso para o devido post. Shadow? Heroes? São questionáveis, medianos, longe de serem horríveis em todos os aspectos como Sonic 2006. Shuffle também.

Talvez se o jogo fosse polido o bastante, se tivessem tirado a história de amor ridícula que inventaram o resultado e mais algumas coisas que foram reclamadas neste post fossem removidas ou incluídas, o resultado chegasse em um nível satisfatório. Não tão memorável quanto os jogos de 8 e 16 bits (e similares), mas algo que fosse bem falado como os Adventure, mesmo que estes também tenham coisas questionáveis. O ponto é que são variáveis demais e todos estes “se” não mudam a grande porcaria que é Sonic 2006, não haveria patch no mundo capaz de consertar este jogo. Precisaria reconstruir ele do zero, inclusive sua história.

Pelo menos acabou. Não tenho mais nada para falar deste jogo. Ah, não, esperem. Tem a parte do multiplayer também, que não falei. E nem vou, que se dane o multiplayer. Este texto aqui não é um review. É só uma surra merecida mesmo.

Agora sim, fim. O PS3 foi guardado na caixa até a vez do próximo. Agora só me resta jogar Sonic the Hedgehog 2006 da forma correta, em sua plataforma ideal, aquela onde ele realmente deve ser colocado.

Espero que tenham gostado do post. Ele foi bem mais longo que o normal, que já é longo. Talvez seja o maior texto que este blog já tenha visto. Provavelmente nenhum outro vai bater ele, mas eu realmente quis ser detalhista, esmiuçar cada problema que este raio de jogo tem, principalmente depois de alguns de vocês me procurarem para tirar sarro porque eu jogaria esta tranqueira. Penso que é o que vocês gostariam de ver, as reclamações e resmungos. E outra, se eu tive que levar este dano crítico e vocês riram da minha cara antecipadamente, então resolvi espalhar o dano fazendo chover caracteres no blog. Parece justo.

Não esqueçam de comer alguma coisa, fazer a barba, tomar banho e passar desodorante depois de passarem dois mil e seis semanas lendo este texto sem levantar pra nada.

Obrigado a todos pela leitura e nos vemos no próximo testamento.

Abraços

E eles ainda se orgulham disso…

Sobre Gamer Caduco

Apenas mais um cara que nasceu nos anos 80 e que desde que se conhece por gente curte muito videogames, não importa a geração.
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25 respostas a Maratona Sonic: Sonic the Hedgehog [2006] (Xbox 360 / PlayStation 3)

  1. Pingback: (Review – PC) Sonic Boll | The Twosday Code

  2. NOW LOADING

    Nunca joguei o Sonic 2006 fora a demo numa locadora e provavelmente nunca vou descolar um Playstation e tantos pra isso. Foi muito hype na época, HIS WOOORLD tocando o tempo todo, mas deu no que deu e ainda veio aquele port michuruca do Sonic 1 pro GBA. Dizem que um ponto positivo é que, ironicamente, enquanto promovia o Sonic 2006 a Sega se ligou de segurar a novela mexicana que os quadrinhos americanos da série tinham se tornado.

    NOW LOADING

    É realmente estranho como o Sonic, o suposto protagonista do jogo, mal tem a ver com os pontos principais do enredo por só ficar de namorico com a Elise o tempo todo. Ainda mais irônico por remeter as ideias da Sonic Team que como você mencionou já estavam lá desde os primórdios, acorrentadas pela divisão americana da Sega! O Shadow acaba se saindo como o cara cool que foi no Adventure 2 depois de toda a crise de identidade cafona no Heroes e no jogo dele.

    NOW LOADING

    Já na história do Silver, há quem acredite que a Blaze seja uma amiga imaginária dele pois ela só some, aparece e nenhum outro personagem interage com ela! E o ouriço prateado é definitivamente inspirado no Trunks, pois isso é dito num documento oficial que foi vazado na época junto de ilustrações e um script do jogo todo (https://tcrf.net/Prerelease:Sonic_the_Hedgehog_(2006)#Leaked_Script).

    NOW LOADING

    O legado do jogo foi o mar de cinismo que se apoderou da fanbase e até do próprio marketing oficial da série desde então, essa ideia de que a série nunca prestou e deve ser tratada com ironia. Pelo menos não vai ter mais nada pra te torturar tanto nos próximos posts…? Acho que fui esquecendo de comentar alguns dos anteriores mas sempre que tem um novo eu venho e leio. No aguardo do post do Unleashed, ou o Rush Adventure, sei lá!

    • Nossa, o port de Sonic pra GBA é um horror mesmo! Eu pulei ele na Maratona pq não faz muito sentido. A mesma coisa farei com o Classics de DS, que foi outra decepção tremenda.
      Cara, sobre os quadrinhos, eu sempre fugi deles. Já tenho um certo horro ao Sonic SatAM pq acho ele bem esquisito em vários aspectos, sempre tive a sensação que os quadrinhos também sofriam de vários desses aspectos que me incomodam, exceto a parte gráfica que é melhor desenhada. Se virou uma novela mexicana já na época, acredito fortemente no que vc está dizendo. É a cara da franquia cair nessa… kkkk
      Sobre o Shadow, pois é, eu já sou bronqueado com ele por causa dessas palhaçadas que fazem com ele (adorei o “cafonas”), apesar que já no Adventure 2 eu não fui muito com a cara. Provavelmente pq já o conhecia de outros carnavais, me adiantei no tempo e acabei gerando birra. É dose, mas é a vida. No 2006 ele pareceu muito mais equilibrado e sensato, como falei no texto. E pelo visto vc concorda. Deve ser consenso geral. Agora o que fizeram com o Sonic nessa história foi ridículo, bem observado. Protagonista não protagonizou porcaria nenhuma.
      Ahhh, olha só, o Trunks é o Silver de Drag… digo… tá, vc entendeu. Legal, valeu por oficializar, eu tava tão enfurecido com o jogo que nem pensem em procurar por isso.
      Agora o lance da amiga imaginária Blaze é uma loucura, mas o pior é que faz todo sentido.
      Vou te falar que o legado é meio que merecido, viu? Claro que tem um ou outro jogo que não é tão podre como as pessoas gostam de dizer, até de Unleashed eu consigo extrair algo positivo e a galera adora sentar a marreta nele e todos os outros pq é “descolado” falar mal de Sonic, né? Mas enfim, agora eu tô parecendo fanboy falando, mas isso talvez faça sentido mais pra frente na Maratona.
      Sobre não sofrer, vou te falar que já estou sofrendo. Estou no Secret Rings e comecei detestando o jogo, agora tô menos ranzinza, mas ainda incomodado. Tá batendo a sensação agridoce. Mas antes dele ainda vem o Rivals aqui no blog, que eu já joguei mas estou sofrendo falta de tempo pra escrever sobre. Eu tenho receio mesmo é de quando chegar no Boom… credo…
      Tentei seguir a regra e esperei 1 minuto pra continuar lendo o texto a cada NOW LOADING. Deu até calafrio de lembrar de Sonic 2006… urgh!
      Valeu Hyper Emerson!

  3. Thiago Lopes Rodrigues diz:

    Quem sabe um dia não façam um documentário sobre esse jogo, tipo o do ET do Atari? Com certeza foi uma das produções com os bastidores mais tumultuados da história, imagina ter que trabalhar até o fim com um troço desses? Tenho pena de todos os subordinados envolvido nisso principalmente os responsáveis pelos gráficos e trilha sonora que foram muito competentes.

    • Caaaara, seria fantástico se rolasse esse documentário… huahuahuahua!
      Mas do jeito que a SEGA é, rolaria até processo. Ela fez de tudo nos últimos anos pra encobrir as cagadas da série, embora a gente nunca esqueça.
      Em um primeiro momento concordei contigo com a galera dos gráficos, depois pensei aqui: e se eles forem os culpados? E se eles atrasaram as entregas de assets e o caramba a 4 pros devs darem sequência e depois eles precisaram se virar como puderam em pouco tempo? Pouco provável, eu sei, mas nunca descartaria esta possibilidade. Só vou inocentar a galera do áudio mesmo, e com algumas ressalvas! huahuahuahuah
      Valeu Thiago!

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  5. aki é rock diz:

    Esse jogo do Sonic 2006 eu não joguei mas já alguns vídeos sobre ele no youtube de pessoas falando muito mal a respeito.

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